Ex-presidente do PSDB, morto em
2010, discutiu "a necessidade de concluir as investigações da CPI da
Petrobras de 2009 preferencialmente com um relatório 'genérico', sem a
responsabilização das pessoas"
O ex-presidente do
PSDB Sérgio Guerra (Crédito: Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Um vídeo entregue ao Ministério Público Federal, parte da denúncia
contra o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), mostra, em 2009, o então presidente
do PSDB Sérgio Guerra em uma reunião com o diretor de Abastecimento da
Petrobras naquele ano, Paulo Roberto Costa, o próprio Dudu da Fonte, o lobista
Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, um executivo da Queiroz Galvão,
Ildefonso Colares Filho, e um empreiteiro da Galvão Engenharia, Erton Medeiros.
Sérgio Guerra morreu em 2010. O procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, denunciou ao Supremo Tribunal Federal nesta quarta-feira, 22, Eduardo da
Fonte, por corrupção passiva, por intermediar a solicitação de R$ 10 milhões a
Paulo Roberto Costa para que o então senador Sérgio Guerra agisse para barrar a
CPI. Segundo a denúncia, a propina saiu de empresas participantes de esquema
instalado na Diretoria de Abastecimento da Petrobras.
Na denúncia, Janot afirma que Guerra era membro da CPI no Senado e atuou
para que os demais parlamentares do PSDB, partido presidido por ele na época e
então de oposição ao Governo, não aprofundassem as investigações. De acordo com
o procurador, Eduardo da Fonte “tinha conhecimento do esquema criminoso
instalado na Petrobras e interesse na sua manutenção, por isso participou de
toda a negociação para a solicitação e o acerto da propina”.
O deputado era do PP, partido responsável pela indicação e manutenção de
Paulo Roberto Costa no cargo de diretor e beneficiário de contratos firmados
por essa Diretoria.
“Como de praxe em situações dessa natureza, a conversa se deu, em muitas
passagens, em termos velados, isto é, não se dizia diretamente palavras como
‘propina’ nem ‘vantagem indevida’. Todavia, a simples realização da reunião (…)
não deixa dúvidas da ilicitude do que ali se tratava”, aponta a denúncia.
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