Andréia
de Jesus classificou o episódio como “muito triste” e se solidarizou com
afetados
Por Redação,
Foto: Guilherme Bergamini – ALMG
A |
deputada estadual Andréia de Jesus (PSOL/MG),
presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas
Gerais (ALMG) cobrou que as mortes de 25 suspeitos de integrar uma quadrilha
especializada em roubos a banco, em Varginha, sejam apuradas.
O
confronto com os criminosos teve início após ação conjunta da Polícia
Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Militar (PM) na cidade do sul de Minas.
A
deputada classificou o episódio como “muito triste” e se solidarizou com moradores
e afetados. Segundo Andréia, a operação, que resultou em 25 mortes, foi “muito
violenta” e, por isso, será averiguada pela Comissão de Direitos
Humanos do Estado.
Em
entrevista à Rádio Itatiaia, a deputada Andréia de Jesus
afirmou que uma operação "exitosa não deixa óbitos para trás" e
reafirmou que a Comissão de Direitos Humanos da ALMG vai seguir cobrando
explicações sobre a ação dos policiais.
"É lamentável, sou solidária as famílias, eu me coloco no lugar das 25 mães que hoje estão chorando seus filhos mortos. Nós vamos cobrar que haja apuração dos fatos. Uma operação policial exitosa é uma operação que não deixa óbitos para trás. Mas, infelizmente no Brasil, a nossa juventude negra continua tendo a pena de morte como a única alternativa. Elas não têm acesso ao devido processo legal. Garantir que essas pessoas pudessem responder e serem responsabilizadas pelo crime que cometeram, é extremamente importante".
Andréia
ainda disse a vida deve ser preservada sob qualquer circustância e disse que
"faltou lisura" na operação.
"É por
isso que o Estado continua agindo de forma ilegal nessas operações. A vida não
é preservada. É lamentável que muitas pessoas aplaudam essa postura da nossa
política de segurança pública, que envolve as várias Polícias, mas infelizmente
faltou lisura. Um crime contra o patrimônio não justifica a retirada de vida
seja de quem quer que seja", completou.
Presidente da Comissão de Segurança Pública da ALMG responde
O
deputado Sargento Rodrigues, presidente da Comissão de Segurança Pública da
ALMG, afirmou também em entrevista à Itatiaia que se espantou
com a fala da deputada Andréia de Jesus, já que a operação teria sido
“brilhante”.
“Me causou enorme espanto a deputada Andréia de Jesus dizer que vai apurar como foi a operação. É muito simples classificar como foi a operação. Uma operação inteligente, brilhante. Os nossos policiais militares e os nossos policiais rodoviários federais fizeram algo que jamais os criminosos imaginariam que pudesse ser feito”.
Ele
lembrou que os suspeitos estavam fortemente armados e que já tinham planejado
toda a ação criminosa, que resultaria em um “banho de sangue” em Varginha.
“A
primeira coisa que se deve levar em conta é que eles estavam lidando com uma
quadrilha fortemente armada, com mais de 10 fuzis, armas de todos os calibres,
inclusive um fuzil ponto 50. É uma metralhadora que derruba avião. Eles já
tinham uma carreta que iam usar para fechar a rodovia e segurar parte da
polícia. As caminhonetes seriam usadas para colocar as vítimas dentro, para que
a polícia não atirasse revidando [...] Varginha amanheceria hoje com um banho
de sangue, porque os criminosos tinham explosivos para explodir um quarteirão”,
disse.
O
deputado Sargento Rodrigues ainda parabenizou os envolvidos na operação e disse
que a ação evitou que “pessoas de bem morressem”. Ele ainda disse que a
deputada Andréia de Jesus, após o fim das apurações propostas, irá concordar
que os policiais agiram da maneira correta e deveriam ser “elogiados”.
“Quem
iria morrer na Cidade de Varginha seriam as pessoas de bem, os trabalhadores.
Então eu acredito que a deputada Andréia de Jesus, quando diz que vai apurar a
morte de 25 criminosos que enfrentaram a polícia, deve ser para ao final dessa
operação condecorar todos eles com uma medalha por ato de bravura. É isso que
nós temos que fazer. E tenho certeza que a deputada vai chegar à mesma
conclusão que eles devem ser elogiados, aplaudidos, reconhecidos por toda a
população”, completou.
Entenda o caso
Uma
quadrilha do novo cangaço entrou em confronto com a
Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia Militar (PM) neste
domingo (31). A ação ocorreu em um sítio nos arredores de Varginha, no Sul de
Minas, e deixou 25 bandidos mortos, além de vários feridos.
Conforme a PM, esta é a maior operação realizada contra o novo cangaço na história do Brasil. Os criminosos estavam fortemente armados com pelo menos dez fuzis, uma escopeta calibre 12 e vários explosivos. Dentre as armas, os bandidos possuíam metralhadoras ponto 50, capazes de derrubar até aeronaves.
Muito triste o ocorrido hoje na cidade de Varginha. Me solidarizo com moradores e afetados. É muita violência! A comissão de Direitos Humanos vai apurar o ocorrido.
— Andréia de Jesus 💉✊🏿 #VidasNegrasImportam (@andreiadejesuus) October 31, 2021
Blog do Paixão