Na parcial do ano, indicador do nível de atividade da autoridade
monetária teve retração de 0,05% e, em 12 meses até maio, registrou tombo de
2,22%.
Por
Alexandro Martello, G1, Brasília
A economia brasileira voltou
a registrar tombo em maio deste ano, segundo informações divulgadas nesta
sexta-feira (14) pelo Banco Central.
O chamado Índice de Atividade
Econômica do BC, o IBC-Br – criado para tentar antecipar o resultado do Produto
Interno Bruto (PIB), que é divulgado pelo IBGE – teve queda de 0,51% em maio,
na comparação com abril. O resultado foi calculado após ajuste sazonal (uma
espécie de "compensação" para comparar períodos diferentes).
Prévia
do PIB em 2017
A queda do IBC-Br em maio
acontece após um crescimento no mês anterior. Neste ano, o indicador registrou
expansão em janeiro (+0,51%), fevereiro (+1,35%) e abril (+0,15%). Entretanto,
recuou em março (-0,46%) e maio deste ano, quando caiu 0,51%.
O Produto Interno Bruto é a
soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a
evolução da economia. Em 2016, o PIB teve uma retração de 3,6%, mas, nos três primeiros
meses deste ano, registrou alta de 1%.
O ministro da Fazenda,
Henrique Meirelles, informou recentemente que o governo vai manter, para
2017, a estimativa de uma
expansão de 0,5% para o PIB brasileiro. Para o mercado
financeiro, porém, a expectativa é de uma alta menor, da ordem de 0,34% para a economia
neste ano.
Parcial do ano e
doze meses
Contra maio de 2016, porém, o
IBC-Br registrou alta de 1,4%, informou o Banco Central. Neste caso, a
comparação foi feita sem ajuste sazonal – pois considera períodos iguais. Com
ajuste sazonal, o crescimento do nível de atividade foi de 0,04%.
Os números do BC mostram
também que, nos cinco primeiros meses deste ano, o indicador do nível de
atividade registrou um tombo de 0,05%, também sem o ajuste. Com o ajuste, a
retração é de 0,10%.
Já no acumulado em 12 meses
até maio, a prévia do PIB (indicador dessazonalizado) do Banco Central
registrou contração de 2,22% (sem ajuste, a queda é de 2,23%).
IBC-Br x PIB
Embora o cálculo seja um
pouco diferente, o IBC-Br foi criado para tentar ser um "antecedente"
do PIB. O índice do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e
o setor de serviços, além dos impostos. Os resultados do IBC-Br, porém, nem
sempre mostraram proximidade com os dados oficiais do PIB, divulgados pelo
IBGE.
Definição dos juros
O IBC-Br é uma das
ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros do país. Com o
menor crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos pressão
inflacionária. Atualmente, a taxa Selic está em 10,25% ao ano e a estimativa do mercado é
de que recue para 8,25% ao ano no fim de 2017.
Pelo sistema que vigora no
Brasil, o BC precisa ajustar os juros para atingir as metas preestabelecidas de
inflação. Quanto maiores as taxas, menos pessoas e empresas ficam dispostas a
consumir, o que tende a fazer com que os preços baixem ou fiquem estáveis.
Para 2017 e 2018, a meta
central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto
percentual para mais ou para menos. Desse modo, o IPCA, considerado a inflação
oficial do país e medida pelo IBGE, pode ficar entre 3% e 6%, sem que a meta
seja formalmente descumprida.
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