O Ministério Público Federal pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) apuração da conduta dos magistrados por supostos crimes de lavagem de dinheiro e recebimento de propina
Há
suspeita que associações do padre Robson, da Basílica Divino Pai Eterno, tenham
movimentado em torno de R$ 2 bilhões em dez anos - (crédito: Ed Alves/CB/D.A
Press)
O Ministério Público Federal (MPF) pediu, nesta
terça-feira (23/2), que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) investigue se os
desembargadores citados no caso do padre Robson, da Basílica Divino Pai Eterno,
em Trindade (GO), receberam vantagens indevidas do sacerdote. O padre é
investigado por supostos crimes de lavagem de dinheiro, apropriação indébita e
falsidade ideológica.
No domingo, uma reportagem do Fantástico,
da TV Globo, divulgou supostas mensagens do celular do sacerdote que indicam
favorecimento jurídico e corrupção. Em uma delas, o padre chega
a sugerir o assassinato de um desafeto. "Se você pudesse matar ele pra mim
(sic), eu achava uma bênção", disse.
Segundo nota divulgada pelo MPF, o religioso
contava com a ajuda de autoridades mediante pagamento de propina e outros
favores. A subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, que fez o pedido
ao STJ, destaca que há indícios de crime de corrupção passiva e, por isso,
necessidade de abertura de inquérito.
Ao Correio, o advogado Cléber Lopes,
que representa o padre, afirmou que “a defesa não tem nada a falar sobre a
decisão do MPF, por ser a respeito dos magistrados, mas nega que tenha havido
um pagamento de vantagem a qualquer pessoa do poder Judiciário ou à polícia do
estado de Goiás”.
Lopes também considera que a conduta de divulgação
dos áudios é “criminosa, porque há uma decisão judicial que a proíbe”, e disse
ter tomado “as providências necessárias” em relação ao tema.
Investigação contra
padre Robson
O sacerdote é investigado por supostos crimes de lavagem de dinheiro, apropriação indébita e falsidade ideológica. As ações teriam sido cometidas por meio de projetos criados pelo padre, como a Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe). A suspeita é de que ele tenha movimentado em torno de R$ 2 bilhões ao longo de 10 anos.
Blog do Paixão