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sertanejo sempre foi considerado um homem lutador, sofredor e
guerreiro. Sempre conviveu com as dificuldades da seca no sertão.
Fazendo trabalho de campo pelas serras do Simões, Torre, Ipa, Cavaco,
Sítios Santa Rosa, São Paulo e DNOCS e tantos outros da Zona Rural do
Município, percebe-se a rápida urbanização do consumismo desenfreado com as
facilidades da aquisição de produtos em que as embalagens são descartadas em
lugares em que antes se formavam matas e a nossa vegetação típica: a caatinga.
Além do que, em sua maioria começam a surgir, coisa que jamais se imaginara, as instalações de fábricas de placas de gesso o que já é uma realidade. Os resíduos sólidos dessas fábricas são presença na paisagem rural e contrasta com outros resíduos que vão desde sacolas plásticas penduradas em árvores e em toda a vegetação, até garrafas pets e outras embalagens que decoram o nosso agreste com um visual que remontam aos lixões urbanos.
Rezar para chover tem sido ainda a esperança do sertanejo. Pena que ele não reza na cartilha do “faça por ti que eu te ajudarei” quando ele próprio é responsável por boa parte do desequilíbrio catastrófico que tem gerado o escasseamento das chuvas, já que as queimadas e o desmatamento são frequentes na zona rural. No momento dos nossos trabalhos de campos pudemos presenciar vários pontos de queimadas sendo realizados.
O que tem se espalhado como praga também pela paisagem campestre, consequência da falta das atividades agriculturáveis, são pontos comerciais que vendem bebidas, e a Vigilância Sanitária tem tentando intensificar a visita a esses estabelecimentos, já que podem contribuir com o aumento das estatísticas da violência rural e principalmente com aumento do excesso de entulho já que não existe coleta periódica nessas localidades.
O progresso e o desenvolvimento num trajeto irracional, chegando
desordenado ao habitat do homem sertanejo que já convive com uma paisagem de
terras imensas erodidas, sem o velho cantar dos pássaros e convivendo com as
mazela urbanas.
É o homem sertanejo se acostumando a vida ociosa em que impera o poder
das bolsas tudo trazida de forma direta por uma estiagem que já dura mais de
dois anos.
Precisamos fazer alguma coisa para não transformar os nossos sítios
rurais, as nossas terras rurais, nesse quadro feioso em que se encontra e que
pode futuramente ser transformado na monstruosidade que se avizinha.
As dúvidas são: O que o poder municipal pode fazer no sentido de solucionar um problema que pode suceder a outros?
O que as Associações dessas comunidades podem fazer para levantar discussão para o problema do lixo, das queimadas e do desmatamento na Zona Rural?
O que nós podemos fazer para colaborar num sentido de amenizar os
problemas trazidos pelos já conhecidos problemas dos efeitos da seca?
Visitem, façam fotos, eduquem e façam com que os nossos sertanejos aprendam a lidar com as consequências da urbanização rural, porque os fatos já são realidade e a única coisa que temos que fazer é correr contra o tempo.
Voltei, alertado por um velho profissional que disse que nunca podemos começar uma luta moral, intelectual e psicológica com aqueles que se dizem jornalistas. Fazer a nossa parte sem visualizar a intenção dos outros deve sim, ser a meta para se conquistar os louros da vitória.
Vamos á luta novamente.
Já estava entediado com os blogs “festeiros” de Araripina. Parece que não existem problemas nesta cidade. Neste breve intervalo, com informações pouco confiáveis, eu aqui no sudeste achava que na região do Araripe, principalmente em Araripina, São Pedro resolvera premiar esta cidade com muita chuva. Com tantas festas e comemorações, com o prefeito ladeado pela primeira dama (agora, segundo um blog, “a queridinha do palácio para deputada federal”) faz-nos pensar que a cidade é uma ilha de prosperidade no meio de tanto caos. Com a matéria – LIXO RURAL – voltamos à dura realidade. Não precisamos ir muito longe para ver o descarte dos resíduos do gesso, bem como do lixo doméstico. Basta dar uma voltinha pelo Distrito Industrial. Calcinadoras, sem filtro, espalhando sua poluição a quilômetros, contaminando barreiros, o solo, cisternas descobertas, entrando nas casas e levando doenças. Famílias queimando o lixo na beira da estrada, quando não jogando no quintal do vizinho. A dura vida do sertanejo parece não sensibilizar os gestores desta cidade. Enquanto isso, na Avenida Antônio de Barros Muniz, 185, novas ações (digo festas) serão planejadas e o povo...
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