Bolsonaro (PL), Ciro (PDT), Tebet (MDB), Soraya (União Brasil), Felipe D'Ávila (Novo) e Padre Kelmon (PTB) participam de evento promovido por pool de veículos de imprensa.
Por g1 — São Paulo e Brasília
O |
s candidatos à
presidência da República, Felipe D'Avila (Novo), Soraya Thronicke (União
Brasil), Simone Tebet (MDB), Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT) e Padre
Kelmon (PTB) durante debate entre os presidenciáveis promovido pelo pool de
veículos formado por SBT, Estadão/Rádio Eldorado, Veja, Terra e NovaBrasilFM,
nos estúdios do SBT em Osasco, na Grande São Paulo, neste sábado, 24 de
setembro de 2022. A mediação é do jornalista Carlos Nascimento (ao centro). —
Foto: ALEX SILVA/ESTADÃO CONTEÚDO
O segundo debate
presidencial das eleições de 2022 realizado neste sábado (24) foi marcado por
críticas à ausência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT), líder nas pesquisas; e por acusações, feitas pelas
candidatas Simone Tebet (MDB)
e Soraya Thronicke (União Brasil), de corrupção no governo Jair Bolsonaro (PL).
O debate, o segundo
realizado nestas eleições, é promovido por um pool de veículos de imprensa
formado por SBT, CNN, 'Estadão'/Rádio Eldorado, Terra, Veja e Rádio Nova Brasil
FM.
Participam do
debate:
·
Jair Bolsonaro (PL)
·
Ciro Gomes (PDT)
·
Simone Tebet (MDB)
·
Soraya Thronicke (União Brasil)
·
Felipe D'Ávila (Novo)
·
Padre Kelmon (PTB)
A primeira
candidata a comentar a ausência de Lula no debate foi Soraya Thronicke. Na sua
participação inicial, a candidata do União Brasil afirmou:
"Uma sabatina, um debate, é como uma entrevista de emprego. Você aí na sua casa contrataria um candidato que faltou à entrevista de emprego? Esse é o candidato Luiz Inácio Lula da Silva, que não merece o seu voto de maneira nenhuma".
Ciro Gomes e Jair
Bolsonaro também criticaram Lula por faltar ao debate. Durante o debate, o
candidato do PL se referiu a Lula como "presidiário".
Soraya, que apoiou Bolsonaro nas eleições de 2018, afirmou que ele "abandonou" as bandeiras que dizia defender, como a anticorrupção, e gerou "decepção" na população. A candidata do União Brasil também afirmou que Bolsonaro "traiu" a nação brasileira.
"Ajudei a
eleger Jair Bolsonaro e não me arrependo, porque era necessário tirar o PT do
poder. Sabe o que que eu sinto? O meu sentimento? Decepção e tristeza, como
muitos brasileiros. Não me arrependo porque foi necessário e eu
acreditei", afirmou.
"Acreditei muito, com veemência, mas ele [Bolsonaro] abandonou essas bandeiras, foi ele que abandonou. Eu continuo com elas, ele traiu o nosso partido, eu continuo nele. Eu continuo no mesmo lugar. Essa pergunta tem que ser pra ele. Por que é que ele traiu a nação brasileira? Ele que traiu", acrescentou Soraya.
Bolsonaro pediu
direito de resposta porque disse que estava sendo chamado de corrupto. O
direito de resposta foi concedido e o presidente afirmou que as candidatas
Soraya Thronicke e Simone Tebet teriam, como senadoras, ajudado a derrubar veto
dele sobre o chamado "orçamento secreto", conhecido pela falta de
equidade na distribuição dos recursos e pela falta de transparência.
"As duas senadoras votaram para derrubar o veto do dito orçamento secreto. A senadora Soraya em matéria fez uso de R$ 114 milhões do dinheiro do orçamento secreto. Esse orçamento é privativo do parlamento brasileiro, nós apenas executamos. Eu não posso indicar tantos milhões para fazer tal obras em tal local, quem indica são deputados e senadores. Sobre Soraya, a senhora não me elegeu não, todo seu material de campanha quer seja santinhos e vídeos está escrito lá a candidata do Bolsonaro, a senhora foi uma estelionatária por ocasião das eleições", disse Bolsonaro.
Simone Tebet
(MDB-MS) disse que Bolsonaro, no início da pandemia, não queria pagar R$ 600 de
auxílio emergencial. A emedebista também afirmou que Bolsonaro demorou a
comprar vacinas contra a Covid-19, o que prolongou a duração das medidas de
restrição social.
