Mas,
se pudessem, homens e mulheres gostariam que o número fosse maior: a
expectativa média é de 5,5 relações por semana
Por Giulia
Vidale
De acordo com o levantamento,
se pudessem, homens e mulheres gostariam de ter, em média, 5,5 relações por
semana. (Thinkstock/VEJA/VEJA)
A frequência
sexual dos brasileiros é de, em média, 2,9 relações por semana. Mas, se
pudessem, homens e mulheres gostariam que esse número fosse quase o dobro: a
expectativa média é de 5,5 relações por semana. Ainda de acordo com a pesquisa
Mosaico 2.0, os homens têm mais relações sexuais semanais do que as mulheres:
3,15 contra 2,65. As expectativas também são mais altas na ala
masculina: homens gostariam de ter em média 6,48 relações por semana e
elas, 4,58.
Apesar dos
resultados, Carmita Abdo, responsável pela pesquisa e coordenadora do Projeto
Sexualidade (ProSex) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade
de Medicina da USP, afirma que a frequência sexual está diretamente relacionada
com a faixa etária e estado civil das pessoas. Entre os jovens, por exemplo,
essa frequência pode ser ainda menor, não por falta de vontade e nem de tempo,
mas pela ausência de um local adequado ou das condições econômicas necessárias.
Já os adultos em relações estáveis têm o lugar e a vontade, mas podem
desanimar por causa excesso de trabalho, preocupações com o orçamento
doméstico e os filhos. Já na terceira idade, as principais dificuldades
estão relacionadas ao envelhecimento.
O
levantamento, que é uma atualização da pesquisa Mosaico Brasil, realizada em
2008, revelou ainda que 9% dos brasileiros entre 18 e 70 anos não fazem sexo:
7% são mulheres e 2% homens.
Número de parceiros
O estudo
mostrou que os homens têm mais parceiros sexuais do que as mulheres.
Questionados sobre o número de parceiros nos últimos 12 meses, os homens
relataram ter tido em média 2,12 parceiros e as mulheres, 1,27.
Enquanto 2,9%
dos homens disseram ter feito sexo com cinco pessoas no último ano, isso
aconteceu com apenas 0,9% das mulheres. De acordo com Carmita, houve uma
mudança perceptível no comportamento das mulheres comparação com 2008. No
levantamento atual, 57,1% das mulheres disseram que fariam sexo com alguém só
por atração, contra 43% em 2008. No caso dos homens, 76,4% fizeram essa
afirmação.
“Acredito
que a mudança de comportamento das mulheres que estamos vendo hoje
seja resultado da pílula anticoncepcional e de outras revoluções que permitiram
maior liberdade à mulher.”, afirma Carmita.
A idade média
de início da vida sexual é 16,97 anos para os homens e 18,48 para as mulheres.
A iniciação sexual antes dos 14 anos foi relatada por 13,6% dos entrevistados.
Por outro lado, 4,5% das pessoas tiveram a primeira relação sexual entre
25 e 35 anos.
Quanto ao
parceiro, a maioria das mulheres (75,5%) disse ter iniciado a vida sexual com
um namorado. Entre os homens, apenas 40,8% afirmaram o mesmo.
Sobre
expectativas, a primeira vez foi mais frustrante para as mulheres do que para
os homens. Para 47,8% das mulheres, a primeira relação sexual foi pior do que
imaginavam ou foi muito ruim. O mesmo vale para 25,5% dos homens. Já para 22,4%
deles o acontecimento foi melhor do que esperavam. O mesmo aconteceu para 9,9%
delas.
Principais preocupações
A principal
preocupação dos homens em relação ao sexo é não satisfazer a parceira. Já para
as mulheres, é pegar uma doença sexualmente transmissível (DST) – a
segunda maior preocupação masculina. O grande problema é que, apesar disso, o
uso do preservativo – única forma de prevenção – ainda é frequentemente
negligenciado: apenas 27,9% dos participantes afirmou usar preservativo em
todas as relações.
“É bom saber que as mulheres estão preocupadas com a saúde, mas é preocupante
ver que, apesar disso, o índice de uso do preservativo continua baixo.”,
ressalta a coordenadora.
Dificuldades
sexuais
As disfunções
sexuais são frequentes entre os brasileiros. Mais de um terço dos homens
relataram dificuldades para ter e manter uma ereção. A dificuldade de controlar
a ejaculação também apareceu para 45,1% deles e o baixo desejo sexual é uma
realidade para quase 40% dos homens.
Entre as
mulheres chama a atenção a dificuldade para alcançar o orgasmo, condição que
afeta quase metade das entrevistadas (43%), de forma leve à grave. O problema é
mais frequente nas mulheres com idades entre 18 e 40 anos. Do total, 32,5%
das mulheres sentem dificuldades em se interessar por sexo, especialmente
aquelas entre 26 e 40 anos.
Sexo ou Amor
A maioria dos
entrevistados (56%) disse fazer distinção entre vida afetiva e sexual. Essa
percepção é mais acentuada entre os homens (59,7%) do que entre as mulheres
(51%). Segundo a pesquisa, 47,7% das pessoas declararam estar realizadas
em ambas as esferas. Analisando isoladamente os fatores, tanto sexualmente como
afetivamente, os homens estão mais realizados do que as mulheres: 50,8% contra
44,4%.
“Muitas
mulheres temem julgamentos relacionados a certos comportamentos sexuais, o que
faz com que elas limitem o próprio prazer. Não é tão fácil nem tão rápido se
libertar de padrões anteriormente impostos”, comenta a pesquisadora.
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