Trabalho foi
realizado neste sábado (2) no estabelecimento em Olinda.
Delegada e peritos chegaram ao local às 10h e saíram
Do
G1 PE
Polícia realizou nova
perícia no motel em Olinda onde o empresário foi encontrado morto (Foto: Bruno
Marinho / G1)
Dez dias depois da morte do
empresário Paulo Cesar Barros Morato, 49 anos,
a Polícia Científica de Pernambuco realiza, neste sábado (2), uma perícia
complementar no quarto do motel, em Olinda, no Grande Recife, onde o corpo foi
achado, no dia 22 de junho à noite. A delegada Gleide Angelo, responsável pela
investigação, a perita Vanja Coelho e uma equipe chegaram ao local por volta
das 10h, em carros descaracterizados para não chamar a atenção. Por volta das
13h30, todos deixaram o estabelecimento.
O trabalho dos
peritos foi alvo de polêmica. O Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco(Sinpol) denunciou que a
investigação foi prejudicada por ingerência de autoridades do estado, que
teriam impedido a execução de uma segunda vistoria no local, um dia depois de o
cadáver ser encontrado.
Morato é alvo de Operação
Turbulência, desencadeada no dia 21 de junho pela Polícia Federal (PF). Ele, de
acordo com a corporação, integraria um grupo responsável pelo desvio de
dinheiro público para pagamento de propinas. O grupo é suspeito de ter
movimentado R$ 600 milhões.
O esquema teria
ligação com a compra do avião usado pelo ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) durante a campanha presidencial
de 2014. O jato caiu em Santos (SP) e matou o presidenciável e a comitiva.
Neste sábado,
os peritos voltaram ao motel para procurar novas pistas para tentar elucidar as
circunstâncias da morte de Morato. Na quinta-feira (30), a Secretaria de Defesa
Social (SDS) divulgou que exames toxicológicos tinham encontrado a
presença de veneno de rato conhecido popularmente como chumbinho no cadáver.
A SDS informou, no entanto, que só poderia esclarecer como aconteceu a morte
depois da finalização de outros testes.
Um dos exames chegou a ser feito na Paraíba. Um dos equipamentos da Polícia
Científica estava quebrado, obrigando o envio de parte das vísceras para o
estado vizinho. Isso aumentou ainda mais a polêmica sobre o caso.
Por causa
desses problemas, partidos de posição ao PSB em Pernambuco solicitaram ao
Ministério Público Federal a federalização das investigações. Durante evento no
Palácio do Campo das Princesas, sede do governo pernambucano, o governador
Paulo Câmara (PSB) disse que era contrário ao processo de federalização.
Garantiu confiar no trabalho da Polícia Civil. A PF disse que aguarda o fim da
apuração feita pelos policiais do estado.
(Foto: Divulgação/Polícia Federa Turbulência)
Turbulência
A Operação Turbulência investiga uma organização criminosa suspeita de lavagem de dinheiro, que pode ter financiado a campanha política do ex-governador Eduardo Campos, morto em 2014. Quatro pessoas foram presas - Eduardo Freire Bezerra Leite, Arthur Roberto Lapa Rosal, Apolo Santana Vieira e João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho. O inquérito aponta que Campos e o senador Fernando Bezerra Coelho receberam propina do dono do avião, João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho.
A Operação Turbulência investiga uma organização criminosa suspeita de lavagem de dinheiro, que pode ter financiado a campanha política do ex-governador Eduardo Campos, morto em 2014. Quatro pessoas foram presas - Eduardo Freire Bezerra Leite, Arthur Roberto Lapa Rosal, Apolo Santana Vieira e João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho. O inquérito aponta que Campos e o senador Fernando Bezerra Coelho receberam propina do dono do avião, João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho.
Na sexta-feira
(1º), os quatro detidos na Operação Turublência foram levados para uma ala de
presos comuns no Centro de Triagem e Observação Criminológica Professor
Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife. Em nota, a Secretaria Executiva de
Ressocialização (Seres) informou que a transferência aconteceu uma vez que
expirou o prazo para a entrega de documentação que comprove a conclusão de
ensino superior.
De acordo com o
Ministério Público Federal (MPF), Morato era o “verdadeiro responsável pela
empresa Câmara & Vasconcelos Locação e Terraplanagem LTDA”. Segundo o
inquérito da PF, por meio desta e outras pessoas jurídicas, Morato teria
“aportado recursos para a compra da aeronave PR-AFA (que caiu com Campos, em
2014) e recebido recursos milionários provenientes de empresas de fachada
utilizadas nos esquemas de lavagem de dinheiro, engendrados por Alberto
Yousseff, Rodrigo Morales e Roberto Trombeta, além de provenientes da construtora
OAS”.
A Câmara &
Vasconcelos é apontada pelo inquérito como a empresa que recebe da OAS o
montante de R$ 18.858.978,16. O documento afirma que "chama a
atenção" o repasse de recursos milionários de quase R$ 19 milhões para
"uma empresa fantasma, a qual possui 'laranjas' confessos em sua
composição societária, o que representa um claro indicativo de lavagem de
dinheiro".
Até o fim da
manhã deste sábado, o corpo de Morato ainda estava no Instituto de Medicina
Legal (IML), em Santo Amaro, na área central do Recife, aguardando a chegada de
parentes para providenciar o enterro. O cadáver está liberado oficialmente
pelos peritos desde sexta-feira (1º).
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