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Grupo Especial de Fiscalização Móvel visitou seis pedreiras em três municípios
do estado e encontrou várias irregularidades.
Por g1 PI
Resgate de trabalhadores em situação análoga à de escravidão no Piauí — Foto: Ascom MPT-PI
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Grupo Especial de Fiscalização Móvel resgatou
57 trabalhadores em situação análoga à escravidão em pedreiras de três
municípios do Piauí, nas últimas semanas. Entre eles havia dois
adolescentes.
Os resgates
ocorreram em extrações de pedras em Canto do Buriti, Amarante e Nazaré do
Piauí, cidades da região Sul do estado, nas quais a fiscalização encontrou
diversas irregularidades.
A fiscalização
contou com representantes do Ministério Público do Trabalho, auditores fiscais
do trabalho do Ministério do Trabalho, Ministério Público Federal, Defensoria
Pública da União, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal.
De acordo com o
procurador do trabalho, José Wellington Soares, que acompanhou os trabalhos,
além de falta de registro e anotação de carteira de trabalho, os trabalhadores executavam
o serviço de extração de pedra, sem nenhum equipamento de proteção individual e
em locais sem água potável, instalações sanitárias e alojamentos.
Também não havia
local adequado para armazenamento, preparo e consumo de alimentos, que eram
feitos sem as mínimas condições de higiene no meio do mato. Alguns
trabalhadores também utilizavam explosivos sem treinamento e equipamentos
adequados.
"As condições
de trabalho eram totalmente degradantes e abaixo de um patamar civilizatório
mínimo”, declarou o procurador do trabalho.
Resgate de trabalhadores em situação análoga à de escravidão no Piauí — Foto: Ascom MPT
Das seis pedreiras
fiscalizadas, cinco delas aceitaram firmar, ainda durante a operação, Termos de
Ajuste de Conduta com o MPT-PI se comprometendo a sanar, com urgência, as
irregularidades encontradas, inclusive para que pudessem continuar a atividade.
A única que não
acertou firmar o compromisso, será processada nos próximos dias pelo MPT, para
que adote as mesmas providências das demais.
Segundo o MPT, os
empregadores flagrados em tal situação são obrigados a efetuar a rescisão
indireta dos contratos de trabalho, com pagamento de todas as verbas devidas a
cada trabalhador no período trabalhado, a corrigir todas as irregularidades e a
pagar indenizações por danos morais, individuais e coletivos.
Resgate de trabalhadores em situação análoga à de escravidão no Piauí — Foto: Ascom MPT-PI
No caso dos dois
adolescentes, os pais também assinaram TAC com o MPT se comprometendo a não
permitir que seus filhos sejam submetidos a qualquer trabalho noturno, perigoso
ou insalubre antes dos 18 anos.
“Infelizmente,
soubemos de notícias de que essas irregularidades têm ocorrido em outras
pedreiras espalhadas pelo estado. O MPT, assim como os demais órgãos de
fiscalização, permanece vigilante e as fiscalizações poderão ser intensificadas
para que situações como essa não se repitam”, ressaltou.
Resgate de trabalhadores em situação análoga à de escravidão no Piauí — Foto: Ascom MPT-PI
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