Para Lula, pragmaticamente, um alinhamento nacional com o PSB se sobrepõe à questão regional
Por: Renata Bezerra de Melo / Folha Política
Na casa de Renata Campos, o ex-presidente Lula foi à mesa com Paulo Câmara, que, por sua vez, também foi, há exatamente um mês, ao encontro do governador Geraldo Alckmin no Palácio dos Bandeirantes, junto com a cúpula do seu PSB. Os socialistas mantêm um entrosamento com o presidenciável paulista e o apontam como o único tucano possível de ser apoiado por eles numa corrida pelo Planalto. A costura não é fácil, mas é possível. Lula, diferente de outrora, já sem o PMDB como aliado, trabalha para unir, em um bloco de esquerda, o PCdoB, o PSB, o PT e o PDT. Este último já lançou Ciro Gomes no páreo, que, por sua vez, não evita ataques a Lula.
Se o PSB decidir apoiar o líder-mor do PT na disputa pela Presidência, provavelmente essa aliança deve ser replicada no Estado. Para Lula, pragmaticamente, nesse esforço de recompor o campo de esquerda, esse alinhamento nacional se sobrepõe à questão regional. Em 2014, o PSB votou em Aécio Neves no 2º turno, assim como votou pelo impeachment de Dilma Rousseff. Mas, em política, ninguém fica parado, nem condenado a terminar a carreira de um lado só. Em Pernambuco, os setores estão conversando. O senador Armando Monteiro não se furta a dialogar com os ministros Bruno Araújo e Mendonça Filho. E até a certeza, que tradicionalmente havia, de o DEM e o PSDB se alinharem no plano nacional, já não existe. O DEM quer candidatura própria. Com o jogo em aberto, uma aproximação entre PSB e PT pode caminhar. Ou não. Em nome da relação pessoal, Lula foi à casa de Renata e, enquanto governador, Paulo o recebeu. Lula segue jogando, mesmo que para a plateia, enquanto o jogo ainda está em aberto rumo a 2018.
Na hora das refeições
Se, no jantar, na quinta, estava com Paulo Câmara, ontem, Lula tomou café da manhã com o senador Armando Monteiro e com Silvio Costa. O encontro com o governador foi à pauta. Lula tratou do processo como "em aberto" e sublinhou a relação pessoal com Renata Campos.
Compreensivo > Lula também contemporizou a superfície de atrito ampliada por petistas no Estado, ao questionarem tanto a posição de Armando sobre as reformas do governo Temer, como a de deputados alinhados ao senador. O petista diz ter compreensão.
Sem... > Jarbas Vasconcelos, que, como Paulo, já foi governador do Estado, à coluna, avaliou que só um inocente acharia que um encontro entre Paulo e Lula equivaleria a alinhamento político. "Não faço política desse jeito. Eu tenho grandeza, eu reconheço. Como vou ficar com dúvida se o governador deve ou não receber Lula?", pontuou.
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