O Domingão do Faustão abriu neste
domingo um longo bloco - anunciado a toda hora durante o programa - para o ator
José de Abreu dar sua versão sobre o episódio lamentável em que ele se envolveu
na última sexta-feira, 22. Durante jantar num restaurante japonês chique em São
Paulo, Abreu e sua mulher, Priscila, bateram boca sobre política com um
advogado acompanhado de sua respectiva mulher.
Petista de estilo agressivo nas
redes sociais, o ator teria se ofendido e reagiu de forma indefensável ao ser
chamado de "ladrão" pelo advogado: tascou uma cusparada nele e em sua
mulher. "Foi uma cusparada seca", contou Abreu no palco de Faustão,
minimizando o fato de ter tomado uns saquês e outros na noite da briga.
"Não
posso me arrepender de uma atitude que foi feita impensadamente", contou o
ator. "Foi a reação de um ser humano normal". Abreu sacou ainda de
uma justificativa supostamente feminista para seu mau comportamento: a revolta
com o tratamento dado a Priscila pela mulher do advogado. "Uma mulher que
chama a outra de vagabunda só por ser mulher não merece ser mulher",
atacou.
Faustão
tratou de realçar, em vários instantes, que a ideia de produzir uma versão do
quadro "Arquivo Confidencial" com José de Abreu vinha sendo
acalentada há mais de dois meses, quando ele ainda fazia o papel do chefe de
facção criminosa Gibson na novela A Regra do Jogo. O fato de a cusparada ter se
convertido na "maior polêmica da internet", nas palavras de Faustão,
levou à retomada da proposta - agora apresentada ao vivo.
Nos
bastidores da Globo, há quem diga que a emissora se zangou com o escândalo
chulo protagonizado por um artista conhecido de seu elenco. A vitrine no
Faustão seria uma chance de Zé de Abreu pedir desculpas em público e, assim,
evitar danos maiores à imagem da Globo. Só que isso não ocorreu - pelo
contrário. Após o tradicional prólogo com depoimentos familiares e de amigos de
juventude, o "Arquivo Confidencial" se voltou à polêmica do cuspe e à
polarização política no Brasil atual.
Abreu não
perdeu a chance de defender a presidente Dilma Rousseff, condenar o processo de
impeachment e criticar o Congresso Nacional em geral, e o PMDB de Michel Temer
e Eduardo Cunha em particular. Também não deixou de posar - logo ele, que
costuma usar as redes sociais para dar golpes abaixo da cintura dos adversários
- de grande defensor da tolerância política. No final, espertamente, ele
aproveitou o espaço nobre para defender o espírito justo e democrático de sua
empregadora, a Globo. É mesmo um ator.
(Da redação da Veja)
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