História de Araripina: O CERU celebrou 45 anos de existência. Eu faço parte dessa história

Centro Educação Rural Luiz Gonzaga Duarte Homenageando ao Governador José Ramos. Estudantes: Públio César Barreto, Wilton Cordeiro, José Cícero da Silva, Luiz Arraes, Humberto Araújo, Dagoberto de Souza Lima e Ailton Lucas. Fotos: Acervo.

Faz-me debruçar sobre a minha dedicatória
Dos corredores do teu corpo
Das tristezas e das glórias
Dos teus grandes educadores
Que guardo em minha memória
Das vivências tão presentes
Que faz me lembrar pra sempre
Do CERU de tanta história

Da arte e da geometria
Da matemática e da religião
Das broncas tão merecidas
Do folclore ao São João
O CERU era alma viva
Era um prédio assim com vida
De intensa profusão

Ah...meus tempos do Científico
Do comércio e da Agricultura
Onde o aluno aprendia
A plantar e colher cultura
A sala era uma extensão
Dos muros que viam então
A brotar tanta fartura

As aulas com cartolina
Pregadas em cada lugar
E todo aluno aprendia
Com pouco que havia pra dar
Professor era o espelho
Pra cada um o conselho
De um futuro a se guiar

Aulas de Educação Física
E até OSPB
Cantar o Hino do Brasil
Melhor não podia ser
Do CERU tanta saudade
Que até a minha idade
Tem saudade de você

Essa semana ao passar defronte a Escola de Referência em Ensino Médio Luiz Gonzaga Duarte, antigo Centro de Educação Rural Luiz Gonzaga Duarte, ou simplesmente – CERU, deparei-me com fotos antigas em sentido cronológico, contando em uma exposição a história dessa Unidade de Ensino que marcou tantas vidas, inclusive do autor deste, que cursou o Científico (Ensino Médio) no mesmo e que traz lembranças que nem o tempo consegue apagar.

Alguns “versos livres” que resolvi improvisar para preambular a minha dissertação, é um pouco da nostalgia para também homenagear esse quase cinquentão que, recheado de muita história, transforma as nossas vidas em capítulos que para todos nós que somos parte e protagonistas são eternos.

E nesses quarenta e cinco anos de história, não poderia esquecer daqueles que construíram-na com toda maestria e que pude rebuscar na memória alguns deles: As aulas de Comércio com a professora Vilani Batista; as aulas de Técnicas Agrícolas com o professor Elísio Jaques; as aulas de Educação Artística com a professora Icléia Cunha, que fazia dos seus ensinamentos um momento de acolhimento e ternura; as aulas de Desenho Geométrico que nunca conseguimos decifrar, com a educadora Socorro Cordeiro (Cota); as aulas de Religião com a querida educadora Dona Filomena, que era o momento de cochilar e muito; as aulas de geografia e história com os nobres e queridos educandos Dona Graça Pereira e Telma Mendes; de inglês com professora Maria Verdinilde; de matemática com professora Adalgiza, carrasca como a própria disciplina para quem não tem afinidade. Nunca entendi muito bem sobre raiz quadrada, aquelas equações enormes que mais pareciam um emaranhado de números, que davam um nó nas nossas cabeças, são filmes bastantes vivos nas nossas mentes que conseguimos através dos dedos, transformar em texto, conteúdo, em saudade. Eterna saudade!

E quantas saudades nos fazem reviver depois de quarenta e cinco anos dessa gloriosa unidade escolar que por muitos anos viu passar por ali os melhores inquilinos que a nossa cidade pode acolher como: José Ramos, Falcone, Armando Arruda, Jânio, Boa Ventura, dona Lali (a nossa querida professora de Língua Portuguesa), Marinildes, Darlan, Cirlê, Maria Ramos, Ivone Goiana, . Ramalho, Marcílio, Conceição, Dona Assisinha, Corina, dona Didi, Seu Valério, Sebastião Lacerda, Eva, e ainda podíamos aqui, lembrar de tudo que temos vontade de puxar pela faculdade de conservar e lembrar estados de consciência passados, para que a ingratidão não nos tire a afeição, mas é muita informação que temos recolhida que somente a saudade nos faz relembrar e trazer à tona.

E como não bater a saudade dos desfiles históricos promovidos pelo CERU, dos eventos de formatura, dos palcos para muitos festejos juninos, das apresentações culturais, das tantas experiências, dos avanços conseguidos com as implantações dos laboratórios experimentais. O CERU é tudo isso, além dos palcos para celebrar a democracia com as seções eleitorais em dias de eleições. Eu sou um remanescente daquela entidade tão celebrada, tão merecidamente festejada, tão majestosa que nos dias de aula inaugural, os seus muros se transformavam nos quintais das nossas casas e que de tão acolhedora, virou Escola de Referência de Ensino Integral.

5 de abril de 1977 – onde a história começa, onde a estrutura se ergueu para acolher, educar, cultivar e entregar aquela juventude ao mundo, mesmo em um tempo em que, principalmente para os filhos dos pobres, terminar o Ensino Médio, ou o Científico, era o fim de uma batalha árdua que começava para tentar ao menos um espaço em um mercado de trabalho tão limitado.

Viva o CERU, o meu velho e bom CERU!

Homenagem aos 45 anos da Escola EREN Luiz Gonzaga Duarte (CERU)

Almoço de Confraternização (CERU): Merandulina Udorcirlê A. Vieia, Francisca de Assis A. Gomes, Érica Eugênia A. Gomes, Adeilde Bandeira Coelho e Guiomar Costa Reis. Foto: Acervo.

Mãe de aluno recebe presente do CERU, vendo-se sua Diretora Eluzana Araújo Lima e Professoras Francisca de Assis, Eva Batista Coelho e Maria Ivone Muniz Goiana. Foto: Acervo.

Ginástica Rítmica (CERU) sob a direção da Professora Udocirlê Alencar Vieira e as alunas: Tereza Kátia Nunes Alves, Cristiane Kelly, Isolda Macedo, Maria Helena, Maria Bethânia G. Alencar Arraes. Foto: Acervo.

Alunos do CERU plantam o pau-brasil. Foto: Acervo.

CERU: A jovem Josefa Negreiros (baliza) comanda o belo desfile em homenagem ao Governador José Ramos. Foto: Acervo.

Em exercício artesanal alunos do CERU e as Professoras Maria do Carmo, Francisca de Assis Chagas e Icléia Cunha Rodrigues. Foto: Acervo.

CERU: Plantio do pau-brasil, vendo-se as Professoras Ivone Goiana entre diversos alunos. (Ana Paula, Ricardo Modesto, Charles Romero, Valeska Goiana Pinto, Suely Carvalho Mendes e outros. Foto: Acervo.