Cineasta estava internado no Sírio
Libanês e teve uma parada cardíaca.
Argentino naturalizado brasileiro, ele dirigiu 'Pixote' e 'Carandiru'.
Do G1, em São Paulo
Hector
Babenco tinha 70 anos e teve uma parada cardíaca (Foto: Aline Arruda/
Divulgação Paulinia Film Festival)
O
cineasta Hector Babenco morreu após parada cardíaca na noite desta quarta-feira
(13) em São Paulo. Nascido na Argentina, mas naturalizado brasileiro, Babenco
tinha 70 anos e havia sido indicado ao Oscar de melhor diretor pelo filme
"O beijo da mulher aranha", de 1985. Também dirigiu clássicos como
"Pixote" (1982) e "Lúcio Flavio, o passageiro da agonia"
(1977).
Ele
estava internado no Hospital Sírio Libanês desde terça para tratar uma
sinusite, segundo sua filha, a fotógrafa Janka Babenco. “Ele já estava com o
corpo cansado e teve a parada cardiorrespiratória. Foi tudo muito simples,
muito básico”, disse Janka.
Ela afirmou que
Babenco, como pai, era “lindo”, “o melhor de todos”. “Ele já tinha cumprido sua
carreira de 40 anos. Faz parte da história de cinema desse país”, completou
Janka.
Além
de Janka, Babenco deixa mais uma filha, dois netos e a esposa, a atriz Bárbara Paz, com quem era casado desde
2010.
O
velório será nesta sexta-feira (15), na Cinemateca, em São Paulo, das 10h às
15h. Depois disso, o corpo do cineasta será cremado no cemitério Horto da Paz,
em Itapecerica da Serra, em uma cerimônia apenas para familiares e amigos.
'O Rei da Noite'
Nascido na Argentina em 1946, Babenco se naturalizou brasileiro em 1977. Fez aqui uma carreira com filmes de peso. O primeiro longa-metragem foi "O rei da noite" (1975).
Nascido na Argentina em 1946, Babenco se naturalizou brasileiro em 1977. Fez aqui uma carreira com filmes de peso. O primeiro longa-metragem foi "O rei da noite" (1975).
Estrelado
por Paulo José e Marilia Pêra, o longa mostra a história de Tertuliano, narrada
por ele mesmo, desde sua infância até a velhice. Nascido em uma família
paulistana tradicional mas já arruinada, Tertuliano tem de conviver com a
doença mental do pai, o ocaso familiar e uma série de casos amorosos.
'O Beijo da Mulher-Aranha'
Um dos principais trabalhos de Babenco é "O beijo da Mulher-Aranha" (1985), pelo qual foi indicado ao Oscar de melhor diretor. O longa rendeu o Oscar de melhor ator a William Hurt. Além disso, o filme concorreu nas categorias de roteiro adaptado e de melhor filme. Sônia Braga e Raul Julia ("Família Adams") também estavam no elenco.
Baseada
no livro homônimo de Manuel Puig, a história se passa num presídio de um país
latino-americano, em que um militante de esquerda e um homossexual dividem uma
cela.
'Pixote'
Entre os clássicos de Hector Babenco estão o "Lúcio Flávio, o passageiro da agonia" (1977) e o filme "Pixote, a lei do mais fraco" (1982).
Entre os clássicos de Hector Babenco estão o "Lúcio Flávio, o passageiro da agonia" (1977) e o filme "Pixote, a lei do mais fraco" (1982).
"Pixote"
conta a história de um garoto que faz parte de um grupo de crianças de rua que,
após sofrer muito em um reformatório, faz aliança com uma prostituta, papel de
Marília Pera.
Na
vida real, "Pixote" terminou em tragédia. O ator Fernando Ramos da
Silva, que interpreta protagonista do filme, acabou não seguindo carreira. Sete
anos após o lançamento do filme, foi assassinado por policiais em São Paulo.
'Meu Amigo Hindu'
Babenco havia realizado um transplante de medula nos anos 1990 para tratar um linfoma linfático, experiência da qual nasceu o filme autobiográfico "Meu Amigo Hindu", de 2015, sobre um diretor com câncer em estado terminal que quer filmar um último longa.
