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Tânia Rêgo – Agência Brasil
Do Blog do Jamildo
Do Blog do Jamildo
As diligências de campo da Polícia
Federal em Pernambuco, no bojo da Operação Turbulência,
descobriram, em relação ao lote de empresas relacionadas com o cabeça do esquema Apolo Santana
Vieira, que elas eram fantasmas e funcionavam em locais inusitados,
como um central de medicamentos e até um distribuidora de bebidas.
Apolo Santana Vieira é um dos
líderes do grupo desbaratado pela PF
de Pernambuco no dia 21 de junho. Além dele, também foram presos os
empresários Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho e Eduardo Freire Bezerra Leite,
também apontados como cabeças do esquema de desvios de recursos públicos, com
objetivo de financiar campanhas eleitorais.
Em comum, três das quatro empresas
ligadas a Apolo Vieira tinham no papel relação com o mercado de pneus. Ainda em
2009, o Ministério Público em Pernambuco denunciou o empresário por um suposto
esquema de fraudes na importação de pneus, que renderam prejuízos de R$ 100
milhões. O processo corre até hoje na Justiça federal do Estado.
A empresa A. M. Pontes Pneus LTDA também
é apresentada pela PF como uma empresa fantasma. As iniciais pertencem a
Antônio Martins de Pontes, apontado como laranja do esquema. Além de residir em
um local humilde, entre os anos de 2006 e 2015 ele apresentou média salarial de
um a três salários mínimos.
“Os dados, portanto, são incompatíveis com as
movimentações milionárias detectadas em sua suposta empresa” descreve a PF.
“Como se não bastasse, chama a atenção
que Antônio Martins Pontes, ao menos entre 2005 a outubro de 2015, manteve
vínculos empregatícios em outras empresas envolvidas na investigação (como
Tonimar de Araújo Ribeiro, bandeirantes Distribuidora de Pneus e TS Comércio,
Importação e Exportação)”, observa a autoridade policial.
A Polícia Federal descobriu que a
empresa estava já baixada, não estava mais ativa e que em seu endereço
funcionava a empresa America Farma Medicamentos. Memso assim, a A. M. Pontes
realizou diversas operações suspeitas, sendo a maior parte delas por meio de
emissão de títulos. Nestes títulos, figuravam como beneficiários diversas
pessoas que integravam a organização criminosa, principalmente os líderes João
Carlos Pessoa de Melo Filho e Eduardo freire Bezerra Leite, além de empresas
vinculadas a eles.
A outra empresa citada é a Tonimar
de Araujo Ribeiro ME, igualmente da área de pneus, como a Bandeirantes, também
é uma empresa fantasma. De acordo com os agentes da PF o endereço da empresa
fantasma é o mesmo onde de fato funciona a America Farma Medicamentos LTDA.
O sócio laranja em questão chama-se
Tonimar de Araujo Ribeiro. De acordo com a investigação, ele mora em um local
que não guarda consonância com os valores vultosos movimentados por sua suposta
empresas.
Na sua conta, a COAF comunicou que sua
empresa emitiu 13 títulos no valor de R$ 2,1 milhões, todos no ano de 2015.
Todos os títulos tinham como beneficiária a empresa M. S. Pescados, que também
participada do esquema.
Mera coincidência que duas das empresas
fantasma funcionem no mesmo local de uma distribuidora de medicamentos? Pode
ser. No entanto, a PF descobriu uma estranha ligação.
A empresa TS Comércio, Importação e
Exportação, apontada como relacionada ao esquema da Operação Turbulência, já
teve em seus quadro societário Tânia Maria Ribeiro. A mesma mulher integra, atualmente,
o quadro societário da empresa America Farma Ltda, que etsá instalada no mesmo
endereço de papel das empresas A. M. Pontes e Tonimar Pneus.
Depois da Turbulência, em Pernambuco, a
Polícia Federal colocou na rua uma operação para investigar suposto desvio na
área de medicamentos.
Pescados, sempre os pescados
A quarta empresa ligada ao empresário
Apolo Vieira, na operação Turbulência, chama-se M.S. Pescados e tem a sua
esposa Diana Margarida Ferry Vieira como uma dos dois sócios. O outro é
um laranja, de nome Paulo Gustavo Cruz Sampaio. Ele é denominado assim pela PF
porque possui vínculos empregatícios com a empresa D’Marcas Comércio LTDA. A
empresa pertence a Apolo Vieira e seu sócio italiano Matteo Bologna. A D’Marcas
é uma das empresas processadas pelo MPF, na denuncia do esquema de pneus de
Suape.
O dado mais curioso em relação a M. S.
Pescados é que, no seu endereço, funciona a Qualimar Comércio importação e
Exportação. Oficialmente, os documentos não afirmam que ela é uma das empresas
investigadas.
No começo do caso, um pescador humilde
do Recife foi apontado como o comprador do avião, mas depois ele se disse
enganado.
Central de bebidas
No esquema de fraudes da Operação
Turbulência, os investigadores acharam uma descoberta intrigante. Até uma
empresa de bebidas foi usada para receber recursos e ajudar a camuflar o
suposto desvio. O nome dela é Felizz Distribuidora de Bebidas, que tem como
sócia Cassia Diniz de Mattos Abrantes.
A empresa estaria supostamente fechada
há dois anos, mas teria realizado operações expressivas com a já famosa Câmara
e Vasconcelos, que era controlada no papel pelo testa de ferro Paulo César
Morato.
“A operação chama a atenção pelos altos
valores envolvidos e por não ser usual que uma distribuidora de bebidas receba
recursos desta monta de uma empresa fantasma”, afirmam, referindo-se a aportes
de R$ 161 mil e até R$ 542 mil.
Nesta segunda-feira, o Blog de Jamildo já reportou o caso da West Pneus, com
sede em Goiás e que é suspeita de integrar o esquema local.
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