Estadão Conteúdo – Apresentada nesta terça-feira, 31, como a
nova gestora da Secretaria de Políticas para Mulheres, a ex-deputada federal
Fátima Pelaes (PMDB-AP) é evangélica e não concorda com a descriminalização do
aborto. Ela já se manifestou contra o procedimento inclusive em casos de
estupro, o que é permitido por lei no Brasil desde 1984.
Com perfil que destoa das posturas de suas antecessoras – que tinham
pautas mais liberais e alinhadas às do movimento feminista – a nova secretária,
socióloga e deputada federal por 20 anos, de 1991 a 2011, não levanta
“bandeiras contrárias aos valores bíblicos”, como o aborto e a constituição
livre de família. Ela assume o cargo dias após o caso de estupro coletivo no
Rio de Janeiro, que motivou protestos de mulheres em todo o País.
As opiniões de Pelaes não vêm desde sempre. Em entrevista à editora Casa
Publicadora das Assembleias de Deus, publicada três anos atrás, ela afirma que
até 2002 defendia a descriminalização do aborto e não via a família como um
projeto de Deus. Depois disso, porém, “conheceu Jesus” e passou a dizer que “o
direito de viver tem que ser dado para todos”.
A ex-deputada, presidente do núcleo feminino do PMDB, foi escolhida pelo
presidente em exercício, Michel Temer, após sugestão da bancada feminina da
Câmara. Na gestão de Dilma Rousseff, a secretaria tinha status de ministério,
mas atualmente está subordinada ao Ministério da Justiça e Cidadania Derrotada
nas eleições de 2014, Fátima Pelaes ficou até abril deste ano no cargo de
diretora administrativa da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia
(Sudam), sendo exonerada por Dilma depois que o PMDB rompeu com o governo.
Dinheiro
Fátima Pelaes também esteve envolvida em um escândalo sobre desvios de
dinheiro público do Ministério do Turismo, em 2011. Em depoimento à Polícia
Federal, uma sócia da Conectur – empresa fantasma que, na verdade, funcionava
em uma igreja evangélica – disse que a então deputada teria embolsado recursos
de emendas para financiar sua campanha à reeleição. Ela nega.
Ela ainda não foi oficialmente nomeada, mas participou nesta terça de
seu primeiro evento na gestão Temer. Ela dividiu a mesa com o presidente em
exercício e com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, em uma reunião com
os secretários de segurança dos Estados e do DF para definir reforços nas
medidas de combate à violência doméstica.
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