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Ex-secretário de saúde do Recife e outras cincos pessoas viram réus por compra de respiradores testados em porcos durante pandemia

Denúncia foi oferecida pelo MPF em 2021. Defesa recorreu para que o caso fosse julgado na justiça comum, mas o recurso foi negado pelo STF em 2024.

Por g1 Pernambuco


Sede da prefeitura do Recife, no Centro da cidade — Foto: Reprodução/TV Globo

O ex-secretário de Saúde do Recife Jailson Correia e outras cinco pessoas se tornaram réus na Justiça Federal por conta da compra de respiradores testados em porcos e não autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) durante a pandemia de Covid-19.

denúncia foi oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) em 2021, mas a defesa dos acusados recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que o caso fosse apreciado pela Justiça Estadual. Com o recurso negado, Jailson Correia, dois servidores públicos e três empresários serão julgados pela Justiça Federal.

De acordo com o MPF, o que determinou a competência da Justiça Federal para julgar o caso foi a origem dos recursos para a aquisição dos aparelhos, que vieram do Fundo Nacional de Saúde (FNS).

A compra foi realizada pela Prefeitura do Recife em 2020, sendo investigada pela Operação Apneia, que teve três fases, entre maio e julho do mesmo ano. De acordo com o MPF, o contrato de R$ 11,5 milhões foi assinado entre a prefeitura e a microempresa Juvanete Barreto Freire (Brasmed Veterinária), especializada em produtos veterinários.

As investigações apontaram indícios de pagamento por ventiladores não entregues e de contratações indevidas.

A Brasmed Veterinária havia sido aberta poucos meses antes dos processos licitatórios e foi contratada por meio de duas dispensas de licitação para o fornecimento de 500 respiradores em caráter emergencial, por conta da pandemia.

Além disso, embora o valor total dos contratos fosse de R$ 11,5 milhões, o faturamento anual da empresa perante a Receita Federal era de R$ 81 mil, à época. Durante as investigações, a empresa também não demonstrou capacidade técnica e operacional para fornecer os ventiladores.

A denúncia foi recebida pela Justiça em relação aos crimes de contratação direta ilegal e peculato. Alguns dos acusados também haviam sido denunciados por crimes contra a ordem tributária, mas estes não serão julgados, por terem prescrito.

Auditoria do TCE

Em 2020, a compra dos respiradores também foi acompanhada pelo Ministério Público de Contas (MPCO) e pelo Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE), que julgou, em 2021, “regular e com ressalvas” a auditoria especial realizada na Secretaria de Saúde do Recife referente à aquisição dos 500 respiradores.

Para o TCE, não houve falhas no procedimento, nem danos aos cofres públicos, já que o contrato para a aquisição dos respiradores foi rompido em maio de 2020, após questionamento do Ministério Público de Contas (MPCO).

O dinheiro que já havia sido pago pela prefeitura foi devolvido e 35 equipamentos que haviam entregues ao município foram retornados à empresa.

O g1 procurou a defesa do ex-secretário Jailson Correia, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.  

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