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Internacional: O que se sabe sobre ataque que deixou mais de cem mortos na Rússia



CRÉDITO,EPA
Legenda da foto,
Policial russo diante da casa de shows conectada a shopping que foi alvo de ataque na última sexta-feira

Um ataque com armas de fogo em uma casa de shows na região de Moscou, na Rússia, deixou dezenas de mortos e feridos nesta sexta-feira (22/3).

Ao menos 115 pessoas foram mortas e mais de 140 ficaram feridas no ataque, segundo o FSB (serviço russo de segurança). Não há nenhum registro de brasileiros entre as vítimas.

De acordo com as informações iniciais, um grupo de ao menos quatro pessoas armadas, com uniformes táticos, fez disparos na casa de shows Crocus City Hall, enquanto as pessoas aguardavam uma apresentação da banda de rock russa Picnic.

O espaço para shows é conectado a um shopping.

Segundo os serviços de segurança russos informaram ao presidente Vladimir Putin, esses quatro homens armados foram detidos, junto com outras sete pessoas.

Vídeos no local da apresentação em Krasnogorsk, subúrbio de Moscou, mostram pelo menos quatro pessoas atirando indiscriminadamente contra o público, que gritava e tentava fugir.

Segundo as investigações preliminares, os perpetradores também usaram líquido inflamável para incendiar setores da casa de shows.

Os EUA disseram que há evidências críveis de que um grupo afiliado ao autodenominado Estado Islâmico esteja por trás dos ataques - o grupo reivindicou a autoria (mais detalhes abaixo). A Rússia até agora não comentou a respeito.

A Ucrânia, com quem a Rússia está em guerra, negou qualquer envolvimento no episódio.

Entre os feridos no tiroteio estavam crianças, segundo uma autoridade local de Moscou em entrevista a uma agência de notícias russa. Elas estavam participando de uma competição de dança de salão quanto o tiroteio começou.

Os pais desses jovens também estavam no local.

Várias explosões foram ouvidas e houve um grande incêndio no prédio, o que causou o desabamento de parte do telhado próximo ao local.

O fogo tomou conta do telhado e da fachada do shopping e fumaça e chamas eram visíveis no horizonte do centro de Krasnogorsk.

Cerca de 100 pessoas teriam sido resgatadas no topo do centro comercial, segundo autoridades envolvidas no resgate.

Há relatos sobre a preocupação de que um dos andares pudesse desabar.

Um vídeo obtido pela agência de notícias Reuters mostrava um grande incêndio e fumaça saindo do salão onde ocorreu o ataque.


CRÉDITO,REUTERS
Legenda da foto,
Fumaça e chamas eram visíveis no horizonte do centro de Krasnogorsk

Diversos grupos de forças especiais russos entraram no local.

O Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelo ataque em seu canal no Telegram. No entanto, ainda se investiga a autoria. O governo russo não se pronunciou sobre isso até o momento.

A postagem do grupo radical islâmico não foi verificada de forma independente.

Também conhecido como ISIS, o grupo já realizou ataques em vários países. Mas o correspondente de segurança da BBC, Gordon Corera, lembra que, em outras ocasiões, o Estado Islâmico já assumiu a responsabilidade por ataques com os quais não teve nada a ver.

Em 7 de março, o FSB da Rússia disse ter evitado um ataque a uma sinagoga em Moscou que estava sendo planejado por uma célula do Estado Islâmico.

O FSB disse que os agressores abriram fogo durante a tentativa de prisão e foram “neutralizados pelo fogo rival”, mas poucos detalhes foram fornecidos sobre esse caso.

O FSB, serviço de inteligência russo, emitiu um comunicado afirmando que os responsáveis pelo ataque estavam planejando cruzar a fronteira com a Ucrânia e que teriam "contatos" no lado ucraniano.

A Ucrânia reagiu dizendo que essa informação é "absurda".

Sarah Rainsford, correspondente da BBC em Kiev, conversou com Andriy Yusov, porta-voz da inteligência ucraniana, que afirmou que a fronteira entre os dois países está "repleta de militares e membros de serviços especiais. (...) É uma linha de frente (da guerra). Sugerir que os suspeitos rumavam para a Ucrânia é sugerir que eles são estúpidos ou suicidas".

A Casa Branca divulgou ter alertado autoridades russas, no início de março, sobre a possibilidade de ocorrer um ataque tendo como alvo "grandes aglomerações" em Moscou.


CRÉDITO,VASILY PRUDNIKOV/EPA-EFE/REX/SHUTTERSTOCK

'Terrível tragédia'

O correspondente da BBC na Rússia, Steve Rosenberg, relata que bombeiros passaram a noite apagando as chamas. E o que era uma das salas de concerto mais famosas do país agora virou uma zona de desastre. Há pessoas levando flores e tributos às vítimas.

