Segundo a proposta de pacto federativo do governo Bolsonaro, municípios
com menos de 5 mil habitantes e arrecadação própria menor que 10% da receita
total serão incorporados pela cidade vizinha

Foto: Reprodução
Uma das
medidas da maior e mais complexa proposta de emenda constitucional (PEC)
apresentada pelo governo federal, nesta terça-feira (5/11), foi a redução do
número de municípios brasileiros. Segundo a proposta apresentada, as cidades
com menos de 5 mil habitantes e arrecadação própria menor que 10% da receita
total serão incorporados pela cidade vizinha. Segundo o secretário especial de
Fazenda, Waldery Rodrigues, 1.254 cidades brasileiras se encaixam neste perfil.
Em Minas, são 231.
Ainda de
acordo com Waldery, essas cidades seriam incorporadas a municípios vizinhos a
partir de 2026. "Queremos que o Estado seja efetivo para o cidadão",
justificou o secretário.
Segundo
dados do IBGE, 1.253 (um a menos que o informado pelo secretário especial) dos
5.570 municípios brasileiros têm menos que 5 mil habitantes. A medida é
apresentada às vésperas de 2020, ano de eleições municipais.
O ministro
da Economia, Paulo Guedes, considera o tema "legítimo" para o
Congresso conversar. “Nada mais oportuno do que deixar o Congresso conversar
sobre isso. Eles têm a total capacidade de decisão”, disse.
A
estimativa da equipe econômica é de que o pacto federativo repasse R$ 400
bilhões a estados e municípios em 15 anos. Além da proposta de emenda
constitucional (PEC) do pacto federativo, o governo federal entregou também
outros dois textos do Plano Mais Brasil: a PEC Emergencial e a PEC dos Fundos
Públicos.
Os textos
fazem parte da agenda econômica, que, segundo Guedes, "transformará"
o Estado brasileiro.
Cidades não se sustentam
Recente
levantamento realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de
Janeiro (Firjan), divulgado na última semana, apontou que 1.856 cidades das
5.337 analisadas não se sustentam. Ou seja, em 34,7% dos municípios, a receita
gerada não dá nem para custear o funcionamento da Câmara Municipal e da
prefeitura.
De acordo com o estudo, é
possível dizer que o Brasil está em estado de alerta em relação a gestão
fiscal, já que 73,9% dos municípios analisados têm gestão difícil ou crítica.
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