Policiais
faltaram a chamada para atuar na segurança de festas carnavalescas no interior
do estado.
Por G1 CE

Carros tiveram os pneus furados em frente a batalhões de polícia em
Fortaleza — Foto: José Leomar/SVM
Policiais militares do Ceará
considerados desertores foram presos neste domingo (23) por faltarem a um
chamada para trabalhar na segurança em festas de carnaval no interior do Ceará.
De acordo com o Governo do Estado, 37 policiais foram presos por deserção.
No sábado (22), a Polícia Militar
informou que 77 policiais militares foram considerados "desertores"
por faltarem a convocações da PM. O Governo do Estado informou que não iria
divulgar a identidade dos presos ou local onde as prisões foram efetuadas.
Conforme a Polícia Militar, a
deserção "consuma instantaneamente figura típica incriminadora". Em
caso de condenação, o crime de deserção pode resultar em pena de até três meses
de detenção.
A Polícia Militar do Ceará
solicitou ainda o corte do pagamento dos policiais desertores. O pedido será
julgado pela Justiça Militar.
Batalhão
para manter policiais detidos

Policiais do Ceará se reuniram com senadores para ouvir propostas do
governo estadual. — Foto: Kid Junior/SVM
O Governo do Estado criou também
um batalhão de custódia, onde ficarão os policiais detidos por aderirem ao
motim da categoria. O batalhão será comandado pelo tenente-coronel Alexandre
Rodrigues, atual do Batalhão de Choque, uma equipe especializada da Polícia
Militar.
Em portaria da Polícia Militar, a
criação do Batalhão de Custódia foi justificada devido a "paredistas
deflagrados em território cearense" que praticam "as mais diversas
infrações criminais e disciplinares militares".
"Fica criado, de forma temporária,
o Batalhão Provisório para Custódia de Crimes Militares, a fim de receber os
policiais e bombeiros militares do Estado do Ceará submetidos à inquisas
[perguntas feitas em inquérito] e condenações, todas relacionadas com as
manifestações de paralisações das atividades."
Policiais
afastados
O Governo do Estado determinou
ainda o afastamento de 168 policiais militares do cargo; 161 deles por
"motim, insubordinação e abandono de posto" e outros sete por
incitação ao crime. Conforme a Controladoria Geral de Disciplina, os policiais
suspeitos de incitação ao crime postaram vídeos nas redes sociais convocando
colegas de profissão para paralisação das atividades.
Resumo:
·
5 de dezembro: policiais e bombeiros
militares organizaram um ato reivindicando melhoria salarial. Por lei, policiais militares são proibidos de fazer greve.
·
6 de fevereiro: data em que a proposta seria levada à
Assembleia Legislativa do estado, policiais e bombeiros
promoveram uma manifestação pedindo aumento superior ao sugerido.
·
13 de fevereiro: o governo elevou a proposta
de reajuste e anunciou acordo com os agentes de segurança.
Um grupo dissidente, no entanto, ficou insatisfeito com o pacote oferecido.
·
14 de fevereiro: o Ministério Público do Ceará (MPCE)
recomendou ao comando da Polícia Militar do Ceará
que impedisse agentes de promover manifestações.
·
17 de fevereiro: a Justiça manteve a decisão
sobre possibilidade de prisão de policiais em caso de
manifestações.
·
18 de fevereiro: três policiais foram
presos em Fortaleza por cercar um veículo da PM e esvaziar
os pneus. À noite, homens murcharam pneus de veículos de um batalhão na Região
Metropolitana.
·
19 de fevereiro: batalhões da Polícia
Militar do Ceará foram atacados. O senador Cid Gomes foi baleado em
um protesto de policiais amotinados.
·
20 de fevereiro: policiais recusaram
encerrar o motim após ouvirem as condições propostas pelo
Governo do Ceará para chegar a um acordo.
·
22 fevereiro: Ceará soma 88 homicídios desde
o início do motim. Antes do movimento dos policiais, a média era de seis
assassinatos por dia.
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