Operação Recomeço deflagrada nesta sexta, 24, apura suposta perda de recursos da ordem de R$ 90 milhões dos fundos de pensão
Estadão Conteúdo
A informação sobre o congelamento de ativos foi
divulgada no site da Procuradoria da República no Rio que deflagrou em conjunto
com a Polícia Federal a Operação Recomeço.
Acolhendo pedido dos procuradores, a 5.ª Vara
Federal Criminal do Rio ordenou a prisão de sete alvos – o ex-diretor
financeiro do Postalis Adilson Florêncio da Costa, dos sócios do Grupo Galileu
à epóca dos fatos Márcio André Mendes Costa e Ricardo Andrade Magro, os então
representantes legais da Universidade Gama Filho Paulo César Prado Ferreira da
Gama e Luiz Alfredo da Gama Botafogo Muniz, o ex-diretor do Grupo Galileo
Carlos Alberto Peregrino da Silva e o advogado Roberto Roland Rodrigues da
Silva Júnior.
A Recomeço aponta desvios na aquisição dos títulos
mobiliários. Além da prisão de sete investigados, a Justiça autorizou
buscas e apreensões em doze endereços – um em Brasília, um em São Paulo e dez
no Rio.
Segundo o Ministério Público Federal, em dezembro de
2010, o Grupo Galileo emitiu debêntures no valor de R$ 100 milhões para captar
recursos a fim de recuperar a recém-adquirida Universidade Gama Filho.
“As investigações encontraram fortes indícios de que
o dinheiro captado foi ilegalmente desviado para outros fins, em especial para
contas bancárias dos investigados, de terceiros e de pessoas jurídicas
relacionadas aos investigados, o que levou à quebra definitiva da Gama Filho e
da UniverCidade, também mantida pelo Grupo, e ao descredenciamento delas pelo
Ministério da Educação em 2014, com danos a milhares de estudantes”, diz o
texto divulgado no site da Procuradoria.
O esquema também teria prejudicado os fundos de
Pensão Postalis e Petros, que adquiriram em 2011 as debêntures do Grupo Galileo
confiando na recuperação da Gama Filho.
A operação causou perdas aos segurados no valor de
R$ 90 milhões e também foi apurada pela CPI dos Fundos de Pensão na Câmara dos
Deputados, cujo relatório final, aprovado em abril de 2016, concluiu pela
irregularidade da compra dos títulos mobiliários e apontou indícios de graves
ilícitos penais.
“A gravidade dos supostos crimes cometidos é
potencializada por dois fatores sociais cruéis: o prejuízo em suas
aposentadorias sofrido pelos segurados dos fundos de pensão afetados e o
irreversível dano que milhares de alunos das universidades Gama Filho e
UniverCidade tiveram que suportar em razão do conexo descredenciamento
efetivado pelo MEC por conta da ruína dessas instituições de ensino”, disse o
procurador regional da República Márcio Barra Lima.
Márcio Lima coordena com o procurador da República
Paulo Gomes o grupo de quatro procuradores mobilizados para a investigação
denominada Recomeço.
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