Evelyn Lorrany Nogueira de Lima, a Porcelana, lamentou nas redes sociais a morte de Francisco Myller Moreira da Cunha, o "Gringo", na megaoperação do Rio de Janeiro. Ele era um dos chefes do CV no Amazonas.
Por Redação g1 RR — Boa Vista
Amiga de um dos chefes do Comando Vermelho (CV) no Amazonas morto durante a megaoperação policial no Rio de Janeiro, Evelyn Lorrany Nogueira de Lima, de 23 anos, conhecida como “Porcelana”, é investigada em Roraima por suspeita de envolvimento na fuga de quatro integrantes da facção do maior presídio do estado.
Além de ser apontada como uma das responsáveis por ajudar na fuga, Porcelana foi condenada por tráfico de drogas e posse ilegal de arma de fogo e deveria cumprir pena em casa com monitoramento eletrônico, em Manaus.
Porcelana foi alvo de mandados de busca em Manaus na quarta-feira (29), durante operação que investiga a fuga dos detentos, mas não foi localizada, pois estava no Rio, segundo a Polícia Civil de Roraima. Agentes foram em seis endereços ligados a ela. A polícia não informou se a mulher tinha autorização judicial para viajar a outro estado ou se é considerada foragida por descumprir as condições impostas no regime semiaberto.
O g1 questionou o Tribunal de Justiça de Roraima e do Amazonas para saber qual a situação de Evelyn, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. A defesa dela não foi localizada pela reportagem.
💡 Entenda: No regime semiaberto, o preso pode sair para trabalhar ou estudar durante o dia e deve retornar à noite. Em alguns casos, a Justiça autoriza o cumprimento da pena em casa, com tornozeleira eletrônica.
Um dia após a operação no Rio, ela publicou nas redes sociais uma mensagem lamentando a morte de Francisco Myller Moreira da Cunha, de 32 anos, conhecido como “Gringo” ou “Suíça”, considerado um dos chefes do CV no estado."Vai nos fazer muita falta!", disse ela. A decisão que a condenou por tráfico não mencionada uso de redes sociais. O g1 tenta contato com Evelyn.
Apoio à fuga
Na investigação conduzida em Roraima, a polícia identificou que Porcelana e o então namorado Thiago Lima dos Santos, conhecido como “TH da Zona Leste”, um dos líderes do CV no Amazonas, enviaram dinheiro para que os quatro foragidos conseguissem chegar no Amazonas.
“TH da Zona Leste” foi morto no dia 24 de julho deste ano, em Manaus. Ele, assim como Gringo, era considerado uma das nomes do lideranças do CV e atuava como conselheiro da facção.
Além dela, outros 13 suspeitos, incluindo uma enfermeira, são investigado por oferecer suporte aos quatro foragidos com transporte, apoio logístico nas rotas de fuga, repasses financeiros, abrigo em áreas de mata e possível fornecimento de armas e drogas. Todos foram recapturados e estão presos.
Esta investigação segue em andamento no Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Draco), em Boa Vista. A operação para contra o grupo cumpriu seis mandados de busca e apreensão em Roraima e seis no Amazonas.
"A gente tem também faccionados do Comando Vermelho que foram fazer compras nos supermercados, foram comprar mantimentos para que esses faccionados se mantivessem na mata, que foram comprar combustível para que fosse abastecida a lancha, que eles tentaram passar por rio para o estado do Amazonas. Então todas essas pessoas que prestaram auxílio a esses faccionados na fuga, estão sendo objeto dessa operação da Polícia Civil", disse o delegado Wesley Oliveira, que atua no caso.
Condenada por tráfico
Em 2023, Porcelana foi condenada a 5 anos de detenção, em regime semiaberto, pelos crimes de tráfico de drogas e posse e porte ilegal de arma de fogo numa ação movida pelo Ministério Público de Roraima. O caso tramitou na Vara de Entorpecentes e Organização Criminosa, em Boa Vista.
A condenação dela foi resultado de uma ação em junho de 2022. À época, ela foi presa com o namorado TH da Zona Leste”, em frente à casa alugada pelo casal no bairro Canarinho, em Boa Vista. Na abordagem, a polícia apreendeu 1,7 kg de cocaína, 32 g de maconha, duas armas de fogo e 45 munições calibre 9 mm.
Após ser condenada em Boa Vista, a defesa pediu à Justiça que Porcelana fosse autorizada a cumprir a pena em Manaus. A principal alegação foi de que ela tem vínculos familiares na cidade, incluindo as duas filhas pequenas, de 7 e 4 anos, que dependiam dela "para o sustento e desenvolvimento". O pedido foi acatado, e ela foi transferida para a capital amazonense em janeiro deste ano.






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