Presidente conversou com jornalistas após participar de evento no
Palácio do Planalto nesta terça (1º). Sessão da Câmara destinada à votação da
denúncia está marcada para esta quarta (2).
Por
Guilherme Mazui, G1, Brasília
O
presidente Michel Temer, durante evento no Palácio do Planalto nesta terça (1º)
(Foto: Alan Santos/PR)
O presidente Michel Temer se disse nesta
terça-feira (1º) confiante de que a Câmara dos Deputados rejeitará a denúncia
oferecida contra ele pela Procuradoria Geral da República. Temer participou de evento no
Palácio do Planalto e concedeu rápida entrevista à imprensa
após a cerimônia.
Antes de iniciar o discurso, Temer citou 25
deputados presentes ao ato, de abertura de cursos de medicina, entre os quais
Paulo Maluf (PP-SP) e o petista Zeca Dirceu (PT-PR), filho do ex-ministro José
Dirceu.
Com base nas delações de executivos do grupo
J&F, que controla a JBS, Temer foi denunciado ao
Supremo Tribunal Federal pelo crime de corrupção passiva.
O STF só poderá analisar a denúncia, porém, se a
Câmara autorizar. A votação está marcada para esta
quarta (2).
Sobre a sessão desta quarta, Temer afirmou:
"Quem tem que votar são os que querem destruir aquilo que a CCJ decidiu. A
CCJ já decidiu que não há autorização. Agora, é o plenário."
Antes de ser analisada pelo plenário, a denúncia
contra o presidente foi discutida pela Comissão de Constituição e Justiça da
Câmara.
Na CCJ, o relatório do deputado Sergio Zveiter
(PMDB-RJ), que recomendava o
prosseguimento da denúncia, foi rejeitado. A comissão aprovou,
no lugar, um outro parecer, de Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), que recomenda a rejeição da
denúncia. É este parecer, lido nesta terça em
plenário, que será votado nesta quarta.
Estratégias do
governo
Com o objetivo de barrar a denúncia nesta quarta,
Temer mandou os ministros licenciados do mandato de deputado federal retornarem à Câmara.
Dos 28 ministros, 12 são deputados e 11 retomarão o
mandato. A única exceção será o titular da Defesa, Raul Jungmann, suplente na
Câmara e envolvido com as operações de segurança no Rio de Janeiro.
Além disso, em meio à articulação em busca de
votos, a agenda de Temer para esta terça prevê audiências com 18
deputados.
As negociações têm girado em torno da oferta de
cargos a aliados e liberação de emendas parlamentares. A estratégia foi usada
quando a CCJ da Câmara analisou a denúncia.
O corpo-a-corpo do presidente também o levou, nesta
quarta, a um almoço promovido pela
Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), em Brasília. De
acordo com a assessoria da frente, 52 deputados participaram do encontro.
Ministro do DEM
Presente ao mesmo evento que Temer, o ministro da
Educação, Mendonça Filho, deputado licenciado do mandato, afirmou que "não
tem nada de desespero" na estratégia do governo para barrar a denúncia.
Sobre o comportamento da bancada do partido dele,
respondeu: "Não posso antecipar voto de quem quer que seja, cada
parlamentar vai votar com a sua consciência. A posição majoritária do
Democratas é no sentido de rejeitar a denúncia."
Oposição
Para prolongar o desgaste de Temer, e adiar a
votação da denúncia, parlamentares da oposição se reuniram em Brasília nesta terça
para definir as estratégias para a sessão.
Após a reunião, os líderes da oposição afirmaram
que uma das estratégias será tentar empurrar a votação da
denúncia contra o presidente para o período da noite.
Caso o rito seja mantido pela Câmara, os
parlamentares da oposição só vão registrar presença massiva na sessão após os
aliados de Temer conseguirem o quórum de 257 deputados em plenário.
Esse é o número mínimo necessário para análise de
um pedido de encerramento de discussão, que abreviaria a sessão. Sem esse
número, a base aliada não consegue encerrar as discussões e nem abrir a
votação, que depende de um quórum de 342.
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