terça-feira, novembro 05, 2019

HISTÓRIA DE ARARIPINA: "UM LOBISOMEM SOLTO NA CIDADE"

Toda história de uma cidade tem um fato notório e relevante para marcar e ficar gravado para mais tarde ser contado de forma até hilária e Francisco Muniz, autor do Livro - Araripina, Histórias, Fatos & Reminiscências, faz isso de forma detalhista, que tratamos aqui de descrever sem mudar o rumo do conteúdo do escritor para que não fique apenas guardado na estante e que todos os araripinenses tenha conhecimento.


Fato Segundo

Naquele dia 31 de maio de 1950, houve um grande rebuliço na cidade, que ainda se recuperava da presepada de Jorge Modesto, no cinema de Elísio. 

Um garoto, José Luiz, juntamente com o seu irmão mais novo, foi pilhado tirando varas na cerca da roça de Antônio Jacó. O mais novo conseguiu escapar e fugiu para sua casa, onde chegou esbaforido e chorando e disse à sua mãe que um bicho havia pegado Zezinho. 

Antônio Jacó levou Zé Luiz para casa, a fim de, quando voltasse de um trabalho que ia fazer na Serra, apresentá-lo a seus pais. E foi despreocupadamente para o seu trabalho. 

A mãe de Zé Luiz que estava grávida, ao tomar conhecimento da captura do filho por um bicho, sentiu-se mal e foi socorrida pela vizinhança, que tratou de alarmar a cidade. 

Os sinos da Igreja tocaram, o motor da luz foi ligado, para que a Amplificadora de Gilvan entrasse no ar e cobrisse o acontecimento, o comércio cerrou as portas, todos os meninos da cidade recolhidos às suas casas, a polícia e os homens se armaram. Começou a caçada ao bicho, um lobisomem, ou mais provável, por ser ainda duas horas da tarde, uma onça pintada. Todos armados de faca, foice, machado, revólver, rifles, cacetes e do mais que fosse preciso para matar o bicho e, se possível, salvar a criança fizeram o cerco ao local de onde desaparecera o menino. 

Pedro Veras, armado com seu 38, carga dupla, com boa reserva de munição nos bolsos e acompanhado de seu experiente cachorro de caça, o famoso Tupã, foi o mais Expedito. Começou a caçada do local de onde tinha desaparecido o menino. Auxiliado por Tupã, seguiu as pegadas do bicho e, na pista de pingos de sangue aqui, pingos de sangue ali, deu de cara com o garoto, sentado à porta da casa de Antônio Jacó, fazendo um lanche.

- Que está fazendo aí, menino? Perguntou Pedro Veras.
- Tô esperando seu Antônio, que foi ali na Serra. Seu Pedro Veras, num deixe pai dar em mim.

Pedro Veras entrou triunfalmente na cidade e recebeu o troféu de melhor caçador do sertão.

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