Segundo o Ministério do Planejamento, governo pode oferecer até 1,5
salário por ano trabalhado a cada servidor que aderir ao programa.
Por
Alexandro Martello, G1, Brasília
Imagem Ilustrativa
O governo federal deve editar nos próximos dias uma
medida provisória para criar um programa de demissão voluntária (PDV) para os
servidores públicos do Poder Executivo, informou o Ministério do Planejamento
nesta segunda-feira (24).
As regras ainda não estão fechadas, mas a proposta
inicial é de que os servidores que aderirem tenham direito a um salário e meio
para cada ano trabalhado.
O objetivo do governo é diminuir os gastos com a
folha de pagamentos, num momento de fragilidade nas contas públicas. Os gastos
da União com o pagamento de servidores aumentaram nos últimos
três anos em relação ao Produto Interno Bruto (PIB).
Em 2014, por exemplo, o governo gastou R$ 222,37
bilhões (3,8% do PIB) com pagamento do funcionalismo. O valor passou para R$
238,49 bilhões em 2015 (o equivalente a 4% do PIB) e para R$ 257,87 bilhões em
2016, o equivalente a 4,1% do Produto Interno Bruto (PIB).
Segundo o Ministério do Planejamento, o aumento
proporcional decorre, principalmente, da recessão na economia, que gerou queda
do PIB nos últimos anos e aumentou o peso dos gastos com pessoal.
Desde o início da crise, o governo vem reduzindo a
autorização de concursos. Entretanto, as restrições orçamentárias não impediram
o presidente Michel Temer de sancionar a lei que reajusta o salário de
oito categorias do serviço público.
Ao todo, 68.149 pessoas serão beneficiadas pelo
aumento, entre servidores da ativa, aposentados e pensionistas. O texto
original previa um impacto em 2017 de R$ 3,7 bilhões e de R$ 10,91 bilhões até
2019.
Combustíveis
mais caros
Na semana passada, a equipe econômica anunciou
o aumento da tributação
sobre os combustíveis. A medida visa elevar a arrecadação
federal para que o governo consiga cumprir a meta fiscal de 2017, que é de déficit
primário (despesas maiores do que receitas, sem contar juros da dívida pública)
de até R$ 139 bilhões.
Além disso, também foi anunciado um bloqueio
adicional de R$ 5,9 bilhões em gastos no orçamento deste ano - o que elevou o
contingenciamento total para um valor próximo de R$ 45 bilhões.
A arrecadação neste ano tem ficado abaixo da
esperada pelo governo. No ano passado, quando estimou as receitas com impostos
e tributos em 2017, o governo previa que a economia brasileira estaria
crescendo em um ritmo mais acelerado, o que não ocorreu.
Ao promover um programa de demissão voluntária, o
governo mira uma das maiores despesas do orçamento: os gastos com servidores.
Estes são considerados gastos obrigatórios.
Recentemente, em entrevista ao G1, o ministro do Planejamento,
Dyogo Oliveira, informou que este é um dos focos do governo. A
ideia é abrir espaço para demais despesas, que estão limitadas pelo teto de
gastos neste e nos próximos anos.
Nas duas últimas semanas, por falta de verbas, a
Polícia Federal suspendeu a emissão de passaportes - um projeto já liberou R$
102,3 milhões para a impressão do documento o que aconteceu nesta segunda-feira
(24). Já a Polícia Rodoviária Federal reduziu o policiamento nas estradas.
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