Larissa de Macedo Machado, 20 anos, filha de uma costureira e de um vendedor de baterias. Corpo escultural, cor morena, a perfeição. Eu pensei: que mulher é essa, que pernas. Fiquei realmente impressionado, mas aí acompanhei duas aparições dela na televisão (cantando o seu funk melody que nada se compara a extravagância de um tal Naldo) e veio a decepção. Muita gíria, muito estrela e nem um discernimento cultural. Dizem que a primeira impressão é a que fica, no caso de Larissa - vulgo Anitta, foi diferente, a segunda impressão marcou e ficou estigmatizado no meu subconsciente, deixando óbvio que as aparências sempre enganam. Por isso nem sempre a beleza, sabedoria e inteligência andam juntas, principalmente num mercado onde a aparência é artigo de luxo e tem gerados esses mitos fabricados e lapidados pela indústria fonográfica. Mas eles têm corpo de aço e pés de barro. Mitos efêmeros (que também enriquecem de forma rápida) que tem influenciado uma geração medíocre culturalmente, cheia de improvisação, de disfarces e faces, e traços inebriantes como se exalasse um efeito encantador, que fez o autor deste, se iludido por um instante.
Somos vítimas de uma cultura extravagante de uma indústria fonográfica sedenta por ganhos exorbitantes que tem criado mitos cultuados por multidões e que no contexto não passa de um lixo cultural. Os Luans, as Anittas, os Naldos, resquícios do que existe de pior na Música Brasileira, geram milhões para as gravadoras e viram estrelas milionárias que se tornam descartáveis em curto tempo.
Não se curte mais o romantismo (falar pode transformá-lo num idiota inveterado), com músicas de letras indecifráveis ou decifráveis num sentido que transforma principalmente a figura feminina em um objeto de obscenidade. Anitta encarna a própria expressão da musicalidade atual.
Bem o assunto não termina aqui, ainda temos muito do que falar e pode ser que um dia possamos nos recuperar dessa perda de memória cultural, musicalmente se falando, do nosso povo.
Heródoto Barbeiro, professor de história, renomado jornalista e apresentador de telejornal, ficou indignado uma vez de uma apresentação no Programa do Gugu, ainda no SBT, de uma música chamada “Eguinha Pocotó”. Pois bem, esta música (?) tocou por mais de 4 horas por mais de 2 domingos consecutivos e por outras dezenas de vezes em outros canais. Pergunto: alguém já tinha ouvido de Naldo antes de 31/12/2012? E de Anita antes de 1º de abril de 2013? “Celebridades” de uma hora para outra. Os empresários pagam um tal de “jabaculê” (propina) para estes e muitos artistas povoar os canais de TV aos domingos. Ainda bem, posso desligar a TV e ler um bom livro ou jogar um pouco de conversa fora com os amigos.
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