Coluna Pinga-Fogo / JC
Segundo
a Seres, detento falicitou acesso de computadores e telefones aos presos da
Operação Turbulência. Foto: Arquivo JC
Os empresários presos na Operação
Turbulência, deflagrada pela Polícia Federal, usaram
computadores e telefones fixos dentro do Centro de Observação e Triagem
(Cotel), em Abreu e Lima. Um detento da unidade prisional, onde estão os quatro
suspeitos desde o último dia 21, teria facilitado o uso dos aparelhos, cujo
acesso é restrito apenas aos agentes penitenciários e outros funcionários
autorizados pela direção.
O uso dos computadores e telefones
aconteceu na mesma noite em que João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho, Eduardo
Freire Bezerra Leite, Apolo Santana Vieira e Arthur Roberto Lapa Rosal foram
presos na Operação Turbulência. Segundo agentes penitenciários, os presos
teriam aproveitado a oportunidade para realizar até transferências bancárias.
Várias ligações também foram feitas para parentes e outros contatos dos
empresários. Tudo dentro do setor de saúde da unidade prisional e sem qualquer
vigilância.
Somente após horas de uso, o chefe de
segurança do Cotel teria tomado conhecimento da irregularidade. O detento
responsável, identificado apenas como Marcos, foi isolado dos demais. Já os
empresários foram encaminhados de volta às celas especiais. Eles tiveram o
benefício porquealegaram, à época, ter diploma de ensino superior. Nenhum deles
sofreu punição.
O episódio até então era mantido sob
sigilo absoluto pela Secretaria-Executiva de Ressocialização (Seres), mas foi
confirmado ontem após o Ronda JC ter acesso à denúncia. Em nota
oficial, a assessoria de comunicação da Seres informou que “tomou as devidas
providências com relação ao fato, inclusive com o encaminhamento de um
reeducando concessionado (que trabalha) ao conselho disciplinar”.
Os quatro suspeitos foram presos na Operação
Turbulência sob suspeita de lavagem de dinheiro que teria movimentado mais de
R$ 600 milhões. As investigações tiveram início após a queda do avião usado
pelo ex-governador e presidenciável Eduardo Campos, em agosto de 2014. A
Polícia Federal descobriu que empresas envolvidas na compra do jato seriam de
fachada.
Um quinto suspeito, Paulo César Morato,
foi encontrado morto dentro de um quarto de motel em Olinda, no dia seguinte à
operação. A morte dele, por envenenamento, segue sob investigação da Polícia
Civil para confirmar se foi um suicídio ou homicídio. Oito
pen drives, três celulares e envelopes de depósitos bancários foram encontrados
no quarto e estão sendo analisados pela Polícia Federal.
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