Foto: Everaldo Paixão
Essa semana duas notícias (uma regional
e uma nacional), que já dividem opiniões, torna mais difícil uma solução para a
já debilitada saúde na Região do Araripe, já que o cenário nacional também é um
exemplo do caos que enfrenta a área, principalmente pelos desvios dos recursos
que deveriam ser investidos para melhorar a qualidade da assistência aos
brasileiros e também pelo descrédito de algumas instituições de formação, que
têm trazido para o campo das atividades da saúde, profissionais altamente
despreparados.
A primeira notícia, é que o CREMEPE –
Conselho Regional de Medicina de Pernambuco diagnosticou várias irregularidades
nas Unidades de Saúde da Região do Araripe; a segunda, que Araripina, que
engloba a regional, foi sorteada para receber o curso de medicina, num Edital
de Chamamento que faz parte do Programa “Mais Médicos”.
A segunda notícia: a relação municípios
que poderão receber cursos de medicina incluem em sua lista, três cidades
sertanejas de Pernambuco: Araripina,
Salgueiro e Arcoverde. Segundo o
governo, estudos apontam que ter cursos de medicina e residência médica
contribui para a fixação de médicos na região.
As prefeituras pré-selecionadas que tiverem interesse em receber a
faculdade devem confirmar participação entre os dias 13 e 24 deste mês pelo
endereço eletrônico http://simec.mec.gov.br.
Muito bem:
·
O governo fará
vistoria para saber se o local apresenta a infraestrutura necessária a um curso
de medicina;
·
Para conseguir a
autorização para abrir a faculdade de medicina, a instituição de ensino deve se
comprometer a beneficiar a rede de saúde, dizendo especificamente o que vai
fazer no local e, ainda, programar a abertura de residência médica no
município;
·
A seleção leva em
conta critérios como não ser capital e ter mais de 50 mil habitantes, a
inexistência de curso de medicina no município e na região próxima, e a cidade
ficar a, no mínimo, 75 quilômetros de distância de outra que tenha o curso;
·
A infraestrutura da
cidade para receber os novos cursos também foi considerada para a seleção
Ouvindo vários agentes da área de
saúde, inclusive profissionais médicos, eles não vêm com bons olhos à ideia, justamente
pela falta dessa estrutura que não tem as mínimas condições de garantir uma
formação adequada para o profissional médico que vai lidar com vidas humanas. Isso
para eles, é motivo de preocupação e receios, porque o resultado do desastre
com a liberação de instituições frágeis e despreparada, são os profissionais de
quase todas as áreas que atualmente têm vindo para o mercado de trabalho,
despreparados e desnorteados. Falta agora, segundo eles, preparar os
profissionais da área médica, por cursos á distância.
Para outros, esforços no sentido de
melhorar a assistência principalmente aos Usuários do SUS, trariam benefícios
que muitos preferem não enxergar, e isso evidente criariam chances maiores dos
governos federal e estadual, de serem obrigados a investir numa área que já
esta defasada e precisa urgentemente de um olhar mais clínico. Isso evidente
começaria pelos órgãos de fiscalização que em sua maioria, faz vista grossa na
hora de aprovar ou reprovar uma instituição que funciona de forma precária, e o
próprio editor deste, é prova dessa prática usual.
Uma leva de profissionais provenientes
de outros estados que também não podem se gabar de investimentos em suas
faculdades, tem chegado principalmente a nossa região, com a função apenas de encontrar
cobaias para os seus aperfeiçoamentos. Como se fôssemos laboratórios para
experiências.
Bem, tragédia ou não, benefício ou não,
acertando ou errando, o que podemos fazer e esperar para melhorar a saúde aqui
pertinho da gente. Uma experiência que vou contar para todos vocês, bem
distante daqui, precisamente na capital do nosso Estado, traz o que tem de mais
doloroso e mais desumano, que alguém possa imaginar de como tem sido tratado a
nossa gente, por esse Brasil afora. Mas é preciso também fazer uma reflexão de
que palavras bonitas, experiências vividas, e comodismo, não resolverão o problema
da saúde no país. Os recursos precisam ser fiscalizados para que os
atendimentos às pessoas mais necessitadas cheguem de forma mais universalizada
como preconiza o SUS, e isso quando fazemos, é apenas usando os nossos velhos
argumentos em redes sociais no conforto da nossa poltrona. Quando existe um
chamamento para a luta, ninguém tem a verdadeira coragem de enfrentar. E não é
assim que podemos mudar as coisas. Tudo poderia ser bem diferente se saíssemos
do corporativismo das bandeiras desfraldadas. Começando aqui, pertinho de nós.
Aí eu pergunto: ARARIPINA ESTÁ
PREPARADA PARA RECEBER UMA FACULDADE DE MEDICINA?
Com a palavra; você!
Blog do Paixão