Cláudio Marzo abandona a TV
Cláudio Marzo vai deixar a televisão, tão logo expire seu contrato com a Rede Globo, em junho. De espada em punho, suando muito depois de enfrentar vários soldados na gravação de uma cena da novela “A Última Valsa”, o galã conta porque decidiu tomar aquela atitude: “Não aguento mais. Preciso parar. Do contrário, não resistiria mais uma semana. Afinal, são quatro anos consecutivos de trabalho em novela.” Isso significa, porém, que se afastará do público com alguns companheiros de televisão constituirá uma companhia para se apresentarem em todo país.
A televisão deu a Cláudio Marzo grande popularidade, mas na verdade – ele confessa agora – não era bem esse meio de comunicação que preferiria usar. “O teatro é meu caminho. É através dele que o artista se comunica realmente com o público.” Voltamos à cena aberta, o ator retoma aquela atividade em que iniciou sua carreira artística, anos atrás. Sabe que não é fácil fazer teatro no Brasil. “É uma ousadia, pois a encenação custa uma fortuna e grande parte do público não tem o hábito de procurar esse tipo de entretenimento.” Mas está firme no propósito de “retornar às origens”, embora já possa prevê que “financeiramente vou fazer um péssimo negócio. Não acredito que o teatro me dê os cinco milhões e meio que hoje ganho na TV”.
Cláudio lembra-se do Índio Robiedo, papel que lhe coube em “A Rainha Louca”, e outros interpretações que contribuíram para projetá-lo como ator. E chega a esta conclusão: “O duque de Olmeberg (“seu papel em “A Última Valsa””, é um fracasso em termos de comunicação com o público. É um dos personagens mais fracos que já interpretei. Para resumir est, seus problemas morais estão superados, já não encontram lugar no mundo atual. A rigor, nunca existiram”.
Fonte: Revista Sétimo Céu - 1969
Blog do Paixão