terça-feira, julho 12, 2016

Presos da Operação Turbulência tiveram acesso a telefone e computador no Cotel

Coluna Pinga-Fogo / JC

Segundo a Seres, detento falicitou acesso de computadores e telefones aos presos da Operação Turbulência. Foto: Arquivo JC

Os empresários presos na Operação Turbulência, deflagrada pela Polícia Federal, usaram computadores e telefones fixos dentro do Centro de Observação e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima. Um detento da unidade prisional, onde estão os quatro suspeitos desde o último dia 21, teria facilitado o uso dos aparelhos, cujo acesso é restrito apenas aos agentes penitenciários e outros funcionários autorizados pela direção.

O uso dos computadores e telefones aconteceu na mesma noite em que João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite, Apolo Santana Vieira e Arthur Roberto Lapa Rosal foram presos na Operação Turbulência. Segundo agentes penitenciários, os presos teriam aproveitado a oportunidade para realizar até transferências bancárias. Várias ligações também foram feitas para parentes e outros contatos dos empresários. Tudo dentro do setor de saúde da unidade prisional e sem qualquer vigilância.
Somente após horas de uso, o chefe de segurança do Cotel teria tomado conhecimento da irregularidade. O detento responsável, identificado apenas como Marcos, foi isolado dos demais. Já os empresários foram encaminhados de volta às celas especiais. Eles tiveram o benefício porquealegaram, à época, ter diploma de ensino superior. Nenhum deles sofreu punição.
O episódio até então era mantido sob sigilo absoluto pela Secretaria-Executiva de Ressocialização (Seres), mas foi confirmado ontem após o Ronda JC ter acesso à denúncia. Em nota oficial, a assessoria de comunicação da Seres informou que “tomou as devidas providências com relação ao fato, inclusive com o encaminhamento de um reeducando concessionado (que trabalha) ao conselho disciplinar”.
Os quatro suspeitos foram presos na Operação Turbulência sob suspeita de lavagem de dinheiro que teria movimentado mais de R$ 600 milhões. As investigações tiveram início após a queda do avião usado pelo ex-governador e presidenciável Eduardo Campos, em agosto de 2014. A Polícia Federal descobriu que empresas envolvidas na compra do jato seriam de fachada.

Um quinto suspeito, Paulo César Morato, foi encontrado morto dentro de um quarto de motel em Olinda, no dia seguinte à operação. A morte dele, por envenenamento, segue sob investigação da Polícia Civil para confirmar se foi um suicídio ou homicídio. Oito pen drives, três celulares e envelopes de depósitos bancários foram encontrados no quarto e estão sendo analisados pela Polícia Federal.

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