Em
março, início da pandemia no Ceará, grupo era o quarto em infecções. Hoje, fica
atrás apenas das pessoas entre 30 e 39 anos, diz a plataforma IntegraSus, da
Sesa.
Por Felipe Mesquita, Lucas Falconery e Thatiany Nascimento, G1 CE
Foto: Reprodução
Um levantamento feito pelo G1 com dados da Secretaria da
Saúde do Estado (Sesa) desta quinta-feira (23) mostra que pessoas jovens do
Ceará com idade entre 20 e 29 anos são o segundo grupo etário com maior
proporção de casos de Covid-19, atrás apenas de pessoas de 30 a 39 anos.
No mês de março, quando os primeiros diagnósticos
foram registrados no estado, os jovens eram o quarto grupo populacional mais
infectado. À época, 13 a cada 100 contaminados pelo novo coronavírus eram
pessoas desse grupo. Atualmente, a cada 100 infectados, 17 têm essa idade.
O aumento na taxa de contaminação nesta faixa
etária começou a ser notado no mês de junho, com o início do plano de retomada
da economia no Ceará. Os jovens de 20 a 29 anos passaram a ser o terceiro grupo
que mais contraiu a doença, com 15,8% de infectados.
Crianças e adolescentes
Outro grupo etário que registrou aumento
proporcional de casos de Covid-19 foi o de crianças e adolescentes de 10 a 19
anos. No início da pandemia, correspondiam a 2,66% dos contaminados. Hoje, 6 em
100 confirmações são dessa faixa de idade.
"É um público que tem uma certa sensação de invulnerabilidade que começa na adolescência. Você está no auge do seu vigor físico, imunológico, adoece mesmo então se sente mais tranquilo em relação a essa questão”, pondera o infectologista Roberto Leite, complementando que qualquer faixa etária "pode ter a doença na sua forma mais grave".
Cuidados
Mesmo afirmando ter cumprido os cuidados para
evitar a Covid-19, como uso de álcool em gel e máscara, o estudante Yan
Botelho, de 21 anos, testou positivo para a doença no dia 4 de outubro.
"Acredito que tenha me contaminado na semana anterior. Eu tive aulas
práticas, mas com todos os cuidados, tive que sair de casa, cheguei a ver
alguns amigos, mas ninguém mais adoeceu”, detalha.
Para ele, que cursa medicina, o maior impacto ao longo das duas semanas de isolamento social foi não poder participar das aulas presenciais. “Quando eu estava doente, o meu maior prejuízo foi exatamente em relação à perder minhas práticas porque eu não tive aulas esses meses todos e, quando voltou, eu adoeci. É muito complicado ficar trancado no quarto 24h por dia, não tem o que fazer, não tem uma válvula de escape, é péssimo para saúde mental porque você fica muito ansioso".
Infográfico mostra as formas de transmissão da Covid-19 — Foto: G1
Camilo Santana volta a proibir eventos em ambientes fechados no Ceará
O anúncio foi feito por meio de redes sociais nesta sexta-feira (23).
Camilo Santana voltou a proibir eventos em lugares fechados no Ceará. — Foto: Divulgação
Por G1 CE
O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), anunciou em novo decreto estadual a
volta da proibição de eventos festivos em ambientes fechados em todo o Estado.
O anúncio foi feito por meio de redes sociais nesta sexta-feira (23). Camilo
também desmentiu boatos de que haveria um novo lockdown no Estado.
"Nossos especialistas da
saúde apresentaram argumentos e estudos que apontam serem esses locais fechados
os maiores disseminadores do coronavírus neste momento, com maior potencial de
risco de contaminação, principalmente quando não há o uso da máscara", disse
o governador.
Camilo esclareceu também que o
aumento recente de casos registrado em algumas áreas de Fortaleza tem atingido,
com maior intensidade, as pessoas entre 20 e 39 anos de idade.
Ele aproveitou para esclarecer que
não há previsão para que haja um retorno ao isolamento social mais restrito.
"Aproveito para desmentir um boato surgido ontem de que estaríamos
anunciando novo lockdown. Usaram, inclusive, notícias antigas pra isso. Não há
qualquer previsão nesse sentido. Esse aumento recente de casos em algumas áreas
mostra que não podemos relaxar os cuidados, porque a pandemia ainda continua,
mas sem a necessidade, neste momento, de medidas mais extremas", expõe o
governador.
Aglomeração em eventos políticos
O chefe do
Executivo estadual também reforçou a importância da ação da Justiça Eleitoral e
Ministério Público Eleitoral para conter as aglomerações durante o período
eleitoral, o que classificou como "abusos praticados nos eventos da
campanha política". "Não podemos aceitar que sejam promovidas aglomerações
de forma inconsequente, colocando em risco a vida das pessoas", afirmou
Camilo.
Blog do Paixão