Estamos finalizando a História do Padre-Vaqueiro, João Câncio, e nesse espaço digital reproduzimos os Fragmentos do Livro – João Câncio – A Saga do Padre-Vaqueiro, que foi um presente que recebemos (e digitalizamos) e como as histórias fascinam e leva a gente para um Túnel do Tempo (página que criamos também para divulgar essas magníficas sagas) presentes como esses devem ser também compartilhados com os leitores que gostam da boa leitura, já que a internet tem sido um sucesso para bundas rebolando, músicas de duplo sentido e outras futilidades.
Depois de Tonha de Bárbara, de Serrita, Primo de Moreilândia, Dona Biu de Bodocó, a última serva de Deus que trabalhou na Igreja com o padre João Câncio foi Eudócia Souza Santos, em Exu. Eudócia nasceu vocacionada para o catolicismo e, desde muito jovem, vive para a Igreja, tendo acompanhado o trabalho do velho padre Mariano, substituídos pelo padre José Maria Prada, que foi assassinado em Salgueiro.
Eudócia é uma criatura tão pura, tão original que não sabe sua idade ao certo, apenas imagina ter mais de 80 anos. É uma negra de fala de mansa e muito franzina, com problemas de audição, e que sempre se esforçou para assistir a Missa do Vaqueiro no Sítio Lajes. Não anda bem de saúde e diz que vai fazer tudo para assistir a missa este ano. “Esta pode ser a missa de minha despedida”, diz um pouco descrente da sua sobrevivência por muito tempo.
Quando era diretor do Colégio Bárbara de Alencar, de Exu, João Câncio teve a oportunidade de participar do movimento das vaquejadas na região, só que dando prosseguimento à sua missão evangelizadora, ele ia para as vaquejadas mas fazia a celebração de uma missa.
Era Eudócia Souza Santos quem organizava as missas, que foram muitas, em diversos sítios e fazendas da região tendo, inclusive, ajudado na preparação da Missa do Vaqueiro do Sítio Lajes. Essa aproximação com o padre-vaqueiro levava Eudócia também a conhecer os amigos mais íntimos de João Câncio em Exu. Ela cita, entre muitos, os ex-prefeitos Raimundo Aires de Alencar Ulisses, o Ioiô, e Zito Alencar, que foram assassinados no centro da cidade.
Diferente de Tonha de Bárbara, que ignorou o fato de João Câncio ter se casado, Eudócia revela que não escondeu do vigário vaqueiro o seu descontentamento: eu disse a ele que não gostei (dele ter se casado) porque padre não era para casar, protesta Eudócia, sem, no entanto, mudar o cenho angelical e doce de uma criatura santa em vida
Continuaremos reproduzido os recortes de outros veículos de comunicação que também divulgaram outros achados do Padre-Vaqueiro.
Fragmentos do Livro: João Câncio – A Saga do Padre-vaqueiro.
De Machado Freire
Blog do Paixão