Publicação diz que Musk lidera
"guerra em Washington", por cortes de gastos de seu novo
departamento, mas alerta para "perigos de um homem não eleito possuir tal
poder irrestrito" e sugere disputa Trump.
Por Redação g1
Capa da revista Time com montagem de Elon Musk sentado na mesa presidencial do Salão Oval da Casa Branca, em 7 de fevereiro de 2025. — Foto: Divulgação/ Time
A revista Time publicou nesta
sexta-feira (7) a capa de sua próxima edição com uma montagem do
bilionário Elon Musk ocupando
a cadeira presidencial do Salão Oval da Casa Branca.
A imagem ilustra uma reportagem
que aponta como Musk tem usado poderes de Estado que Donald Trump ainda
não deixou claro se o bilionário poderia ter para liderar "as forças
que estão remodelando os Estados Unidos",
limando gastos de governo à revelia de Donald Trump.
Alerta para "perigos de um
homem não eleito possuir tal poder irrestrito" e sugere que ele está
disputando forças com o atual presidente.
"Nenhum cidadão privado exerceu tanto poder sobre a máquina do governo dos EUA", diz a reportagem. "Musk mostrou que não tolerará nenhuma oposição, não importa quão justificada seja".
Musk, CEO da rede social X, da
Tesla e da Space X, foi nomeado por Trump para comandar o DOGE, sigla em inglês
para o novo departamento dos EUA (equivalente aos ministérios do Brasil)
dedicado a apontar medidas para secar gastos do governo.
A revista classifica o DOGE de
"uma coleção de empregados temporários sem crachá, sem site e sem uma
autoridade legal clara", em referência ao fato de que o departamento não é
um órgão formal do governo norte-americano.
O caso da USAID — a agência de
ajuda humanitária dos Estados Unidos que entrou na mira das críticas de Musk e
Trump e depois teve mais de 90% dos funcionários cortados — é usado pela
reportagem como emblemático do modus operandi que o bilionário
adotou à frente do DOGE.
O texto exemplifica como as
críticas de Musk contra a USAID se intensificaram depois que funcionários do
DOGE exigiram acesso a documentos confidenciais da agência, que negou o pedido,
já que só a Casa Branca poderia acessá-los. Dias depois, o bilionário defendeu
o fechamento total da USAID.
O presidente Donald Trump chegou
a dizer que Musk não pode fazer nada sem a autorização de Trump. Mas, dias
depois, o próprio Trump anunciou o fechamento temporário da USAID.
"Essas são apenas as primeiras medidas de uma onda antigovernamental massiva. Orçamentos serão hackeados. Programas valiosos serão eliminados. Servidores públicos de carreira serão expurgados, substituídos por nomeados políticos cuja qualificação primária é fidelidade aparente ao presidente",
- diz a reportagem.
Mas a publicação disse também que
o tabuleiro pode virar contra Musk, quando os cortes feitos pelo seu
departamento começarem a afetar também os próprios cidadãos norte-americanos.
"Uma reação pública pode estar crescendo à missão de Musk, e muito mais está em jogo do que o tamanho do balanço federal, a contagem de funcionários em agências ou os perigos de um homem não eleito possuir tal poder irrestrito", afirma a reportagem. "Os fazendeiros no centro-oeste (dos EUA) podem em breve descobrir que os compradores financiados pela USAID não estão mais pagando por sacos de farinha para enviar aos campos de refugiados".
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