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Sindicato dos Policiais Civis de
Pernambuco (Sinpol-PE) apresentou, em nota divulgada em seu site oficial,
esclarecimentos e explicações sobre o Decreto nº 54.939 de 2 de janeiro de
2023.
O Governo do
Estado publicou, nesta segunda-feira (2), o Decreto 54.393, que traz, entre
outras medidas, vedações ao direito dos servidores de gozo a licenças. Alguns
pontos vão de encontro ao estabelecido na legislação que rege tal direito dos
servidores, notadamente no seu parágrafo 4º, uma vez que a concessão da licença
prêmio ao servidor público estadual é prevista no art. 112 da Lei 6.123/1968
(Art. 112. Serão concedidos ao funcionário, após cada decênio de serviço
efetivo prestado ao Estado, seis meses de licença-prêmio, com todos os direitos
e vantagens do cargo efetivo).
O referido art.
112 do Estatuto dos Servidores não concede discricionariedade à Administração
Pública Estadual, nem à Chefe do Executivo o poder de impedir o direito à
concessão da licença prêmio, que deverá ser concedida ao servidor quando
preenchidos os requisitos legais.
O decreto deixa
vaga a interpretação sobre a manutenção ou não das chefias hoje ocupadas e
também mexe com os servidores que estão em gozo de licença sem vencimento,
alguns sem condições algumas de reassumirem suas funções no exíguo prazo
estabelecido pela nova norma, além do que não leva em consideração a situação
específica de cada policial.
Nos últimos anos,
os Policiais Civis tiveram negado o direito ao gozo da licença prêmio por
diversos motivos, entre eles: falta de efetivo, férias de outros servidores,
pandemia, etc. Outro ponto preocupante é que o Decreto também deixa a Polícia
Civil sem Chefia, uma vez que, conforme o seu art. 1º e por não ter status de
Secretaria, a nomeação da Chefe durou apenas um dia, pois foi nomeada na
segunda feira (02) e exonerada na terça. No mesmo Decreto, a Governadora
exonerou todos os chefes das unidades policiais e administrativas da PCPE,
deixando a instituição sem comando.
Os Policiais Civis
e demais servidores da segurança pública denunciam que estão sofrendo por falta
de gestão e de um mínimo de cuidado dos políticos. O Sindicato dos Policiais
Civis de Pernambuco (Sinpol-PE) espera que este Governo faça diferente e preze
pelo diálogo.
O SINPOL, através do departamento jurídico, está fazendo um estudo sobre
toda a abrangência e situações abarcadas pelo decreto e já está atuando pela
imediata revogação do mesmo, solicitando, desde já, que haja um debate com os
servidores através de seus sindicatos e associações e da Mesa Geral dos
servidores públicos para que seja encontrada uma solução que atenda às
necessidades da Administração sem subtrair direitos dos já extenuados
Policiais.
Blog do Paixão