Napoleão Nunes Maia Filho critica a imprensa e diz desejar que "ira do profeta" caia sobre quem mente a seu respeito
Por Redação
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Napoleão Maia Nunes e a "ira do profeta" |
O ministro Napoleão Nunes Maia Filho protagonizou
nesta sexta-feira 9 um momento bizarro no julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior
Eleitoral (TSE). Indignado com o tratamento dado pela imprensa
a seu filho e a ele próprio, Maia Filho fez um furioso desabafo, atacou
delatores que teriam mencionado seu nome em investigações de corrupção e fez
menção uma eventual decapitação.
O
episódio ocorreu pouco depois das 15 horas, na retomada do julgamento. Maia
Filho abriu seu voto e pediu licença para fazer um desabafo. Mencionou, na
sequência, um fato ocorrido com seu filho, que tentou entrar no plenário do TSE
durante o intervalo do julgamento, mas foi barrado pela segurança por não estar
vestido de terno e gravata, como mandam as regras do tribunal.
O rapaz
carregava um pacote para entregar a Maia Filho e chegou a discutir com
seguranças do TSE. Segundo Maia Filho, eram fotos de sua neta. "Instante
seguinte, um site publica uma notícia dizendo mais ou menos o seguinte: 'homem
misterioso portando envelope tenta forçar entrada na corte do TSE para entregar
isto ao ministro Napoleão'".
Maia Filho reclamou que ele e seu filho estavam
sendo tratados como corruptos pela imprensa, mas não mencionou o veículo
responsável pela insinuação "maliciosa e perversa". Quem fez a menção
ao "homem do envelope misterioso" foi o site O Antagonista,
em uma mensagem divulgada no Twitter e posteriormente apagada da rede social.
Na sequência, Maia Filho criticou, novamente sem
mencionar pelo nome, o jornal Valor Econômico, que publicou
reportagem afirmando que ele teria sido mencionado por sócios e executivos da
empreiteira OAS em negociações de delação premiada com
a Procuradoria-Geral da República (PGR). O jornal cita como origem da
informação "fontes a par das rodadas de negociações".
Maia Filho atacou também o executivo da JBS
Francisco de Assis e Silva. Em delação premiada, Assis relatou que o Maia
Filho, também ministro do Superior Tribunal de Justiça, teria intercedido em
favor da JBS no âmbito da Operação Greenfield.
Segundo reportagem do jornal O Estado de
S.Paulo, o delator afirmou que, a fim de intervir no Judiciário, contratou
o advogado Willer Tomaz, que dizia ter "amizade" com integrantes da
10ª Vara Federal de Brasília, na qual transcorre a Greenfield, e também com
Maia Filho.
Em seguida, Maia Filho atacou a imprensa e a
publicação de reportagens com base em falas de delatores. "Se isto não
terminar, o final não será bom. Todos nós estamos sujeitos ao alcance dessas
pessoas. Publica o que quiser, com quem quiser e aí o sujeito fica indefeso
diante disso? Deve amargurar isto no seu coração? Ou fazer o quê?",
disse.
Maia Filho disse que não conhece Willer Tomaz, que
tomou diversas decisões contrárias à OAS e à JBS e criticou duramente as delações
premiadas. "A mentira é desse Assis, que disse isso para me incriminar em
troca das benesses que recebeu. A delação tá servindo pra isso!", afirmou.
Evangélico,
Maia Filho disse ter sido questionado pela diaconia de sua igreja em Fortaleza
sobre o caso envolvendo a OAS. "Eu respondi ao pastor simplesmente assim:
'com a medida com que me medem, serão medidos e sobre ele desabe a ira do
profeta, é uma anátema islâmica'", afirmou. "A ira do profeta, não
vou dizer o que é, vou fazer um gesto do que é", concluiu, fazendo um
sinal de decapitação. "É o que eu desejo, que sob eles desabe a ira do
profeta".
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