Dancin' Days inaugurou o estilo de Gilberto Braga, marcado pela discussão dos valores da classe média e das elites urbanas.
E o nosso caderno e a nossa página “Tunel do Tempo” resgata essa que foi uma das maiores trama da história da televisão brasileira.
D |
ancin’ Days inaugurou o estilo de Gilberto Braga, marcado
pela discussão dos valores da classe média e das elites urbanas. Para escrever
a história, o autor lançou mão de romantismo e sarcasmo, dois elementos
característicos de seu universo ficcional. A trama também tirou partido de Os
Embalos de Sábado à Noite, filme de John Badham estrelado por John Travolta que
levou milhões de espectadores ao cinema e impulsionou o sucesso das discotecas
em todo o mundo. Pouco tempo antes de a novela estrear, fazia sucesso no Rio de
Janeiro a discoteca fundada pelo jornalista e produtor musical Nelson Motta.
Dancin’ Days foi tema, em 1978, de uma reportagem da revista americana
Newsweek que destacou a influência da novela sobre os hábitos de consumo dos
telespectadores. Além de lançar modismos, como meias coloridas de lurex, ícones
de uma geração, a novela promoveu produtos como água-de-colônia e sandália de
salto fino. Foram vendidas 400 mil bonecas Pepa, brinquedo da personagem
Carminha (Pepita Rodrigues).
A personagem Yolanda Pratini seria interpretada, inicialmente, por Norma
Bengell. Porém, a atriz se desentendeu com Daniel Filho, e Joana Fomm, que faria
Neide, a empregada de Celina, assumiu o papel. A atriz Regina Vianna foi chamada,
então, para interpretar a personagem Neide.
Na trama, sobressaiu o ator Mário Lago, que emocionou o público no papel
do sofisticado e nostálgico Alberico, típico morador de Copacabana – cenário
recorrente nas histórias de Gilberto Braga. Em janeiro
de 1979, a socialite carioca Leda Castro Neves construiu uma discoteca em sua
mansão na Barra da Tijuca e distribuiu convites nos quais conclamava fãs de
Dancin’ Days a comparecerem vestidas como os personagens da novela e realizarem
o sonho de participar de uma das noites de festa e diversão que eram mostradas
a cada capítulo. Dezenas de colunáveis atenderam ao chamado e passaram a
frequentar a mansão dos Castro Neves. As mulheres vestiam peles de onça, calças
de cetim, lamês e tecidos prateados semelhantes aos que a protagonista Júlia
usava na novela.
Os telespectadores frequentemente confundiam com a realidade o que viam
nos capítulos de Dancin’ Days. Joana Fomm recebia
quase diariamente insultos e até propostas indecorosas por telefone, por conta
das maldades de sua personagem, Yolanda. Em entrevista na época, Gilberto Braga confessou
que até sua cozinheira havia batido o telefone na cara da atriz. “Ela possui um
arsenal de informações que teoricamente a impediriam de fazer essa confusão.
Ela me vê escrever a novela, dá uma olhadinha no final do capítulo às
escondidas, conversa comigo”, contou o autor. “No entanto, quando tentei
sugerir que a Joana não tinha nada a ver com a Yolanda, ela respondeu: ‘Sei que
o senhor é que escreve aquilo tudo, não sou burra. Bati o telefone outro dia
por causa da cara de nojenta que ela fez quando a Júlia entrou no camburão da
polícia. A cara não foi o senhor que escreveu, era dela mesmo.’”
O ator Lauro Corona fez a sua
estreia nas novelas da TV Globo com Dancin' Days. Seu personagem fazia par
romântico com Marisa, interpretada por Gloria Pires, que tinha 15
anos na época.
Dancin’ Days foi a primeira experiência de Marcos Paulo atrás das
câmeras. O diretor tinha recém-chegado de Nova York, onde fizera um curso de
direção de cinema. A convite de Daniel Filho, Marcos Paulo passou a
integrar a equipe de diretores da novela ao lado de Dennis Carvalho e José
Carlos Pieri.
Dancin' Days foi reapresentada entre outubro e dezembro de 1982.
Em 2010, Sonia Braga e Antonio Fagundes se
reencontraram em cena no episódio A Adúltera da Urcada série As Cariocas,
inspirada no livro homônimo de Sérgio Porto. Seus personagens foram batizados
de Júlia e Cacá, assim como em Dancin’ Days, numa homenagem do diretor Daniel Filho à novela
de Gilberto Braga.
Dancin’ Days foi apresentada pela rede mexicana Televisa, uma das
principais exportadoras de telenovela do mundo. Foi a primeira vez que o
México, país com forte tradição na produção de teledramaturgia, exibiu uma
novela brasileira.
A novela foi apresentada em cerca de 40 países, entre eles: Argélia,
Bélgica, Bolívia, China, Colômbia, Espanha, França, Polônia, Portugal e
Uruguai. Na Itália, chegou a alcançar um público médio de quatro milhões de
espectadores por capítulo.
Em outubro de 2011, Dancin Days foi reeditada e lançada em DVD pela
Globo Marcas.
Dancin' Days ganhou um remake em 2012,
escrito por Pedro Lopes, numa parceria da SIC com a Globo.
Ficha Técnica
ELENCO
EQUIPE
Fonte: Memória Globo
Blog do Paixão