HISTÓRIA DE ARARIPINA: ASPECTOS FÍSICOS DA PRINCESINHA

OCALIZAÇÃO. Araripina tem como coordenadas geográficas a Latitude sul 7º, 32’ e 45” e a Longitude W. Gr. 40º, 34’ e 00”. O Município está localizado no extremo noroeste do Estado de Pernambuco e dista da Capital, em linha reta, 623 km, à qual e liga pelas BRs. 316 e 232, numa distância de 700 km. Pertence à zona fisiográfica do Sertão do Araripe e faz parta da Microrregião 101 (Araripina). A sede do Município situa-se no sopé da Chapada do Araripe, numa altitude de 622 metros. A área do Município é de 1.672 km2, correspondendo a 14,18% da Microrregião 101, a 2,70% da região sertaneja e a 1,7% da área do Estado. 

LIMITES. Pela Chapada do Araripe, ao Norte e ao Oeste, respectivamente, limita-se com os municípios de Campos Sales (CE), e Fronteiras (PI) e com este Município e o de Simões (PI); com os municípios de Trindade(PE) e Ouricuri (PE), e, ao Leste, com os municípios de Trindade (PE) e Ipubi (PE). 

CLIMA. O clima predominante é o da região, semiárido quente, com uma temperatura média anual de 24ºc. Nos anos bons de inverno, as chuvas começam no mês de janeiro e vão até meados de maio, quando inicia a fase de frio, atingindo, nos meses de junho e julho, uma temperatura abaixo de 20ºc. É o período da neblina e dos frios das madrugadas, o tempo de cruviana, como chama o povo. 

RELEVO. Quem se dirige à Araripina, vindo da Capital, a uma distância de aproximadamente 30 km, distingue a elevação da Chapada do Araripe, ponto mais alto da região. A Chapada forma um semicírculo, no sentido oeste-norte e, devido à planitude de seu topo, forma uma linha no horizonte, numa extensão de muitos quilômetros. Á tardinha, o azul da chapada se mistura com o cinza-amarelo-avermelhado do céu, formando uma paisagem de policromia (multicor) deslumbrante. O sol vira uma bola de fogo, perdendo sua agressividade natural e a natureza se alivia da inclemência causticante dos seus raios. A área que fica á sombra da Chapada não apresenta elevações de monta. Há apenas suaves ondulações do relevo e que formam uma espécie de baixada da Chapada do Araripe. 

HIDROGRAFIA. A natureza do solo, de substrato permeável não permite a acumulação de águas, para formação de bacias hidrográficas. As águas das chuvas infiltram-se no solo e somente quando intensa formam os pequenos riachos que banham o Município. na Chapada do Araripe, abastecem os lençóis d’água que percorrem suas entranhas e que vão despejar nas fontes cristalinas do outro lado da serra, no Município de Crato (CE), principalmente. Além desse fator, as precipitações pluviométricas são de pequena intensidade, média de 700 mm anuais. Isso torna a hidrografia do Município bastante pobre ou quase nenhuma. Somente pequenos riachos brotam no período invernoso. O principal deles é o Riacho São Pedro, que nasce nas encostas da Chapada do Araripe, cortando o Município na diagonal noroeste-sudeste e vai se encontrar com o Rio Brígida, para desaguarem no São Francisco. Os outros riachos são o São José, o Morais, o Ventania e os Cocos. 

VEGETAÇÃO. A vegetação do Município é a característica da região sertaneja, predominando a caatinga. São escassas as áreas onde a arborização é mais densa e de médio porte, concentrando nas regiões dos baixios, onde se encontram a baraúna, o angico, a aroeira, a massaranduba, a umburana e outras que podem ser utilizadas na construção. Os demais são pequenos arbustos aclimatados á região das secas prolongadas, o ouricuri, o jatobá, o marmeleiro, a macambira, o feveleiro, que, no período de estio, perdem a folhagem, dando uma visão triste da região. A natureza parece morta. Mas quando flora o mandacaru e quando as flores amarelas da canafístula contrasta com o marrom esmaecido da paisagem, a caatinga se espreguiça e se prepara para ressurgir no exuberante verde que volta no dias imediatos das primeiras chuvas. É a ressurreição da flora sertaneja, como descreveu Euclides da Cunha. 

DO LIVRO: ARARIPINA - HISTÓRIA, FATOS & REMINISCÊNCIAS