Vitória Sousa desapareceu em 26
de fevereiro e foi achada morta com cortes no tórax, pescoço e rosto, na quarta
(5) em Cajamar. Vítima estava nua e com cabeça raspada. Polícia prendeu um
suspeito pelo crime, que teria sido cometido por vingança.
Por Lucas Jozino, Sabina Simonato, Kleber Tomaz, TV Globo e
g1 SP — São Paulo
Vitória Sousa desapareceu após sair do trabalho em um shopping — Foto: Reprodução/Redes sociais
Laudo do Instituto Médico Legal
(IML) não encontrou sinais de violência sexual em Vitória Regina de Sousa.
Ainda, segundo a perícia, ela foi morta
com três facadas. O documento pericial foi entregue para a Polícia
Civil, que investiga o desaparecimento e assassinato da adolescente de 17
anos em Cajamar, Grande São Paulo.
"Exame da região
genital/perineal sem lesões traumáticas de interesse médico legal",
informa trecho do laudo da Superintendência da Polícia Técnico-Científica
(SPTC) que analisou o corpo da vítima. A TV Globo teve acesso ao
documento.
Antes do resultado do exame, a
delegacia de Cajamar investigava se Vitória havia sofrido algum tipo de abuso.
De acordo com o laudo, a vítima apresentava cortes por faca no tórax, no
pescoço e no rosto quando foi encontrada morta.
Segundo os peritos, ela estava
com álcool no sangue. Mas, nesse caso, pode caracterizar "um processo
de fermentação característico da putrefação" do corpo. De todo modo,
a polícia ainda apura se alguém a embriagou ou a dopou.
Desaparecimento e morte
Vitória desapareceu na noite de
26 de fevereiro após sair do trabalho num shopping e pegar um ônibus a
caminho de casa, em Cajamar. Seu cadáver foi encontrado no dia 5 de março numa
área de mata. Estava nu e com a cabeça raspada. A arma do crime não foi
encontrada.
Segundo a Polícia Civil, Maicol
Sales dos Santos é o principal e único suspeito do crime até o momento.
Ele foi detido no dia 8 de março. De acordo com a delegacia de Cajamar, o rapaz
abordou, sequestrou e matou Vitória por vingança por não ter sido correspondido
por ela. Para a investigação, Maicol pode ter agido sozinho.
Ele morava no bairro
Ponunduva, onde também Vitória residia com a família. Segundo policiais, Maicol
se comportava como um stalker (alguém que persegue e monitora a vítima
obsessivamente).
A perícia
feita no celular de Maicol identificou que ele visualizou uma foto postada por
Vitória no ponto de ônibus no início da madrugada de 27 de fevereiro —
cerca de 20 minutos antes de ela desembarcar no bairro onde morava. Para os
investigadores, esse pode ser um indício de que ele a interceptou no trajeto
até sua casa.
“A motivação é um segundo momento. O primeiro momento é colheita das provas, passando por isso, colocando as pessoas na cena do crime, mostrando que realmente são essas pessoas... aí nós vamos em busca da motivação: o que ocasionou essa morte tão violenta?”,- havia dito o delegado Luiz Carlos do Carmo, diretor da Polícia Civil da Grande São Paulo, no dia 9 de março, ao Fantástico.
Um suspeito preso
Uma testemunha contou que viu o
carro de Maicol perto do local onde a adolescente desapareceu, no ponto final
do ônibus que ela desceu. O veículo foi apreendido, e um fio de cabelo
encontrado dentro dele passará por exame de DNA para saber se é da
vítima. O resultado ainda não ficou pronto.
Outra testemunha disse que tinha
visto uma movimentação de pessoas na frente da casa de Maicol na madrugada de
27 fevereiro. Nesse período, Vitória caminhava a pé até sua residência. Ele
morava a cerca de 2 km de distância da adolescente.
A polícia também investiga se há
mais suspeitos envolvidos no crime. Mas até o momento só Maicol está sendo
apontado como o responsável pelo crime.
A casa de Maicol fica a
aproximadamente 5 km do local onde o corpo de Vitória foi encontrado por um cão
farejador da Guarda Civil Municipal (GCM). O
lugar onde a vítima estava tem a mesma distância para a casa onde ela morava
com a família. A região fica na zona rural de Cajamar, com árvores, e é
cortada por estradas de terra.
A equipe de reportagem tenta contatar a defesa de Maicol para comentar o assunto. Em outras ocasiões, seus advogados informaram à imprensa que só iriam se manifestar em momento oportuno.
Câmeras
de segurança gravaram o momento quando Vitória deixou o shopping onde
trabalhava e foi até o ponto de ônibus (VEJA VÍDEO).
Durante o trajeto, ela chegou
a enviar áudios e mensagens para uma amiga dizendo estar com medo
de dois rapazes que depois entraram com ela no coletivo. Segundo
testemunhas, ela desceu sozinha no ponto final.
No percurso a pé, por uma estrada
de terra, ela contou em áudios para uma amiga que um carro com dois outros
rapazes passou por ela e a assediaram. Em seguida, disse que eles entraram numa
favela. E que estava tudo bem. Depois não foi mais vista.
O corpo dela foi enterrado no dia 6 de março no cemitério da cidade sob forte comoção após ter sido velado no ginásio municipal.
Blog do Paixão