Suspeita de interferir em investigação sobre membros de seu governo e a
relação com a Rússia agitou cenário político dos Estados Unidos.
Por
G1
Em meio a uma
nova crise com o FBI e à suspeita de ter passado informações sigilosas aos
russos, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que "nenhum
político da história teve tratamento pior ou mais injusto", em discurso
nesta quarta-feira (17).
Trump se
pronunciou após suspeitas de ter tentado interferir nas investigações do FBI
sobre a relação entre membros do seu governo e a Rússia.
"Ao longo
de sua vida, você vai descobrir que as coisas nem sempre são justas",
disse o presidente americano. "Coisas acontecem com você e nem sempre são
garantidas."
"Mas você
tem que baixar a cabeça e lutar, lutar, lutar", completou.
O novo capítulo
da crise explodiu na semana passada, quando Trump demitiu de surpresa o
diretor do FBI, James Comey, e, no dia seguinte, se reuniu
no Salão Oval com o chanceler russo, Serguei Lavrov.
Essa sequência
gerou desconfiança, já que Comey conduzia no FBI uma investigação sobre o
suposto conluio entre a Rússia e o comitê de campanha de Trump nas eleições
presidenciais do ano passado.
A demissão de
Comey movimentou o cenário político, especialmente porque a Casa Branca
apresentou versões contraditórias sobre o processo que levou a esta decisão.
Segundo
documento, Trump teria pedido para
Comey livrar o ex-conselheiro de segurança nacional dos EUA, Michael Flynn, de
investigações sobre sua relação suspeita com a Rússia.
Outra questão
ainda estava por vir: na segunda-feira (15), a imprensa americana revelou que,
em sua conversa com Lavrov, Trump revelou informações de inteligência que eram
consideradas no grau máximo de sigilo.
Trump teria
revelado a Lavrov que o grupo radical Estado Islâmico (EI) planejava ataques
contra os Estados Unidos usando computadores portáteis em voos, uma informação
que aparentemente Washington recebeu de Israel com a condição de não repassá-la
a ninguém.
Para completar,
na noite desta terça-feira (16), o jornal "The New York Times"
noticiou que possuía um memorando interno escrito por Comey no qual afirma que
em uma conversa Trump tentou encerrar uma investigação do FBI.
Congresso
O presidente
republicano da Câmara de Representantes, Paul Ryan, disse nesta quarta que o
Congresso não deve "se concentrar em especulações (...) e aqui há
claramente política em jogo. Nosso papel é nos concentrarmos nos fatos".
"Seguiremos
os fatos a qualquer lugar que nos conduzam", acrescentou o legislador
republicano.
A Rússia
descartou que Trump tenha repassado a Lavrov qualquer informação reservada, e o
presidente Vladimir Putin disse que havia em Washington um clima de
"esquizofrenia política".
Putin disse que
estava disposto a fornecer ao Congresso americano a gravação da
conversa entre Trump e Lavrov.
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Dois escândalos pressionam fortemente o presidente americano Donald Trump |
É neste
cenário, de desconfiança generalizada e troca de acusações, que a imprensa
americana voltou seus olhares para o Congresso, onde apenas uma minoria do
Partido Democrata reagiu.
De acordo com o
jornal "The Washington Post", o único som que se escuta do Congresso
são "os grilos".
Nesta quarta,
Ryan lembrou que duas comissões do Congresso investigam todas as denúncias
relacionadas ao papel da Rússia nas eleições do ano passado.
Além disso,
afirmou Ryan, o titular da comissão de Supervisão da Câmara Baixa, o
republicano Jason Chaffetz, já solicitou formalmente ao FBI que envie ao
Congresso o memorando que, segundo o New York Times, foi redigido por Comey.
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