
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Propostas foram levadas ao Congresso nesta terça-feira por Bolsonaro
Por Andreia Verdélio e Karine Melo –
Repórteres da Agência Brasil Brasília
Com as mudanças no
pacto federativo, poderão ser transferidos a estados e municípios de R$ 400
bilhões a R$ 500 bilhões nos próximos 15 anos. A informação foi dada pelo
ministro da Economia, Paulo Guedes, que acompanhou o presidente Jair Bolsonaro
ao Congresso Nacional para a entrega de um pacote com três propostas de emenda
à Constituição (PEC) que tratam de reformas econômicas que atingem os governos
locais.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, o presidente Jair Bolsonaro e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, durante a solenidade de entrega das propostas do novo pacto federativo ao Congresso - Marcelo Camargo/Agência Brasil
Durante a
cerimônia, realizada no gabinete da presidência do Senado, Bolsonaro disse que,
após a reforma, os recursos deverão chegar aonde o povo está, para políticas
públicas em saúde, educação, saneamento e segurança. “Eles, lá embaixo, nos
estados e municípios, decidirão o que fazer melhor do que muito de nós, porque
eles vivem os problemas do dia a dia na sua base”, disse o presidente. “Nós
gostaríamos, sim, de continuar recebendo a visita de prefeitos e governadores,
mas a título de visita apenas e não para vir nos pedir algo orçamentário. Isso
[recursos] já está garantido nessa emenda à Constituição.”
Além da PEC do
Novo Pacto Federativo, foram entregues ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre
(DEM-AP), a PEC da Emergência Fiscal, ou PEC dos Gatilhos, que define gatilhos
automáticos de contenção dos gastos públicos em caso de crise financeira na
União, estados e municípios, e a PEC dos Fundos, que revê a vinculação de
receitas com 281 fundos públicos em vigor atualmente.
O ministro Paulo
Guedes explicou que o objetivo é modernizar o Estado brasileiro para fazer as
políticas públicas de forma descentralizada, garantindo as receitas. “O pacto
tem várias dimensões, tem a consolidação de uma cultura fiscal, cultura de
austeridade e sustentabilidade financeira. Na verdade, nós vamos garantir
finanças sólidas para a República brasileira. Ao mesmo tempo, estamos
descentralizando recursos para estados e municípios de forma a fortalecer a
federação brasileira. As outras dimensões são auxiliares como a reforma
administrativa, como o estado de emergência fiscal, como as privatizações”,
explicou.
Bolsonaro, os
ministros e assessores fizeram a pé o caminho entre o Palácio do Planalto e o
Senado Federal. Após a entrega dos projetos, o presidente passou rapidamente
pelo plenário da Câmara dos Deputados e, também a pé, retornou à sede do
Executivo.
Tramitação
Como as propostas
do pacto federativo estão, há meses, sendo debatidas entre a equipe econômica e
os líderes partidários, para que comecem a tramitar pelo Senado, o governo
abriu mão da autoria do texto. As propostas serão apresentadas pelo líder do
governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), e pelo líder do governo no
Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO).
"Não se faz
descentralização dos recursos apenas com a vontade do Parlamento. O Parlamento
sempre desejou isso, mas o fato concreto é que o governo compreendeu a
mensagem”, disse o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). O senador
ressaltou que, ao longo das últimas décadas, a centralização de recursos no
governo central impediu o desenvolvimento de muitas regiões do país,
especialmente do Norte e do Nordeste, mas que agora esta é uma bandeira do
atual governo.
“Quando o
presidente da República traz propostas como essa de descentralização de
recursos, e quando o Parlamento vota um tema como cessão onerosa, que também
divide recursos da exploração do excedente do petróleo para estados e
municípios, são gestos concretos do compromisso e do discurso assegurado pelo
governo desde o primeiro dia com a descentralização”, acrescentou o
presidente do Senado.
Sobre o calendário
para tramitação das PECs, Alcolumbre disse que deverá ser definido amanhã
(6) em uma reunião na qual espera contar com a participação dos 81 senadores
“para recepcionar oficialmente as três propostas”. A expectativa do governo é
que o pacto seja aprovado até meados do ano que vem.
Previdência
Davi Alcolumbre
destacou o trabalho do Senado este ano e lembrou que nesta quarta-feira deve
ser votada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa a PEC paralela à
reforma da Previdência, que estende as regras para estados e municípios. “Foi
uma luta do Senado a inclusão desse tema na nova emenda constitucional.”
O ministro Paulo
Guedes agradeceu ao Senado pelo encaminhamento da PEC paralela e disse que essa
proposta também atende ao espírito de fortalecimento da federação. “É melhor
uma reforma onde a União tem R$ 800 bilhões [de economia] e os estados e
municípios estão dentro e fortalecidos, do que uma de R$ 1 trilhão, onde
estados e municípios estão fora”, disse Guedes, ao comentar as previsões
inicial e final de economia da União com a reforma da Previdência.
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