"Repito, [Bolsonaro] é insensível à dor alheia. Sabe por que ficamos tanto tempo em casa, mais do que a média do mundo? Porque ele negou a vocês vacina. Quarenta e cinco dias de atraso, eu estava lá. Eu vi o esquema de corrupção como se a vida pudesse valer um dólar que era o que o Ministério da Saúde queria cobrar de uma empresa para comprar vacina pra colocar no seu braço. É este presidente insensível, que virou as costas para o povo brasileiro, que quer de novo seu voto", disse Simone Tebet.
Aumento
para o STF
Felipe D'Ávila, do
Novo, perguntou para Simone Tebet sobre o aumento de 18% no salário dos
ministros do Supremo Tribunal Federla (STF). O aumento foi aprovado pelos
próprios ministros e será metade em 2023 e metade em 2024.
Tebet afirmou que
votará contra a proposta, porque há "33 milhões de pessoas com insegurança
alimentar e passando fome" e milhões de desempregados. "É vergonhoso,
é afrontoso é imoral", disse. Ela também afirmou que, se eleita
presidente, vetaria o reajuste.
D'Ávila falou em
"enquadrar o Supremo Tribunal". "O Supremo foi responsável por
soltar Lula da Silva e deixar que um criminoso seja candidato", afirmou.
Ele também criticou a ausência de Lula no debate.
Armas
Felipe D'Ávila foi
questionado por uma jornalista sobre a política de controle de armas no país. O
candidato do Novo disse considerar um direito do cidadão ter posse e porte de
arma.
"Nós somos liberais e defendemos que o brasileiro tenha responsabilidade de fazer suas escolhas. Ter porte não é fácil no Brasil. O problema é que os CACs [colecionadores, atiradores e caçadores] foram avacalhados, qualquer clubinho de tiro da esquina você sai armado. Isso é um absurdo. As Forças Armadas não sabem o histórico do cidadão que está se armando. Precisamos ter um único banco de dados. Não podemos banalizar um direito do cidadão", afirmou.
Soraya Thronicke
comentou a resposta e disse que, quando foi eleita, levantou a bandeira
armamentista para defesa pessoal do cidadão. "Me disponho a continuar
trabalhando nesta senda, desde que haja responsabilidade", disse.
Aborto
O candidato Padre
Kelmon questionou Simone Tebet se, por ela ser feminista, seria também a favor
do aborto.
A candidata
respondeu que o feminismo não pode ser confundido como uma pauta de esquerda, e
que ela é contra o aborto, por ser católica.
"Eu sou contra o aborto, porque eu sou católica e sou cristã. Isso não me faz menos feminista. Eu defendo a vida, e assim sempre fui, mas o feminismo no Brasil precisa não ser entendido como uma pauta de esquerda, mas como uma pauta cristã", afirmou Tebet.
Kelmon também
abordou o tema durante pergunta a Ciro Gomes. Ele questionou se Ciro se
comprometeria a assinar um "pacto pela vida" para "proteger os
bebês".
Ciro afirmou que
está concentrado, produzindo um "programa de renda mínima, problema do
endividamento, estabelecer uma lei antiganância e em fazer uma revolução
pedagógica da educação".
Sobre a questão do
aborto, Ciro afirmou: "Nosso poder, como presidente, neste assunto é
nenhum. É um assunto que envolve aspectos religiosos, morais. Aborto para nós é
uma tragédia. A questão não é essa, a questão é o papel do estado e confesso
que a legislação como está é o alcance possível", disse.
Regras
As regras do
debate foram discutidas e aprovadas anteriormente pelas equipes dos
presidenciáveis.
O debate tem
quatro blocos. No primeiro e no terceiro, os candidatos farão perguntas entre
si.
Na segunda e
quarta partes, seis jornalistas – um de cada veículo que promove o debate –
formularão questionamentos aos presidenciáveis.
Primeiro
debate
O primeiro debate,
realizado nos estúdios da TV Band em São Paulo no mês passado, foi marcado
por troca de acusações entre Lula e Bolsonaro – que ficaram
na mira dos demais candidatos com menores pontuações nas pesquisas.
Em pergunta a
Lula, Bolsonaro explorou escândalos de corrupção nos governos petistas. O
petista disse que, quando foi presidente, fortaleceu as instituições e disse
que tiveram autonomia para conduzir investigações.
E o candidato do
PL à reeleição foi criticado pelos demais concorrentes após, contrariado com um
questionamento, ter atacado a jornalista Vera Magalhães.
Após a repercussão
negativa, Bolsonaro disse várias vezes no segundo debate presidencial que
defende e respeita as mulheres. Atrás nas pesquisas, o candidato do PL tenta
diminuir a rejeição entre o eleitorado feminino.
Blog do Paixão