Gisely Kelly Tavares foi morta aos 37 anos, em 19 de julho de 2017. Júri considerou que crime foi homicídio qualificado, por motivo fútil, sem chance de defesa à vítima.
Por Nathalia Dielu, TV Globo
Gisely Kelly Tavares foi assassinada pelo namorado, Wilson Campos de Almeida Neto, segundo a Polícia Civil — Foto: Montagem/g1
O empresário Wilson Campos de Almeida Neto foi condenado a
uma pena de 26 anos e oito meses de prisão pelo
assassinato da namorada Gisely Kelly Tavares do Santos, em 19 de julho de 2017.
O tribunal do júri considerou Wilson Neto culpado pelo crime de homicídio
qualificado, por motivo fútil, sem dar chance de defesa à vítima, e
feminicídio. A pena deve ser cumprida inicialmente em regime fechado e a defesa
do empresário já entrou com pedido de recurso em relação à condenação.
O julgamento começou na quarta (27) e terminou na tarde
desta quinta-feira (28), no salão do júri popular do Fórum Desembargador
Rodolfo Aureliano, no bairro de Joana Bezerra, no Recife, presidido
pela juíza Maria Segunda Gomes de Lima. O homem foi preso depois do anúncio da
decisão.
Wilson Campos de Almeida Neto atirou na cabeça da então
namorada, Gisely Kelly, provocando a morte dela.
No julgamento, foram ouvidas testemunhas de acusação,
incluindo o ex-marido de Gisely Kelly, ex-funcionários, amigos da vítima e o
perito que foi ao local do crime. Também foram ouvidas duas testemunhas de
defesa do réu, incluindo a esposa dele.
A defesa do empresário alegou que o tiro foi acidental e que
ele procurou a polícia para se entregar logo após o fato, o que caracterizaria
um crime culposo (sem intenção de matar).
Já a promotoria sustentou que o processo tinha "provas
robustas" de crime intencional e que a condenação colocaria um ponto final
na impunidade.
Julgamento adiado
O julgamento estava marcado para o dia 20 de novembro, mas
foi adiado para o dia 27, a pedido dos advogados do empresário, que alegaram
que documentos foram anexados ao processo fora do prazo legal e problemas de
saúde do réu.
O júri começou na quarta-feira (27), quando aconteceram os
depoimentos de testemunhas e o interrogatório do empresário. Segundo o Tribunal
de Justiça de Pernambuco (TJPE), a sessão foi retomada na manhã desta quinta
(28), com os debates entre acusação e defesa.
Antes do início do julgamento, integrantes do Instituto
Banco Vermelho, que pede justiça para casos de feminicídio no Brasil,
juntamente com parentes de Giselly Kelly, fizeram um ato simbólico pendurando
algumas camisas com dados e informações sobre violência contra a mulher no país
em um varal montado na calçada na frente do fórum (VEJA VÍDEO ABAIXO).
Blog do Paixão