sábado, julho 02, 2016

Polícia faz nova perícia em motel onde empresário foi achado morto

Trabalho foi realizado neste sábado (2) no estabelecimento em Olinda.
Delegada e peritos chegaram ao local às 10h e saíram

 

Do G1 PE



Polícia realizou nova perícia no motel em Olinda onde o empresário foi encontrado morto (Foto: Bruno Marinho / G1)

Dez dias depois da morte do empresário Paulo Cesar Barros Morato, 49 anos,  a Polícia Científica de Pernambuco realiza, neste sábado (2), uma perícia complementar no quarto do motel, em Olinda, no Grande Recife, onde o corpo foi achado, no dia 22 de junho à noite. A delegada Gleide Angelo, responsável pela investigação, a perita Vanja Coelho e uma equipe chegaram ao local por volta das 10h, em carros descaracterizados para não chamar a atenção. Por volta das 13h30, todos deixaram o estabelecimento. 


O trabalho dos peritos foi alvo de polêmica. O Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco(Sinpol) denunciou que  a investigação foi prejudicada por ingerência de autoridades do estado, que teriam impedido a execução de uma segunda vistoria no local, um dia depois de o cadáver ser encontrado.

Morato é alvo de Operação Turbulência, desencadeada no dia 21 de junho pela Polícia Federal (PF). Ele, de acordo com a corporação, integraria um grupo responsável pelo desvio de dinheiro público  para pagamento de propinas. O grupo é suspeito de ter movimentado R$ 600 milhões.

O esquema teria ligação com a compra do avião usado pelo ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) durante a campanha presidencial de 2014. O jato caiu em Santos (SP) e matou o presidenciável e a comitiva.
Neste sábado, os peritos voltaram ao motel para procurar novas pistas para tentar elucidar as circunstâncias da morte de Morato. Na quinta-feira (30), a Secretaria de Defesa Social (SDS) divulgou que exames toxicológicos tinham encontrado a presença de veneno de rato conhecido popularmente como chumbinho no cadáver.  A SDS informou, no entanto, que só poderia esclarecer como aconteceu a morte depois da finalização de outros testes.

Um dos exames chegou a ser feito na Paraíba. Um dos equipamentos da Polícia Científica estava quebrado, obrigando o envio de parte das vísceras para o estado vizinho. Isso aumentou ainda mais a polêmica sobre o caso.
Por causa desses problemas, partidos de posição ao PSB em Pernambuco solicitaram ao Ministério Público Federal a federalização das investigações. Durante evento no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo pernambucano, o governador Paulo Câmara (PSB) disse que era contrário ao processo de federalização. Garantiu confiar no trabalho da Polícia Civil. A PF disse que aguarda o fim da apuração feita pelos policiais do estado.


(Foto: Divulgação/Polícia Federa Turbulência)

Turbulência
A Operação Turbulência investiga uma organização criminosa suspeita de lavagem de dinheiro, que pode ter financiado a campanha política do ex-governador Eduardo Campos, morto em 2014. Quatro pessoas foram presas - Eduardo Freire Bezerra Leite, Arthur Roberto Lapa Rosal, Apolo Santana Vieira e João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho. O inquérito aponta que Campos e o senador Fernando Bezerra Coelho receberam propina do dono do avião, João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho.

Na sexta-feira (1º), os quatro detidos na Operação Turublência foram levados para uma ala de presos comuns no Centro de Triagem e Observação Criminológica Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife. Em nota, a Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) informou que a transferência aconteceu uma vez que expirou o prazo para a entrega de documentação que comprove a conclusão de ensino superior.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Morato era o “verdadeiro responsável pela empresa Câmara & Vasconcelos Locação e Terraplanagem LTDA”. Segundo o inquérito da PF, por meio desta e outras pessoas jurídicas, Morato teria “aportado recursos para a compra da aeronave PR-AFA (que caiu com Campos, em 2014) e recebido recursos milionários provenientes de empresas de fachada utilizadas nos esquemas de lavagem de dinheiro, engendrados por Alberto Yousseff, Rodrigo Morales e Roberto Trombeta, além de provenientes da construtora OAS”.

A Câmara & Vasconcelos é apontada pelo inquérito como a empresa que recebe da OAS o montante de R$ 18.858.978,16. O documento afirma que "chama a atenção" o repasse de recursos milionários de quase R$ 19 milhões para "uma empresa fantasma, a qual possui 'laranjas' confessos em sua composição societária, o que representa um claro indicativo de lavagem de dinheiro".

Até o fim da manhã deste sábado, o corpo de Morato ainda estava no Instituto de Medicina Legal (IML), em Santo Amaro, na área central do Recife, aguardando a chegada de parentes para providenciar o enterro. O cadáver está liberado oficialmente pelos peritos desde sexta-feira (1º).


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