

E-mails de Witzel mostram
participação em contratos suspeitos
Em 19 de março, um
dia antes de declarar estado de calamidade no Rio de Janeiro, Wilson Witzel
enviou a Helena Witzel uma minuta de contrato de honorários com o hospital
Jardim Amália, o que na denúncia da PGR é apontado como prova de que “o
governador pessoalmente participou de sua tratativa, mesmo estando no cargo de
governador do Estado do Rio de Janeiro”. Dois minutos depois, o governador
enviou a minuta do contrato a si mesmo, mantendo uma cópia.
O contrato em
negociação com o hospital, anexo nos e-mails disparados por Witzel, previa o
pagamento de R$ 240 mil adiantados após 30 dias da assinatura mais um pagamento
mensal de R$ 20 mil nos primeiros 24 meses, depois o valor subiria para R$ 30
mil mensais. O acordo foi fechado e o escritório de Helena Witzel recebeu R$
280 mil.
Segundo a
Procuradoria-Geral da República, no entanto, nenhum ato de advocacia foi
praticado por ela ao Hospital Jardim Amália – também conhecido como Hinja.
Buscas realizadas no escritório de Helena Witzel em 26 de maio encontraram
apenas uma petição de juntada de procuração nos autos de um processo que
tratava de penhora de faturamento de empresas em execuções fiscais. A medida,
por si só, era inócua, segundo a Procuradoria, pois esse e todos os processos
que tratam do mesmo objeto foram suspensos temporariamente pelo STJ. O tribunal
decidiu julgar a temática na 1ª Seção da Corte por haver recursos repetitivos
sobre o mesmo tema, então todas as ações param enquanto aguardam o resultado.
“A resolução do
mérito do processo não dependeria de qualquer ato de Helena Witzel, que recebeu
R$ 280.000,00 apenas pela juntada de sua procuração aos autos”, concluiu a PGR.
Na decisão de
afastamento do governador, o ministro relator do caso no STJ, Benedito
Gonçalves, citou a troca de e-mails e o contrato firmado entre o escritório e o
hospital. “Apesar de a contratação envolver somas consideráveis (com
adiantamento de valores expressivos), não se encontrou evidência da prestação
dos serviços”, escreveu.
O hospital Jardim
Amália é descrito na investigação como de propriedade do empresário Gothardo
Lopes Netto. A empresa GLN Serviços Hospitalares e Assessoria – sigla que
coincide com as iniciais do empresário – foi beneficiada por uma resolução do
Governo do Estado do Rio de Janeiro com um financiamento temporário de custeio
à assistência oncológica, prevendo o recebimento de R$ 445.818,20 por mês e R$
5.349.818,40 por ano.
“Os referidos R$
280.000,00, recebidos por Helena Witzel, correspondem a 5,2% do total recebido
no ano pela GLN Serviços Hospitalares e Assessoria LTDA.”, escreveu o ministro
do STJ Benedito Gonçalves. O magistrado acrescentou que o hospital e a empresa
GLN estão registrados no mesmo endereço e são da família de Gothardo Lopes
Netto.
A denúncia da PGR
também cita uma troca de mensagens entre o governador e o empresário, que
convidou Witzel para inauguração de uma unidade do hospital Jardim Amália em
Volta Redonda. A mensagem de Netto, do dia 5 de julho, trazia a mensagem “Seu
amigo progredindo, investindo e acreditando no Rio”.
Os valores
recebidos pelo escritório de advocacia de Helena Witzel no esquema criminoso
denunciado pela PGR foram, ao todo,
R$ 554.236,50. Além
dos R$ 280 mil pagos pelo Hinja, houve pagamentos de R$ 112.620,00 proveniente
de DPAD SERVIÇOS DIAGNÓTICOS LTDA. – ME (BIOSLAB), mais R$ 59.385,00 da
Cooperativa Central de Trabalho (COOTRAB) e outros R$ 102.231,50 da Quali
Clínicas Gestão e Serviços de Saúde LTDA. O recebimento dos valores foi
apontado em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF).
COM A PALAVRA, O
GOVERNADOR WILSON WITZEL
A defesa do
governador Wilson Witzel recebe com grande surpresa a decisão, tomada de forma
monocrática e com tamanha gravidade. Os advogados aguardam o acesso ao conteúdo
da decisão para tomar as medidas cabíveis.
COM A PALAVRA, O
PASTOR EVERALDO
O Pastor Everaldo
sempre esteve à disposição de todas as autoridades e reitera sua confiança na
Justiça.
COM A PALAVRA O PSC
Blog do Paixão