Babenco havia realizado um transplante de medula nos anos 1990 para tratar um linfoma linfático, experiência da qual nasceu o filme autobiográfico "Meu Amigo Hindu", de 2015, sobre um diretor com câncer em estado terminal que quer filmar um último longa.
Ultimo
filme dele, “Meu Amigo Hindu” tem como protagonista o diretor de cinema Diego
(Willem Dafoe), que enfrenta um câncer linfático. O cineasta falou ao Fantástico sobre o filme.
Quando
confrontado pela Morte (Selton
Mello), ele expressa só um desejo: realizar mais um filme. Já o
título vem da referência a um garoto indiano que conhece nos Estados Unidos,
que também passa por tratamento, e junto de Diego encontra uma saída lúdica
para enfrentar a doença.
Morre aos 70 anos o diretor Hector Babenco
Argentino radicado no Brasil e casado com Barbara
Paz assinou longas como 'Carandiru' (2003), 'Pixote' (1981) e 'O Beijo da
Mulher Aranha' (1985)
Por Da
redação / Veja
O diretor de cinema Héctor Babenco (Gareth Cattermole/Getty Images)
Morreu na noite desta quarta-feira, de parada cardíaca, o cineasta
Hector Babenco. Argentino radicado no Brasil há cinquenta anos, Babenco tinha
70 e era casado com a atriz Barbara Paz.
A morte foi anunciada
pela Galeria Raquel Arnaud, empreendimento de sua ex-mulher, que dá
nome ao local, e estabelecimento onde trabalha a sua filha, Myra. “É com
grande pesar que comunicamos o falecimento de Hector Babenco, pai de nossa diretora
associada Myra Arnaud Babenco. A Galeria estará fechada ao público hoje e
amanhã. Informaçōes sobre velório serão comunicadas assim que as
tivermos”, diz comunicado na página da Galeria Raquel Arnaud no Facebook.
Naturalizado brasileiro
aos 31 anos, o diretor se tornou um dos principais nomes do cinema nacional,
com filmes como Pixote
– a Lei do Mais Fraco (1981), sobre a situação dos meninos de
rua, O Beijo da Mulher Aranha (1985), que projetou Sonia Braga no
exterior, e Carandiru (2003),
baseado no livro de Drauzio Varella sobre a sua experiência como médico da
penitenciária, famosa por ter sido palco de um massacre em 1992.
Ele foi
indicado ao Oscar de Melhor Diretor por O
Beijo da Mulher Aranha, e três de seus filmes — O Beijo, Coração Iluminado (1998)
e Carandiru — disputaram a Palma de Ouro em
Cannes.
São dele,
também, Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia (1977), Ironweed (1987) e Brincando nos Campos do Senhor (1991).
Neste ano,
Babenco lançou o autobiográfico Meu Amigo Hindu, em que lembra a sua luta contra um
câncer e os seus relacionamentos amorosos. O longa, que conta com Willem Dafoe e Maria Fernanda Cândido, tem uma citação a Ingmar Bergman,
com a entrada em cena da morte, papel de Selton Mello, que aparece para
jogar xadrez com ele.
Atriz Bárbara Paz ao lado do cineasta Hector Babenco, durante coquetel de abertura da exposição "A Conquista da Lua" de Nino Cais, na Central Galeria de Arte, em São Paulo (Bruno Polleti/Folhapress)
Hector Babenco posa para divulgação do filme Carandiru, dirigido por ele, para o Festival de Cinema Sundance (Carlo Allegri/Getty Images)
Diretores Hector Babenco e Julian Schnabel comparecem ao Festival Tribeca de Cinema, pelo filme Carandiru - 2004 (Thos Robinson/Getty Images)
Hector Babenco e Rodrigo Santoro comparecem ao Festival Tribeca de Cinema, em que o filme Carandiru, dirigido por Babenco, foi nomeado - 2004 (Thos Robinson/Getty Images)
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