Ex-executivo João Pacífico relatou esquema de fixação artificial de
preços para realização de obra. Delator citou ainda repasse de R$ 5 milhões em
vantagem indevida entre 2007 e 2012.
Por
G1 PE
O ex-governador
de Pernambuco Eduardo Campos, morto em um acidente de avião em 2014, é citado
em delações premiadas
enviadas pela Procuradoria-Geral da República ao ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal
(STF). Na petição 6.724, o delator João Antônio Pacífico
Ferreira, ex-diretor da Odebrecht, fala sobre um esquema de fixação artificial
de preços na obra do Adutor Pirapama, no Grande Recife.
Segundo os
relatos, diversas empresas abusaram de seu poder econômico e formaram ajuste
para fixar artificialmente preços e controlar o mercado na obra do Adutor
Pirapama. Há menção de que Campos tinha ciência do ajuste, consentiu e,
possivelmente, agiu para a concretização, segundo os depoimentos. Carlos
Fernando do Vale Angeiras, subordinado à época de Pacífico, reforçou os relatos
em sua delação premiada.
Pacífico
relatou ainda, em seu depoimento, que o então governador Eduardo Campos e seu
interlocutor, Aldo Guedes, solicitaram e receberam, a pretexto de campanhas
políticas, vantagem indevida consistente em 3% do contrato para a Odebrecht,
entre os anos de 2007 e 2012. A soma seria de R$ 5 milhões.
Há a menção
ainda, na petição, de que outras empresas teriam também pago cotas de propina.
Pacífico e Angeiras citam em seus depoimentos os relatos de que as empresas
esperavam, com os pagamentos, determinar os agentes públicos à prática ou
omissão de atos de ofício, particularmente os que pudessem dificultar a
execução do contrato.
A petição foi
encaminhada para a Justiça Federal em Pernambuco por causa da ausência de foro
dos citados. São as instâncias inferiores que decidirão se as citações merecem
ser investigadas, juntadas a alguma investigação já em curso ou, simplesmente,
arquivadas por falta de provas.
Respostas
A assessoria de
imprensa do PSB reiterou, nesta segunda (17), o conteúdo da nota enviada na
quarta-feira (12). No texto, o partido afirma que apoia a quebra do sigilo das
delações dos executivos da Odebrecht e reafirma a confiança em todos os
filiados mencionados na lista.
O PSB também
reafirma sua solidariedade à família do 'nosso ex-presidente nacional Eduardo
Campos, citado sem condições de se defender". A sigla declara sua decisão
de 'atuar em todas as instancias para que seu nome e sua honra jamais sejam
maculados".
O G1 entrou em contato com a Companhia
Pernambucana de Saneamento (Compesa), reponsável pela obra do Adutor Pirapama,
e aguarda nota sobre o assunto. A reportagem tentou entrar em contato com o
advogado de Aldo Guedes, Ademar Rigueira, mas foi informada de que ele está em
reunião e retornará a ligação assim que ficar disponível.
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