O governo da Rússia descreveu o incidente como um "ataque terrorista". Policiais e bombeiros estão no local acompanhando o caso.

Imagens nas redes sociais mostravam homens armados dentro do centro comercial.

"Todas as medidas possíveis estão sendo tomadas para prestar assistência às pessoas afetadas pelo ataque terrorista", disse a FSB em nota, ainda na sexta-feira.

O prefeito de Moscou, Sergey Sobyanin, chamou o ataque de “terrível tragédia”. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia classificou o episódio como “um ataque terrorista sangrento”.

A banda de rock Picnic emitiu um comunicado informando que todos os integrantes e membros da sua equipe estão "vivos e seguros".

“Ocorreu uma tragédia cuja escala ainda não podemos avaliar”, afirmou o comunicado.

O Ministério da Cultura russo divulgou que todos os grandes eventos foram cancelados no país neste fim de semana.


CRÉDITO,REUTERS

Ucrânia 'não tem nada a ver'

Um assessor do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que a Ucrânia, que está em guerra com a Rússia desde fevereiro de 2022, não tem qualquer relação com o ataque desta sexta-feira.

Num post no Telegram, Mykhailo Podolyak disse: “Sejamos claros, a Ucrânia não tem absolutamente nada a ver com estes acontecimentos”.

Governo brasileiro lamenta ataque

O Ministério das Relações Exteriores informou em nota que "não se tem notícia de nenhum cidadão brasileiro vítima do ataque".

A Embaixada brasileira em Moscou, segundo a pasta, "permanece em funcionamento para atender brasileiros em situação de emergência".

A pasta expressou condolências e solidariedade "ao povo e ao governo da Rússia e reitera seu firme repúdio a todo e qualquer ato de terrorismo."

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Rússia prende suspeitos de ataque com 115 mortos e afirma que eles tinham 'contatos na Ucrânia'

Governo russo afirmou que 11 pessoas foram detidas, incluindo quatro supostos atiradores. Parlamentar russo disse que houve perseguição a cerca de 350 km do local do atentado.

Por g1


VEJA VÍDEO CLICANDO NA IMAGEM - 
Dos atiradores que abrem fogo em casa de shows de Moscou

A Rússia prendeu 11 pessoas, incluindo quatro supostos atiradores, suspeitos de envolvimento no ataque que deixou 115 mortos na região de Moscou. As informações foram divulgadas pelo governo russo neste sábado (23).

O atentado, reivindicado por um braço do grupo terrorista Estado Islâmico, aconteceu na casa de shows Crocus City Hall, na noite de sexta-feira (22), e é o pior dos últimos 20 anos na Rússia. Segundo autoridades russas, ao menos cinco homens armados invadiram o local enquanto a banda Picnic se preparava para se apresentar.

De acordo com o Kremlin, o chefe do Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB, na sigla em inglês) informou ao presidente Vladimir Putin que quatro terroristas foram detidos -- os outros sete haviam participado no planejamento do ataque.

O FSB informou que os suspeitos estavam indo em direção à fronteira com a Ucrânia e que tinham contatos no país vizinho.

O governo ucraniano ainda não havia se manifestado sobre o atentado do Estado Islâmico até a última atualização desta reportagem.

Na manhã deste sábado, os agentes ainda estavam buscando por cúmplices, ainda de acordo com o Kremlin, que prometeu caçar todos os envolvidos no atentado.

Perseguição

O parlamentar russo Alexander Khinshtein, aliado de Putin, afirmou que os responsáveis pelo ataque foram detidos após uma perseguição na região de Bryansk, a cerca de 350 km de onde o atentado aconteceu.

Khinshtein disse que a perseguição começou após o motorista de um carro se recusar a obedecer a uma ordem de parada.

"Durante a perseguição, foram disparados tiros, e o carro capotou. Um terrorista foi detido no local, os demais fugiram para a floresta. Como resultado da busca, um segundo suspeito foi encontrado e detido", disse.

Segundo Khinshtein, buscas continuaram sendo feitas para localizar outros dois suspeitos que escaparam. Dentro do veículo onde estavam os suspeitos, as autoridades disseram ter encontrado armas e passaportes do Tadjiquistão.

Esse foi o pior atentado na Rússia desde a invasão de uma escola em 2004 em Beslan. O Estado Islâmico reivindicou a autoria do ataque em seu canal no Telegram.

O grupo Estado Islâmico-Khorasan é um braço afegão do grupo terrorista. Autoridades dos EUA tinham recebido informações sobre a presença do EI-K na Rússia e avisaram o governo de Vladimir Putin. Neste sábado (23) completa cinco anos desde que o Estado Islâmico perdeu seu último território na Síria.

