Renan Calheiros, outros senadores e o líder do governo Michel Temer na Câmara, André Moura, também participaram das conversas para tentar aprovar anistia
Deputados e senadores afirmaram que havia o acerto para que Renan colocasse o tema em votação ontem no Senado, caso a Câmara o aprovasse na noite anterior
Deputados e senadores relataram que o
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), outros senadores e o líder do
governo Michel Temer na Câmara, André Moura (PSC-SE), também participaram das
conversas para tentar aprovar uma anistia aos políticos alvos da Operação Lava
Jato. A manobra que envolveu líderes dos principais partidos no Congresso,
governistas e de oposição, acabou sendo abortada na noite da última
segunda-feira (19).
Na ocasião, o plenário da Câmara
Federal tentou aprovar de surpresa projeto tipificando o crime de caixa dois
(dinheiro de campanha não declarado à Justiça), com o objetivo oculto de
anistiar aqueles que o praticaram até então. Após reação, porém, a sessão foi
encerrada sem que o texto do projeto viesse à público.
Deputados e senadores afirmaram que
havia o acerto para que Renan colocasse o tema em votação ontem no Senado, caso
a Câmara o aprovasse na noite anterior. “Fomos enganados. Fomos chamados para
uma sessão do Congresso. Ninguém falou sobre esse projeto. Óbvio que tem o dedo
do Senado, houve uma fraude”, afirmou o vice-presidente do Conselho de Ética da
Câmara, Sandro Alex (PSD-PR). Em entrevista ontem, Renan negou qualquer
participação ou conhecimento das negociações.
Partidos
A articulação pró-anistia contou com a
participação do PSDB, PP, PMDB, PR e PT, entre outros. O presidente da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), que está interinamente na Presidência da República, deu
aval para a votação, mas negou tentativa de anistia. O texto do projeto
circulou nas mãos de poucas pessoas, entre elas o ex-líder do PSDB, Carlos
Sampaio, aliado do senador tucano, Aécio Neves. O PSDB nacional negou ter
conhecimento do tema.
“O projeto foi defendido por vários
líderes, do PT, do PSDB, de partidos do ‘centrão’, vários. Não posso nominar um
a um porque eu seria leviano, mas todos os líderes sabiam do projeto”, disse o
deputado Beto Mansur (PRB-SP), primeiro-secretário da Câmara, que presidiu a
sessão de segunda-feira Ele negou participação no acerto. “Olhei pro plenário,
não vi os líderes que defendiam o projeto então falei: ‘Vou tirar essa merda de
pauta porque não vou ser eu a me desgastar com uma coisa que eu não tenho nada
a ver’”, reclamou
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