FELIPE MACHADO / isto é
D |
urante entrevista em um
estúdio de TV, a repórter pergunta a Tarcísio de Freitas onde o candidato a
governador de São Paulo vota. Uma pergunta simples, banal. Qualquer cidadão
maior de 16 anos, cumpridor de suas obrigações democráticas, sabe responder
onde é seu local de votação.
Surpreendido como um garoto
que é pego colando na prova, Tarcísio olha para o nada, sem saber a resposta.
Esse homem é candidato ao governo de São Paulo – mas não sabe sequer onde vota.
“Um colégio aí”, ele responde,
envergonhado, com olhar trêmulo.
“Sabe o bairro? Só para a
gente saber qual é o colégio”, emenda a entrevistadora, tentando ajudar.
Silêncio constrangedor. Tarcísio de Freitas, candidato a
governador do estado mais populoso, rico e poderoso do Brasil, não sabe nem
onde vota, nem o nome do colégio, nem o bairro.
“Fugiu à cabeça?”, a entrevistadora repete, com pena da
situação em que colocou, sem querer, o entrevistado.
“Fugiu… à… cabeça”, murmura Tarcísio. Foi pego no flagra.
Essa situação patética ocorre por uma única razão:
Tarcísio caiu de para-quedas aqui. Nunca morou em São José dos Campos, onde
conseguiu, sabe-se lá como, registrar seu domicílio eleitoral. Não sabe o que é
São Paulo, não tem a menor noção dos problemas que os cidadãos paulistas
enfrentam, nem tem a mínima ideia do que vai fazer como governador. Cumpre
apenas, como o soldado raso que é, as ordens inescrupulosas de seu chefe, Jair
Bolsonaro.
São Paulo não precisa de gente assim. Aliás, São Paulo
não aceita gente assim. Que vem aqui para se dar bem, para enganar os
paulistas, é mandado de volta sem perdão. Gostamos de receber gente do mundo
inteiro, somos os melhores anfitriões do planeta. Mas estamos falando de gente
decente, direita, que vem aqui para trabalhar, para sonhar com uma vida melhor
para a sua família.
Não queremos quem vem aqui para se aproveitar da
situação, nem para cumprir missões de caráter duvidoso. Recebemos migrantes e
imigrantes dispostos a construir uma São Paulo mais fraterna, mais justa e mais
rica, tijolo por tijolo, com sinceridade e sem oportunismo. Tarcísio obter o
domicílio eleitoral aqui é uma vergonha para os paulistas. Foi por isso que o
Ministério Público de São Paulo solicitou a instauração de um inquérito
policial para apurar se Tarcísio cometeu fraude ao registrar sua candidatura.
Tarcísio é tão paulista quanto as milícias da Barra da Tijuca.
A outra consequência nefasta da candidatura de Tarcício
de Freitas é que o maior estado do País corre o risco de virar um depósito dos
perdedores bolsonaristas. Assim que for desalojado do Palácio do Planalto,
Bolsonaro e sua trupe de fracassados vai tentar a todo custo manter um sistema
de privilégios – e algum tipo de imunidade – para não serem presos ou voltarem
às suas medíocres existências. O que pode acontecer, então? Tentarão se alojar
no secretariado do Estado de São Paulo, não para trabalhar, nem para construir
nada de positivo, mas para se esconder de suas falcatruas.
O voto contra Tarcísio de Freitas é essencial. E a Tarcísio tenho apenas um recado: na próxima entrevista, vê se decora melhor as informações antes de entrar no estúdio. Aqui a gente não gosta de gente incompetente.
Blog do Paixão