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esmo sem o brilho de outras equipes, a
seleção brasileira soube impor seu jogo e superar as adversidades. Com um
esquema tático preparado para proteger a defesa, o Brasil foi o time que menos
gols sofreu durante a Copa - foram três, um contra a Suécia, na primeira fase,
e dois contra a Holanda, nas quartas de final.
Mérito do treinador Carlos Alberto
Parreira, que não sucumbiu às críticas e manteve a sua filosofia de jogo. Muito
bem orientados e adaptados ao esquema, o meia defensivo Mauro Silva e o zagueiro
Márcio Santos se destacaram na competição, garantindo a solidez da zaga
brasileira.
Outro meia defensivo, o capitão Dunga,
calou os críticos, liderou o time dentro do campo com muita garra e, como
recompensa, ergueu a taça. De jogador símbolo de um futebol feio e perdedor,
passou a capitão do tetracampeonato, figura incontestável no meio-campo da
seleção brasileira.
Quem também calou os críticos foi o
lateral-esquerdo Branco. Veterano, ele entrou no time no lugar de Leonardo,
suspenso do Mundial depois de ter dado uma cotovelada em Tab Ramos, durante
jogo contra os Estados Unidos. E foi justamente em uma magistral cobraça de
falta de Branco que o Brasil venceu o seu jogo mais difícil na campanha do
tetracampeonato, contra a Holanda, nas quartas de final.
No ataque, a pouca
criatividade do meio-campo foi compensada pela genialidade do atacante Romário.
Ele personificou a força ofensiva do futebol brasileiro. O Baixinho fez cinco gols no Mundial, entre eles um
de cabeça no meio da gigante defesa sueca nas semifinais do torneio.
Quando não marcou, Romário contou com a
ajuda do parceiro Bebeto, que apareceu em momentos decisivos, como na difícil
vitória sobre os Estados Unidos, nas oitavas de final.
Pouco exigido durante todo o Mundial, o
goleiro Taffarel mostrou competência e sorte de campeão quando o Brasil
precisou dele. Defendeu a cobrança de Massaro e viu Baresi e Baggio chutarem
por cima na decisão por pênaltis contra a Itália.
Combinando organização e talento e
mesclando disciplina tática à arte de Romário, a seleção brasileira acabou com
a agonia da torcida, que já durava 24 anos. Conquistou seu primeiro título
mundial sem Pelé e recuperou o prestígio da camisa verde e amarela.
A saudade do velho e temido futebol brasileiro que enfrenta uma crise em se tratando do futebol arte e trazendo de volta aqui nos “Lendas do Futebol” as figurinhas da Copa de 1994, é um consolo para acreditar que ainda teremos grandes escretes para enfrentar de igual para igual as seleções europeias que vem ocupando espaço que a nossa seleção canarinho nunca mais conquistou.
Blog do Paixão