Prefeita de Marituba, Patrícia
Alencar (MDB) afirma que sofreu violência política de gênero com vazamento de
vídeo e rebateu críticas.
Por Taymã Carneiro, g1
Pará — Belém
Prefeita de Marituba, Patrícia Alencar (MDB) posta vídeo dançando forró e rebate críticas. — Foto: Reprodução / Instagram
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Patrícia Alencar (MDB), prefeita
de cidade de Marituba,
na região metropolitana de Belém, falou ao g1, nesta sexta-feira
(6), sobre a repercussão de um vídeo
que viralizou nas redes sociais nesta semana. Na gravação, ela
aparece dançando forró de biquíni (assista ao vídeo acima).
Ela falou que, há 15 dias, havia
postado o conteúdo em um perfil privado com cerca de 185 seguidores. Depois
disso, alguém gravou a tela e compartilhou sem autorização. Com o vazamento,
ela resolveu postar o vídeo no perfil oficial dela, onde é acompanhada por mais
de 800 mil pessoas. O vídeo dividiu opiniões e ela rebateu críticas.
"Me senti extremamente violada, porque esse vídeo foi há 15 dias, em Instagram privado, onde escolhi os seguidores a dedo e onde mostro momentos da Patrícia longe do trabalho, nada envolvendo meu profissionalismo, e eu fui traída por uma pessoa que estava nesse perfil".
Sobre a repercussão, Patrícia
comentou que tem "certeza que vivemos em uma sociedade machista,
preconceituosa e isso ainda está vivo nos dias de hoje". Ela afirmou que
"mulheres precisam praticar a empatia, porque infelizmente boa parte dos
comentários (negativos) são de mulheres, é um momento de união, onde a gente
precisa debater a violência de gênero na politica".
"Sofremos essa violência constantemente, com casos no Brasil todo, e até quando a gente vai aceitar que isso está dentro da normalidade? É um momento onde a gente precisa debater, procurar e solucionar essas demandas de preconceito de gênero na politica".
O vídeo
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Patrícia viralizou nesta
quinta-feira (5) depois
de publicar um vídeo dançando forró de biquíni em seu perfil privado em uma
rede social.
Embora o conteúdo não tenha sido
divulgado em canais institucionais, a repercussão foi imediata. O vídeo dividiu
opiniões sobre limites entre vida pessoal e o decoro esperado de autoridades
eleitas.
Ao g1, Patrícia
também havia dito que "infelizmente o corpo de uma mulher incomoda mais do
que a corrupção, a ineficiência ou o descaso na política". "Quando um
homem se diverte ou relaxa, é visto como autêntico. Mas, quando se trata de uma
mulher, ela é julgada, como se isso anulasse sua competência", afirmou.
A gestora tem 37 anos e nasceu na
cidade de Bodocó, no sertão de Pernambuco. Mãe de três filhos, ela se mudou
para Marituba há cerca de 16 anos. Começou a trabalhar vendendo baldes e bacias
na feira central da cidade.
Ela contou ter começado a cursar
medicina, mas se consolidou no empreendedorismo e, depois, entrou para a
política. Em 2020, disputou a sua primeira eleição e foi eleita a primeira
mulher a comandar a prefeitura de Marituba. Quatro anos depois, em 2024, foi reeleita
com 71,50% dos votos válidos.
Patrícia tem mais de 700 mil
seguidores em seu perfil aberto no Instagram. O vídeo em que ela aparece
dançando de biquíni foi originalmente publicado em um perfil privado no
Instagram, mas vazou. As imagens viralizaram ao serem compartilhadas por
aplicativos de mensagens.
Polêmica
Críticos do vídeo publicado por
Patrícia afirmam que a gravação compromete a imagem institucional do cargo e
que, mesmo sendo um momento pessoal, o conteúdo não condiz com o comportamento
esperado de uma autoridade pública — especialmente em tempos de forte exposição
nas redes sociais.
Apoiadores de Patrícia, porém,
destacaram o direito à vida pessoal da gestora e a autenticidade com que ela se
comunica nas redes. Para eles, o vídeo revela uma figura política acessível,
próxima da realidade da maioria das mulheres brasileiras.
A repercussão segue nas redes —
entre memes, críticas e defesas — e levanta discussões sobre o papel da mulher
na política, os limites da exposição e o que se espera de uma liderança pública
em tempos de internet e vigilância constante.
A prefeita se manifestou por meio
de seu perfil oficial e reagiu às críticas. Em tom de desabafo, Patrícia
afirmou que está sendo julgada por padrões machistas e defendeu que mulheres
podem ocupar múltiplos papéis: “Mulher pode ser trabalhadora, mãe e ‘bonitinha’”,
escreveu.
Blog do Paixão