Foto: Arquivo Pessoal
A minha mente tentou viajar enquanto fechei os olhos para voltar aos tempos áureos das comemorações do dia 11 de setembro com um convidado especial para disputar com o nosso escrete, a nossa seleção araripinense, uma partida de futebol que se tornaria épica para os anais da nossa memória. Martins, Boré, Gilson, Severino de Alcino, Roberto Santana, João de Nega, Edilson, Chagas, Wilson, Gilson, Dedin, Chicão e outros tantos atletas da terrinha que tive a honra de vê-los fazendo com a bola o que um maestro domina com sua orquestra.
A mente ainda que de maneira muito vaga consegue vibrar e trazer para os nossos leitores mais apaixonados por nossa história, a materialização das partidas de futebol que aconteciam no nosso estádio “o Dozão”. No entorno das vias onde o espetáculo sempre acontecia, eram lotadas de torcedores apaixonados querendo ser expectadores de duelos inesquecíveis como acontecia principalmente quando o Sport de Recife e o Afogados da Ingazeira eram os convidados para travar com nossos craques momentos históricos da arte mais antiga do mundo.
O autor desta narrativa ficava sempre à espreita com a caixa de isopor para vender picolés de saquinho, ou simplesmente “didin” e se aventurar em uma brecha estreita, quase como um funil para adentrar naquele templo em que uma multidão já enfileirada na beira do campo, logo após a linha de marcação da cal, aguardava vibrante o início do espetáculo.
Eu sempre viajo nessas emoções incontidas das lembranças boas que vivíamos e que parece não mais tão presente para aprimorar os fatos históricos, que até pouco tempo voltamos a reviver com o nosso “Bode do Araripe”.
Naquele tempo a bola de couro parece que costurada a mão em que os atletas fincavam o pé e o peso dela se multiplicava com a força do impulso, muitas vezes colocavam em risco os torcedores fanáticos pela proximidade com a o embate entre as duas equipe naquele palco de terra batida. O muro de contenção era formado literalmente pela multidão que entornava como uma parede humana a linha de marcação. Assistíamos a partida de futebol quase que próximo aos atletas, às vezes apenas um cordão de isolamento para evitar invasão de um torcedor mais apaixonado e dois ou três policiais tentando manter a segurança. Era simplesmente assim, com imprevistos raros de acontecimentos mais graves.
O mais interessante era quando a bola atravessava os muros do Dozão e caia muitas vezes dentro das residências ou ali na Escola CERU. Era uma correria, porque muitas vezes apenas duas, eram disponibilizadas.
A Rua Vereador José Barreto Alencar e Avenida Florentino Alves Batista, além de suas transversais, em dia de eventos futebolísticos, eram lotadas com parte da população se aglomerando para assistir os eventos que muitas vezes eram promovidos pela Prefeitura Municipal. Nesse assunto, o ex-vereador José Alencar (Dr. Zé Alencar), Ediglê Freire e outros importantes filhos desta terra, podem contar em detalhe ou amiúde as facetas que expressam essa parte importante da nossa história.
A foto que ilustra essa nossa narrativa foi um presente da família de Roberto Santana (in memoriam) entre outros três registros importantes que vamos em parte relatar e que recebemos como uma relíquia que faz parte da nossa história.
Roberto ou Robertão como era conhecido, foi uma das vítimas da Covid-19. Ele passou exatos 50 dias na Unidade de Terapia Intensiva de Araripina e não resistiu às complicações da doença. Era louco por futebol e um apaixonado inveterado por moto estilo americano.
O termo “Dozão” no meu entendimento seria uma homenagem em pronome aumentativo ao ex-prefeito Raimundo Batista de Lima (Dosa), que sucedeu o ex-prefeito Sebastião Batista de Lima (Sebasto), mas foi Sebasto no primeiro mandato que foi de 1963 até 1968, segundo consta no Livro – Araripina – História, Fatos & Reminiscências, de Francisco Muniz Arraes, apesar de não nominar o local, que construiu o “Campo de Futebol”, que certamente seria o objeto desta nossa narrativa.
A foto como se apresenta acima, o campo de futebol “O Dozão” de terra batida, ainda não era cercado por murada em tijolos (na época era comum o tijolo confeccionado em Olaria e queimado em forno antigo) apenas a mata da nossa caatinga rodeava aquele imenso terreno que atualmente deu lugar as instalações do SESC LER.
Quanta saudade!
👏👏👏👏
ResponderExcluirBlog do Paixão