Por *Vavá Dias
Abril se foi, foi-se abril e abril, abriu uma lacuna
enorme em nossos corações. Nesse trinta de abril, quando me preparava para
assistir ao futebol, eis que surge a fatídica notícia: morre aos setenta anos, ANTONIO CARLOS GOMES BELCHIOR FONTINELLE
FERNANDES ou tão somente BELCHIOR.
Belchior em tradução livre, significa: poesia,
melodia, emoção, cultura, superação e muita semelhança com a minha caminhada
por São Paulo. Outro dia um amigo que não vejo há mais de 25 anos me ligou para
dizer que, ao ouvir uma canção de Belchior lembrou de mim. Lembrou do nosso
tempo de pensão lá na Rua Pajussara, pensão de Dona Francisca, lugar onde nos
amontoávamos em um quarto para oito sofredores com e tempo marcado para cada um
usar o banheiro. A canção que o meu amigo se referiu era nessa época o nosso
hino, seus versos traduziam nossas nostalgia e sofrimento. Veja os versos “eu
me lembro muito bem do dia em que cheguei, jovem que desce do norte pra cidade
grande, pés cansados e feridos de andar léguas tiranas, São Paulo violento
corre o Rio que me engana. A noite fria me ensinou a amar mais o meu dia e pela
dor eu descobri o poder da alegria...” parecia que Belchior escrevia especialmente
para nós.
Hoje eu sei que quem deu a ideia de uma nova forma de
compor canções bonitas, está no céu guardado por Deus, minha dor é perceber que
apesar de termos feitos tudo que fizemos, não continuaremos os mesmos.
Sem você meu caro amigo, Antonio Carlos Gomes Belchior
Fontinelle Fernandes, e não viveremos como os nossos pais, pois, fomos proibidos
de vê-lo, mas jamais nos proibirão de ouvi-lo.
Belos poemas e canções companheiros
Es a alma viva do nosso cancioneiro
Lembro de todo os seus passos e sonhos
Cantava a tristeza com rosto risonho
Homem de grande índole e determinação
Ídolo admirado por várias gerações
Obreiro edificador de emoções
Rogo aos anjos que cantem Alucinação.
Vavá Dias
Poeta, cantor, compositor, articulista e empresário
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