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Revirando o Baú: A Bossa-nova nasceu com Elisete Cardoso


Ela sempre foi bem chegada a MPB tradicional. Ao samba autêntico como querem alguns! Mas, independente disso, pode ser considerada a precursora da bossa-nova. Ou, quando nada, Elisete Cardoso foi a lançadora oficial da dupla Tom Jobim/Vinícius de Moraes que, em 1957, a requisitou para gravar Canção do Amor Demais, LP que, entre outras coisas, teve a participação de João Gilberto ao violão e nos contracantos.

No repertório, músicas como Chega de Saudade, Medo de Amar, Outra Vez e a faixa-título, entre outras. Os arranjos ficaram a cargo de Tom que também cedeu seu apartamento para os ensaios. “Mas no estúdio saia quase tudo no improviso. Chega de Saudade por exemplo, foi ensaiada no corredor do estúdio. E foi João Gilberto quem me ensinou como interpretá-la.

O disco foi bem aceito pelo público, mas não chegou a leva-la a mudar então. Seu repertório continuou a ser composto de sambas “autênticos”. Um fato, entretanto, Elisete admite: embora não tivesse aderido à bossa-nova, sofreu influências de autores ligados a esta. Prova disso é que ela continua gravando músicas de compositores do gênero, como Tom Jobim, Vinícius de Moraes, João Gilberto e outros. Mas não deixa de cantar músicas de Cartola, Lupicínio Rodrigues, etc. Isso para alcançar público de todas as idades. “Não sou cantora jovem guarda, nem só de velha guarda. Procuro abranger os diversos tipos de público.

Agora Elisete está às voltas com seu novo LP – ainda sem título definitivo – que se encontra em fase de montagem. O disco tem seu lançamento previsto para agosto/setembro e, dada a quantidade de material gravado (cerca de 20 músicas) deve ser um álbum duplo. Há também a possibilidade de serem feitos dois discos, um para o mercado brasileiro e outro para o estrangeiro (talvez o Japão). A produção é de Hermínio Bello de Carvalho e os arranjos são do maestro Sergio de Carvalho. Nos vocais MPB-4, Quarteto em Cy e Os Meninos de Deus. E, no repertório músicas inéditas e algumas regravações. Entre elas, Autonomia, Acontece (Cartola), Deixa (Tom/Vinícius) e Mancada (Gilberto Gil).

Elisete Cardoso tem viajado muito, mas, ao que parece não pensa em parar. Ela acaba de ser convidada para em agosto, apresentar-se no Chile. E, no final do ano, deve ir à Argentina, onde fará curta temporada. Ela está feliz com a possibilidade de voltar a fazer shows em Buenos Aires, apesar de reconhecer que isso talvez a impossibilite de realizar a temporada que Sérgio Cabral está planejando para ela no teatro Clara Nunes, em janeiro. A produção e direção será do próprio Cabral e a ideia é fazer-se um espetáculo bem popular.

Quanto ao mercado de trabalho para o músico brasileiro, Elisete entende ser restrito em razão de se valorizar mais a música estrangeira. “Deveria haver uma Lei que, realmente proibisse a exagerada execução de músicas estrangeiras nas rádios”. Lembra os áureos tempos dos musicais da TV Record de São Paulo e diz que a “televisão brasileira não mais se preocupa com esse tipo de programa". O Globo de Ouro, por exemplo, seria boa opção ao artista se não limitasse a apresentar os “listões” das paradas de sucesso.



















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