Trecho de cerca de 50 m da obra foi levado pela força das ondas em São Conrado, zona sul do Rio. Projeto de R$ 45 mi, a ciclovia Tim Maia foi saudada pelo prefeito Eduardo Paes como a 'mais bonita do mundo'
Dois homens morreram na manhã
desta quinta-feira com o desabamento de um trecho da ciclovia Tim Maia, na
Avenida Niemeyer, inaugurada em janeiro, na zona sul do Rio de Janeiro, segundo
o Corpo dos Bombeiros. A ciclovia, que é suspensa e corre junto ao mar, teve um
pedaço de mais de 50 metros arrancado pela ressaca do mar de São Conrado.
Uma das
vítimas foi identificada pelo cunhado. É Eduardo Marinho Albuquerque, de 54
anos. O outro homem tem entre 40 e 50 anos, mas ainda não foi reconhecido. O
Corpo de Bombeiros confirmou também que uma terceira pessoa está desaparecida.
Militares de dois quartéis e dos grupamentos marítimo e aéreo participam das
buscas.
A ciclovia
custou R$ 45 milhões, tem 3,9 quilômetros, 2,5 metros de largura, vai do Leblon
a São Conrado e foi inaugurada pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB-RJ) no dia 17
de janeiro, que usou um triciclo elétrico. Na ocasião, ele declarou que a obra
tinha "um efeito de integração incrível, já que juntou o bairro do Leblon
e São Conrado", e que tinha potencial para servir de trajeto para pessoas
que utilizam bicicleta para ir trabalhar. "É a ciclovia mais bonita do
mundo", disse, referindo-se à vista livre para o mar. O trecho inaugurado
foi o da primeira fase do Complexo Cicloviário Tim Maia, que irá até a Barra da
Tijuca.
Paes foi
avisado do desabamento assim que desembarcou na Grécia, para a cerimônia de
transporte da tocha olímpica, e decidiu retornar imediatamente ao Rio, como
informa a coluna Radar. Em nota, Paes afirmou
que "lamenta profundamente o acidente na ciclovia e se solidariza com as
famílias das vítimas e com todos os cariocas neste momento". "É
imperdoável o que aconteceu, já determinei a apuração imediata dos fatos e
estou voltando para o Brasil para acompanhar de perto."
A Avenida
Niemeyer foi interditada nos dois sentidos, informou o Centro de Operações da
Prefeitura do Rio. Os motoristas estão sendo orientados a seguir pela
Autoestrada Lagoa-Barra. Técnicos da Prefeitura ainda vão avaliar se há risco de
outros desabamentos na ciclovia.
Uma
combinação de fatores levou ao desabamento de parte da ciclovia. Para o
engenheiro da Coppe/UFRJ Moacyr Duarte, a direção e o tamanho das ondas (que
chegavam a dois metros), um relevo chapado que não formava uma barreira e a
existência de um muro embaixo da pista foram os motivos do acidente. A água
chegava com força e era lançada com muita pressão para cima, atingindo o trecho
que acabou caindo.
"Uma
combinação de fatores levou à queda da pista: a direção e o tamanho da onda, um
relevo mais chapado e, principalmente, a existência de um muro embaixo da
pista. Isso fez com que a água chegasse com força, batesse no muro e fosse
projetada para a cima. Essa conjunção só existe naquele trecho da pista",
afirma Duarte.
(Da redação, com Estadão Conteúdo, AFP e Agência Brasil)
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