Fantástico investiga nova geração da família Avelino, do interior do estado do Rio de Janeiro (ASSISTA A REPORTAGEM COMPLETA)
Uma família do interior do estado do Rio de Janeiro com um histórico de crimes e violência. A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio e do Pará investigam diversos assassinatos ligados a um sobrenome que se impõe pelo terror.
Os "Avelinos", como são conhecidos, estão há pelo menos seis décadas envolvidos em tramas criminosas.
Segundo as investigações, eles matam por motivos banais e com a certeza da impunidade. Agora, uma nova geração de "Avelinos" está sendo investigada por outros assassinatos.
Em maio de 2020, um dos possíveis crimes ligados à família foi registrado por câmeras de segurança. Nas imagens, é possível ver que um jovem mata a tiros dois rapazes que tentavam comprar bebida em um posto de gasolina em Novo Repartimento, no Pará.
A polícia afirma que o assassino - que foge logo depois - é João Pedro Bernardes Aguiar de Oliveira, que não carrega o sobrenome, mas faz parte da família impõe terror a seus inimigos e desafetos há 60 anos.
Um outro crime, no qual a polícia suspeita do envolvimento de outro integrante da família Avelino, aconteceu em janeiro deste ano em Vassouras (RJ). Dessa vez, a vítima era o empresário Thiago Amorim Navarro.
O empresário tinha muitas amizades, inclusive, com os "Alevinos". A família dele acredita que a relação entre ele e Fernando César Avelino terminou por causa de um cheque de R$ 4 mil.
Os parentes se queixam da demora na investigação. Segundo eles, depois de 6 meses, a Polícia Civil ainda não tem os registros telefônicos da vítima, nem do suspeito e sequer analisou as imagens das câmeras de segurança
O Ministério Público do Rio, que supervisiona a investigação, diz que o inquérito está sob segredo de justiça,
Fernando é primo de João Pedro, suspeito do assassinando dos dois jovens do Pará, em 2020.
A família Avelino também mantém negócios e terras no norte do Brasil. Parentes dos jovens que foram mortos no Pará falaram com o fantástico.
Na década de 1980 a fama dos Avelinos já havia chocado o Brasil. A reunião, na qual estavam vários integrantes da família e que tinha como objetivo selar a paz, foi registrada pela TV Globo (foto acima).
A violência da família apavorava tanto a sociedade que a reunião foi acompanhada por autoridades, como o então secretário de justiça do estado do Rio de Janeiro.
O acordo de paz funcionou, mas por pouco tempo. O programa Linha Direta mostrou que integrantes da família voltaram a matar.
Em 2002, um dos netos do patriarca, Joubert Eduardo de Souza, matou o arquiteto Rodolfo Iannuzzi, dentro de um clube em Miguel Pereira, no interior do Rio.
"Essa terceira geração vem pior por quê? O velho tinha que trabalhar e ele matava por causa da terra e agora, essa terceira geração ,que foi criada por assassinos, vem e é muito rica", afirma o juiz do Tribunal do Rio de Janeiro, Luís Cláudio Rocha.
Família é suspeita de comandar 50 assassinatos no RJ
Repórter News
Domingo - 02 de Julho de 2006
Mesmo com a condenação de um e prisão de outros dois integrantes da família Avelino, a cidade de Vassouras, localizada a 116 quilômetros do Rio de Janeiro, não se livrou do medo. A família é suspeita de comandar pistoleiros responsáveis por cerca de 50 assassinatos no sul do Estado desde a década de 60. No município, várias pessoas, entre elas o delegado da 95ª DP (Vassouras), José Soares, dois detetives e até o juiz da Vara Criminal, Leonardo Teles, estão ameaçados por pessoas supostamente ligadas à família.
"Não adianta, vamos continuar trabalhando", afirma Soares. Júlio Avelino de Oliveira Filho, o Julinho Avelino, 62 anos, tido como um dos mais cruéis do clã, se entregou dia 7 de abril.
Acusado de tentativa de homicídio, ele estava foragido há mais de um ano. Filho dele, Júlio Avelino de Oliveira Neto, o Sarará, 29, condenado em 2003 a 14 anos de prisão por homicídio, cumpre pena em Bangu II. Joubert Eduardo de Souza, 19, por sua vez, fruto de romance extraconjugal de Antônio Fernando de Oliveira, o Nicão Avelino, morto em acidente de carro na década de 90, aguarda júri popular pela morte do arquiteto Rodolfo Gigante Iannuzi, 26, em festa à fantasia, em 2003, em Miguel Pereira.
Desesperado, o operador de máquina Edson Presott Marcondes, 42 anos, diz ser o próximo a morrer: "Pode ser a qualquer hora e lugar. Quando os Avelinos marcam alguém, nunca deixam de cumprir". Ele escapou da morte em 8 de novembro de 2004, quando, na frente de duas filhas, levou quatro tiros, disparados por Fábio Gomes dos Passos, 31, e Élio Henrique Bandeira, 33.
Os dois foram presos em flagrante por PMs e teriam sido contratados por Julinho Avelino, que comprou briga de um conhecido, com quem Marcondes se desentendeu por causa da compra mal resolvida de trator. "Hoje, passo as noites em claro e uso uma pistola, devidamente registrada, para defender a minha família", conta.
O vendedor Vagner Luiz Lopes de Sá, 30 anos, também se diz ameaçado por Julinho Avelino: "Ele cismou que eu teria delatado um de seus capangas à polícia". Mês passado, Marcondes e Sá estenderam faixa na porta do Fórum acusando Julinho. "Há um ano, nossas vidas viraram inferno, com telefonemas e ameaças feitas pessoalmente pelos jagunços. Se morrermos, os Avelino são culpados", avisa Sá.
Várias mortes no currículo Rodolfo Iannuzzi foi morto com tiro de pistola no rosto porque conversava com ex-namorada de Joubert Avelino. O acusado foi preso numa das fazendas da família, em Valença, durante megaoperação que envolveu 20 agentes federais.
Sarará, tio de Joubert, foi condenado pela morte de Luiz Augusto Costa Monteiro, com três tiros, em setembro de 1995, no Centro de Vassouras. Monteiro levava uma parente ao hospital e cruzou com Sarará, que estava com o carro parado, atrapalhando o trânsito. A vítima teria buzinado e, irritado, Sarará fez vários disparos.
Entre as acusações contra membros da família está também a da morte, em maio de 2000, do cavaleiro Ronaldo Silva Soares, 26. Ele foi morto com três tiros em plena arena de rodeios do Parque de Exposições Ecoturístico do Trabalhador. Outra morte suspeita seria a do delegado Varonil Fernandes, em 2003. Fernandes, que morreu de acidente na Via Dutra, havia investigado Júlio Avelino.
Blog do Paixão