Por g1


O ataque desta sexta foi o pior atentado na Rússia em 20 anos.

Os cinco homens armados com metralhadoras e vestidos com roupas camufladas que abriram fogo contra homens e mulheres eram do Estado Islâmico-Khorasan (EI-K, ou ISIS-K em inglês), braço afegão do grupo terrorista muçulmano que atua de forma regional. 

Após o ataque, os Estados Unidos disseram que confirmaram a reivindicação de responsabilidade do EI-K no ataque em Moscou, segundo uma autoridade do país.

Segundo uma autoridade dos EUA, o governo de Joe Biden alertou o país nas últimas semanas sobre a possibilidade de um ataque do grupo em território russo. A embaixada dos EUA em Moscou disse, no dia 7 de março, que terroristas tinham planos para atacar grandes aglomerações de pessoas em Moscou --inclusive shows-- e pediu para que os cidadãos americanos na Rússia evitassem esses locais.

A Rússia é considerada inimiga do Estado Islâmico, porque o governo de Vladimir Putin apoia o governo de Bashar Al-Assad, da Síria.

Neste sábado (23) completa cinco anos desde que o Estado Islâmico perdeu seu último território na Síria, a vila de Al-Baghouz. Na ocasião, em 23 de março de 2019, as Forças Democráticas da Síria, assistidas pela Coalizão Global liderada pelos Estados Unidos, assumiram o controle do local.

Veja abaixo perguntas e respostas sobre este outro grupo extremista (EI-K ou ISIS-K), com informações da agência AFP:

O que é o Estado Islâmico-Khorasan?

Meses depois de o Estado Islâmico declarar um califado no Iraque e na Síria, em 2014, combatentes que saíram do talibã paquistanês se uniram aos militantes no Afeganistão para formar um braço regional. Juraram lealdade ao líder do EI, Abu Bakr al Baghdadi.

O grupo foi reconhecido formalmente pelo comando central do EI no ano seguinte à sua instalação no nordeste do Afeganistão, nas províncias de Kunar, de Nangarhar e do Nuristão.

Também estabeleceu células em outras áreas do Paquistão e do Afeganistão, incluindo Cabul, segundo monitores da ONU.

As últimas estimativas de sua força variam de milhares de combatentes ativos até 500, conforme relatório do Conselho de Segurança da ONU divulgado em julho passado.

"Khorasan" é um nome histórico da região que inclui partes de onde ficam atualmente Paquistão, Irã, Afeganistão e Ásia Central.

Que tipo de ataques o EI executa?

O EI-K reivindicou alguns dos ataques mais violentos dos últimos anos no Afeganistão e no Paquistão.

O grupo massacrou civis nos dois países em mesquitas, santuários, praças e até hospitais, além de ter executado ataques contra muçulmanos de alas que considera hereges - em particular os xiitas.

Em agosto de 2019, o EI-K reivindicou a autoria de um atentado contra os xiitas durante um casamento em Cabul que deixou 91 mortos.

As autoridades suspeitam que o grupo foi o responsável por um ataque, em maio de 2020, que chocou o mundo. Homens armados abriram fogo na maternidade de um bairro de maioria xiita de Cabul. Nele, 25 pessoas morreram, entre elas 16 mães e recém-nascidos.

Nas províncias em que está presente, o EI-K deixou marcas profundas. Seus homens mataram a tiros, decapitaram, torturaram e aterrorizaram os moradores, deixando minas por todos os lados.

Além dos bombardeios e massacres, o EI-Khorasan não conseguiu controlar nenhum território na região e sofreu grandes perdas nas operações militares talibãs e americanas.

Qual a relação do EI-Khorasan com a Rússia?

A Rússia é considerada inimiga do Estado Islâmico, porque o governo de Vladimir Putin apoia o governo de Bashar Al-Assad, da Síria.

Qual a relação do EI-Khorasan com os talibãs?

Embora os dois grupos sejam militantes islâmicos sunitas de linha dura, também são rivais e divergem em temas de religião e estratégia. Cada um diz representar a verdadeira bandeira da Jihad.

As divergências provocaram confrontos sangrentos, dos quais os talibãs geralmente saíram vitoriosos desde 2019, quando o EI-Khorasan foi incapaz de controlar um território como fez seu grupo parente no Oriente Médio.

Em um sinal de inimizade entre os grupos jihadistas, os comunicados do EI se referem aos talibãs como apóstatas.


Localização do Crocus City Hall, em Krasnogorsk, na Rússia — Foto: Kayan Albertin/g1


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